Fotos: Polícia Civil (Divulgação)

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira a segunda fase da Operação Fallitur Visio no hospital Casa de Saúde São José, em Pinhal Grande. A ação teve como objetivo continuar a investigação sobre cobrança de consultas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A primeira fase da operação, que aconteceu em fevereiro, apreendeu diversos documentos que teriam sido adulterados e afastou judicialmente o diretor do hospital, Guilherme Rubin, da instituição por medida cautelar. Hoje, um integrante da diretoria e uma enfermeira também foram afastados dos cargos por suspeita de participação no esquema - os nomes deles não foram divulgados pela polícia.
Os três estão proibidos de frequentar o hospital e entrar em contato, por qualquer meio de comunicação, com outros funcionários até o fim das investigações.
- Até agora a investigação apurou que existe uma organização criminosa que comanda o hospital. Essas pessoas afastadas fariam parte dessa organização e, pelo menos, mais cinco a dez pessoas estão envolvidas - explica o delegado Adriano de Rossi, que coordenou a ação.
O ESQUEMA
A cobrança ilegal funcionaria da seguinte forma: pacientes que consultavam pelo SUS pagavam de forma particular, e os documentos eram adulterados para aumentar o tempo de internação e, consequentemente, o repasse de dinheiro do governo federal pelo Sistema Único de Saúde.
A investigação ainda não sabe quanto foi o prejuízo aos cofres públicos e nem há quanto tempo isso acontecia, mas acredita que o esquema era praticado há vários anos.
Durante a investigação, os suspeitos teriam, ainda, cometido coação a funcionários do hospital para mentirem ou omitirem fatos quando ouvidos na delegacia, ameaçando-os de perda de emprego.
Nesta sexta-feira, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão - dois na Casa de Saúde, quatro em residências de funcionários e membros da diretoria do hospital, e dois em Santa Maria - e foram apreendidos livros de pacientes e exames, documentos, seis celulares e outros objetos.
A operação contou com 28 policiais civis e seis viaturas da delegacia.
O Diário entrou em contato com o hospital, que informou que não irá se manifestar sobre o caso.