Foto: Beto Albert (Arquivo, Diário)
A mãe do bebê de 10 meses que morreu após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Maria se manifestou sobre a morte de sua filha, ocorrida na terça-feira (16).
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De acordo com a jovem de 21 anos, houve negligência por parte do médico que atendeu a criança em diversos momentos que antecederam a morte, ainda no final da terça.
Ela, junto com o pai, de 30 anos, buscaram atendimento para a criança, que há cerca de seis meses havia sido diagnosticada com bronquiolite. Na última terça, o filho apresentou problemas respiratórios, fato que já havia acontecido cerca de uma semana antes.
Ao chegarem na UPA em busca de atendimento, os pais tiveram que aguardar, pois segundo a mãe, no mesmo momento estaria chegando um grupo de presidiários, que têm prioridade de atendimento.
- Eles alegaram que nos chamaram enquanto os presos estavam chegando, e que nós não ouvimos. Mas depois de um tempo, atenderam ela. Quando voltaram, alegaram primeiro que ela havia morrido de diabetes, sendo que ela nem tinha. Depois falaram que havia sido por negligência nossa, por demorar para buscar atendimento - relembra a mãe.
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De acordo com os registros obtidos pela reportagem, na certidão de óbito consta que o motivo da morte foi por insuficiência respiratória, consolidação e congestão pulmonar, além de pneumonia.
Já no documento do Departamento Médico-Legal (DML) o relato é de que o bebê chegou sem sinais vitais e que foram realizadas manobras de ressuscitação, massagem cardíaca, entubação, ventilação, além de medicação, mas todos sem sucesso.
A jovem afirma que busca apenas justiça neste momento.
- Eu quero justiça, não por dinheiro, nada, mas sim pela justiça. Nenhuma mãe precisa passar a mesma dor que eu estou sentindo. Nenhuma mãe precisa enterrar seu filho por negligência médica - afirma.
Entenda o caso
Ao chegarem à unidade de saúde, os pais relataram à equipe que a bebê estava com dificuldade respiratória. No entanto, segundo o pai, foram orientados a aguardar atendimento, sob a justificativa de que havia outros casos considerados graves no local.
Cerca de 40 minutos depois, o pai percebeu que a criança apresentava piora no quadro clínico, com os lábios roxos e o corpo mole, e voltou a solicitar atendimento. Na sequência, uma enfermeira levou o bebê para a sala de emergência. Aproximadamente 10 minutos depois, um enfermeiro informou à família que a criança havia morrido.
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O que diz o médico
O médico responsável pelo atendimento informou que todas as medidas cabíveis foram adotadas pela equipe de saúde, mas que a criança não respondeu às manobras realizadas.
Nota da direção da UPA
"A direção da UPA confirma que a família do bebê procurou a unidade de saúde no começo da noite desta terça-feira (16) solicitando atendimento. Diante do ocorrido, todos os fatos estão sendo apurados pela direção, com análise de câmeras de segurança e procedimentos médicos desde a chegada da família à UPA. Todas as informações serão prestadas à Polícia Civil durante a investigação. A UPA se solidariza com a família neste momento."