Uma força-tarefa, batizada de Operação Labor, reuniu a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), a Brigada Militar (BM) e as Polícias Civil e Federal em Santa Maria nesta sexta-feira. Ao todo, 70 homens, entre agentes penitenciários e policiais, e 20 viaturas participam da força-tarefa.
Não houve prisões ou apreensões, mas foi descoberto que 35 dos 99 apenados fiscalizados não estavam em seus locais de trabalho como deveriam. Foram monitorados os presos dos regimes aberto, semiaberto e alguns dos apenados com tornozeleiras.
No regime semiaberto, dos 44 apenados que foram procurados nos seus locais de trabalho, 23 presos não foram encontrados, ou seja 52,3% não estavam onde deviam na hora em que foram procurados. No regime aberto, 12 presos não foram localizados em seus empregos. Os 24 apenados que usam tornozeleiras e foram selecionados para serem visitados pelos policiais estavam trabalhando normalmente.
De acordo com o delegado penitenciário Armando Maciel, a operação foi semelhante a uma que ocorreu na cidade em 2012. O principal objetivo é monitorar os presos e verificar se eles realmente estão trabalhando, e não praticando novos crimes.
Os apenados que não foram localizados no local de trabalho, terão de apresentar uma justificativa. Se ela for aceita, eles retornam normalmente ao Instituto Penal de Santa Maria (Ipesm). Caso contrário, os presos ficam 10 dias em isolamento preventivo, até que a Justiça avalie se sua justificativa pode ser aceita.
Segundo a Susepe, foi a primeira vez que houve uma fiscalização dos presos do regime aberto. Isso foi possível porque, no entendimento do juiz Fábio Marques Welter, mesmo os presos desse regime precisam ter cadastrado os seus locais de trabalho e os locais de moradia. Antes, não era cobrada a carta de emprego para o regime aberto.
Muitos dos flagrantes que registramos envolvem pessoas oriundas do sistema penitenciário. Temos de separar aqueles presos que realmente estão tentando se recuperar dos que estão aproveitando esses momentos de liberdade para praticarem crimes afirma do delegado Jun Sukekava.
De acordo com o comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOE), major Cleberson Braida Bastianello, operações como a Labor devem se tornar rotineiras na cidade para combater a criminalidade.