dia das mães

VÍDEOS: filhas contam como buscam no 'colo das mães' o apoio para enfrentar desafios

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O Dia das Mães de 2020, dois meses após o começo da pandemia do coronavírus no Brasil, foi marcado por mães e filhos afastados, se todos não moravam reunidos. 2021 não trouxe o fim da pandemia, pelo contrário, os meses de março e abril foram de agravamentos de indicadores. Faz mais de um ano que o plano de fundo dos dias é de apreensão e pandêmico. Na incerteza, no nervosismo e em meio a notícias ruins, colo de mãe é uma consolação de imensurável alívio. E quem o tem pode não ignorar a realidade e seus problemas, mas ganha ali um momento de evasão para enfrentá-la.

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NADA SEPARA
Rafaela Tondolo Link, 28 anos, via Angelita Tondolo, 53, trabalhar com finanças e decidiu seguir o rumo da mãe e cursar administração. Se engana, porém, quem pensa que elas são unidas apenas pela profissão. A aparência física indica logo no primeiro olhar a semelhança. As preferências de lazer são outra parte que compartilham uma com a outra, como tomar um vinho, cozinhar (contanto que o prato possa ser assado no forno) e assistir a filmes juntas.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Por cinco anos, a união deixou de ser física. Aos 13 anos, Rafaela saiu de casa e viajou o mundo como modelo. O caminho dela passou por países como China, Singapura, Japão, Chile e Argentina. Quando fez 18, a jovem retornou para Santa Maria e para a casa da mãe.

- Hoje eu, como mãe, tenho como maiores inspirações a minha mãe e minha avó. Os cuidados que elas tiveram comigo, com meu irmão, com meus primos, são exemplos do que eu quero ser para meu filho. Às vezes, tomo atitudes que, na minha cabeça, estão certas. E ela me diz "Rafaela, não é assim". Vejo que funciona, e é mágica, porque ela já passou por aquela situação - conta Rafaela em meio a sorrisos ao lado de Angelita.

Com a pandemia, o trabalho de Angelita passou a ser remoto. O desafio foi a tecnologia. Aos risos, ela menciona um aplicativo com nome em inglês e quase impronunciável por ela. A filha ri e explica que ensinou a mãe a usar o StreamYard para fazer lives e chamadas.

As duas moram juntas no Bairro Juscelino Kubitschek. A pandemia não as separou, embora tenha as deixado apreensivas. Com o tempo, Angelita e Rafaela tiveram uma com a outra o apoio necessário para encarar os dias, além de lidar com aplicativos desconhecidos. Enquanto o mundo enfrenta um dos momentos mais difíceis do século, elas, que já estiveram separadas em lados opostos do planeta, ficam cada vez mais unidas.

- Eu tento acalmar a ansiedade da geração dela. Eu já errei e acertei. Muitas vezes, a filha acaba não fazendo o que você diz, tem que passar pela vivência. No tempo dela - diz Angelita sobre as orientações à filha.

APOIO QUE SE VÊ
Desde que a pandemia começou, a enfermeira Talissa Arruda, 36 anos, atua na linha de frente. Ela trabalha com a testagem para o coronavírus no Centro de Referência Municipal da Covid-19. A preocupação dela era levar o vírus para casa. A mãe de Talissa, Lucimar Farias Arruda, 62, só a visitou de novo em maio, quando já tinha tomado a primeira dose da vacina.

- O trabalho permanece o mesmo, seguimos trabalhando muito. Eu não conseguiria fazer o que eu faço se não fosse a minha mãe e a Tânia. Não ficaria tranquila para poder trabalhar - conta.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Entre o Dia das Mães de 2020 e deste ano, muita coisa mudou. Desde janeiro, Talissa passou a não só trabalhar com testagem, mas com aplicação de vacinas. Ela foi uma das primeiras vacinadas na cidade. O ser enfermeira disputou espaço no dia a dia com o ser mãe, e Talissa precisou de ajuda de Lucimar Farias Arruda e da ex-sogra, Tânia Maria Flores de Oliveira, 69, para cuidar dos filhos Lucas, 12, e Bernardo, 5.

- Não é somente eu me preservar, sempre tem as crianças, a família. É com todos. Com a Talissa na frente de tudo isso, tinha dias que eu simplesmente não pensava, me batia um pânico geral - desabafa a mãe sobre a preocupação com a filha atuar no combate ao coronavírus.


Tânia também se preocupava. "Ex-sogra" não servia para definir a relação das duas, que reconhecem em si uma relação de família. A professora aposentada teve três filhos, todos homens. Com o cuidado e atuação na formação dos netos, Tânia ocupa um posto de "segunda mãe de Talissa".

- Os netos são nossas preciosidades. Enquanto tenho saúde, eu sempre vou ajudar a cuidar dos meus netos. Não é fácil, para os netos deveria ser só o amor doce. Só que, quando a gente fica bastante tempo com eles, também temos que ajudar a criar - diz.

UMA GUIA A OUTRA
Kamilla Macedo da Silva, 28 anos, não seguiu os passos da mãe, mas, sim, as "aceleradas". Ela é instrutora de trânsito, assim como Luciana Macedo de Oliveira, 45. A inspiração de Kamilla foi por ter acompanhado Luciana no trabalho desde criança. Elas chegaram a trabalhar por um ano na mesma empresa, mas hoje atuam em "concorrentes". A mãe conta que eram "outros tempos":

- É muito gratificante ver ela seguir a profissão. Desde pequena, ela se criou comigo na auto-escola. A gente podia conviver mais com os filhos fora de casa.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

Ambas enfrentaram o coronavírus no ano passado. O isolamento foi solitário graças a companhia de mãe e filha. Antes da pandemia, o lazer e o próprio Dia das Mães era compartilhado entre as duas e a avó materna de Kamilla, Ione Macedo de Oliveira, 63 anos, em Itaara (foto ao lado). Isso mudou desde o ano passado.

- Antes, a gente se reunia com minha avó. A gente é muito próximas, fui criada com ela. Agora, neste ano, separamos um pouco para não haver risco - conta Kamilla.

style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">Ainda assim, Kamilla e Luciana compartilham o gosto pelo volante. O trabalho, contudo, fica na garagem quando elas se reúnem na sala. O papo das duas é regado a chimarrão para assistir TV juntas com a companhia da coelha de estimação das duas, chamada Negrinha.

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