Além de atuar diariamente no patrulhamento das comunidades, revistas em veículos e pedestres e prisões em flagrantes, tarefas diferentes do cotidiano dos militares do exército, outras lições foram tomadas ao longo do trabalho e viraram bagagem, do Rio de Janeiro direto para Santa Maria. O comandante da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, general Mauro Sinott Lopes, que comandou a operação durante os dois meses, explica que a maioria dos militares, que atuaram na Maré, devem ter uma outra missão no Haiti, ainda neste ano, e a experiência adquirida na Maré, certamente fará a diferença nas próximas missões.
_ Na nossa rotina, durante a operação, era comum um tenente, um sargento, um soldado entrando juntos, em alguma rua. Cada um fazia o seu trabalho, mas um tem que garantir a segurança do outro, isso nós chamamos de espírito de corpo, que é o compromisso com a vida do meu colega _ explica o general.
Com a presença dos2,4 mil militares nas comunidades, serviços como a coleta de lixo, as escolas ou até mesmo a ida de profissionais até as unidades de saúde foram garantidas.
A operação, que se iniciou em abril e deve continuar até 31 de outubro, mas agora sem a presença dos soldados de Santa Maria, já trouxe resultados para a população carioca. O comandante explica, que além de garantir os serviços públicos na localidade e mais tranquilidade para os moradores, o tráfico está enfraquecendo, ao longo das prisões e apreensões.
_ Falando por cima, no total de apreensões que fizemos, de drogas, armas e rádios, o prejuízo que demos para o tráfico deve ter sido de uns R$ 5 milhões _ ilustra o general.
Para Sinott, a operação enfraqueceu o tráfico:
_ Já não há mais pontos fixos de venda. E a venda precisa continuar para o negócio sobreviver. Com o enfraquecimento, as lideranças tendem a deixar a comunidade.