Votação sobre uso do vestibular para ingresso na UFSM é adiada para março

Letícia Almansa Klusener

Votação sobre uso do vestibular para ingresso na UFSM é adiada para março
Com o pedido de vistas ao processo solicitado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) na reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) no dia 26 de janeiro, a votação deveria acontecer em quinze dias, no caso, nesta sexta-feira (10). No entanto, conforme explicado pelo pró-reitor de Graduação Jerônimo Siqueira Tybusch, a previsão para votação dos possíveis novos métodos de ingresso para a graduação, entre eles o vestibular, será apenas em março. Em entrevista à Rádio CDN 93,5 FM, nesta quinta-feira (9), ele explicou os motivos e o que pode acontecer na reunião. 

A partir de agora não é mais possível fazer pedido de vistas ao processo, como aconteceu na última reunião. Quando houver o encontro, os conselheiros devem votar a proposta entregue para avaliação ou realizam adaptações. A votação é realizada por maioria simples, ou seja, é necessário que haja o primeiro número superior a metade dos presentes para aprovação. Caso aprovado em maioria pelo Cepe, os novos processos de ingresso já passam a valer. A proposta prevê o início de um vestibular já na metade de 2023, somente para as vagas do segundo semestre do ano. Contudo, o pró-reitor explica que a proposta pode ser alterada durante a reunião, caso os conselheiros achem necessário, ou ser aprovada de forma integral. 

O adiamento da votação é devido ao encerramento do semestre letivo da instituição, tendo em vista o pedido de férias de muitos conselheiros. 

A discussão 

Em 30 de novembro de 2022, a universidade apresentou em reunião aberta a proposta de resolução sobre as formas de ingresso para a graduação na UFSM. A reunião contou com falas do reitor Luciano Schuch e do pró-reitor de Graduação Jerônimo Tybusch. A resolução apresenta, além dos já existentes, o ingresso via vestibular e processo seletivo seriado, entre outras opções: 

– Nos reunimos e analisamos dados sobre a permanência e evasão dos estudantes. Também realizamos questionários com a comunidade acadêmica, de cada centro – afirmou Tybush à época. 

Além disso, outra justificativa apontada pela gestão é a pluralidade de ingresso:

– Se nós somos uma universidade diversa, precisamos de uma diversidade na forma de ingresso também. 

Tybusch ressalta que a mudança nos processos de ingresso já foi discutida em outros anos. Em 2014 a proposta era de 70% para o vestibular e 30% para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

– O DCE pediu vistas e levou para a próxima reunião que ocorreu na outra semana. Ali foi apresentada uma proposta contrária a proposta da administração central, eu estava na época já na pró-reitoria de Graduação e votou favorável ao Sisu 100%. Na época não foi feita nenhuma consulta, como foi feito agora. 

Em nota nas suas redes sociais, o DCE se manifestou contrário à proposta alegando que a comunidade não teria sido consultada (confira abaixo)

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por DCE UFSM (@dce.ufsm)

Em 24 de janeiro deste ano, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da UFSM emitiu uma nota de posicionamento sobre o assunto. (Veja a nota completa aqui) No documento de quatro páginas, a entidade apresenta um panorama sobre o ingresso de pessoas negras, pessoas com deficiência e necessidades especiais, pessoas pertencentes a comunidade LGBTQIA+ e estudantes de baixa renda na instituição, questionando se a proposta em questão ‘dará conta de modificar o perfil apresentado ou reforçará os dilemas da democratização do acesso nesta universidade?’.

No domingo (5), o Movimento Negro Unificado (MNU) também se posicionou a partir de uma nota de repúdio. (Veja a nota completa aqui) Em um dos trechos do documento, a entidade afirma que os questionamentos feitos para a UFSM, e que devem ser considerados pelos conselheiros do Cepe, buscam defender o futuro dos estudantes negros e negras no acesso ao Ensino Superior:

Conforme a advogada e coordenadora jurídica do MNU, Isadora Bispo, é importante refletir sobre para quais estudantes a universidade estará aberta a partir do vestibular e se irá abarcar todas as camadas de classes sociais.

Como seria a implementação 

Em 2023

Para ingresso no segundo semestre letivo, que oferece cerca de 1,5 mil vagas de graduação

Sisu, com 70% das vagas

Vestibular, com 30%

1º semestre de 2024

Para ingresso no primeiro semestre letivo, em todos os campi da instituição

Sisu, com 70% das vagas

Vestibular, com 30%

Primeira etapa do processo seletivo seriado (PSS1)

2º semestre de 2024

Para ingresso no segundo semestre letivo

Sisu, com 70% das vagas

Vestibular, com 30%

1º semestre de 2025

Para ingresso no primeiro semestre letivo

Sisu, com 70% das vagas

Vestibular, com 30%

Segunda etapa do processo seletivo seriado (PSS2)

2º semestre de 2025

Para ingresso no segundo semestre letivo

Sisu, com 70% das vagas

Vestibular, com 30%

1º semestre de 2026

Para ingresso no primeiro semestre letivo

Sisu, com 30% das vagas

Vestibular, com 30%

Terceira etapa do processo seletivo seriado (PSS3), com 40%

Ouça a íntegra da entrevista abaixo

Entidades ligadas a pautas negras e indígenas lançam notas sobre mudança no ingresso à UFSM

Após pedido do DCE, votação sobre novas modalidades de ingresso na UFSM é adiada

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