7 anos

VÍDEO: saudade e pedido por justiça estão presentes na vida dos familiares de vítimas

Dandara Flores Aranguiz e Thays Ceretta

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Renan Mattos (Diário)

Para quem vive a maior tragédia gaúcha todos os dias, a dor parece não amenizar. Depois daquela noite de 27 de janeiro de 2013, a rotina de milhares de pessoas mudou. A maioria precisou buscar ajuda para tentar seguir em frente e ao mesmo tempo continuar lutando. Porém, o que não diminuiu neste tempo foi a esperança por justiça.



Em 2020, as homenagens que marcaram os 7 anos do incêndio na boate Kiss trazem uma luz no fim do túnel para os familiares. A esperança de que os 4 réus sejam julgados ainda este ano e que o julgamento em Santa Maria, cidade onde aconteceu o fato.

O incêndio na boate Kiss matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feriadas. Hoje, data em que a tragédia completa 7 anos, mais homenagens estão previstas na Praça Saldanha Marinho (confira a programação).  

Conforme os outros anos, a programação do Janeiro 27 começou ainda na noite de domingo. Por volta das 20h30min de domingo, pais, amigos e familiares começaram a se reunir no centro da cidade. Um grupo pequeno e já conhecido trocou abraços, beijos, carinhos, sorrisos e dividiu o mesmo sentimento antes de se deslocarem até a Rua dos Andradas, em frente ao prédio onde funcionava a boate Kiss.

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Neste ano, o grupo vestiu camisetas brancas e pretas. Nas costas, a frase: "O sistema envenena, a corrupção mata, a impunidade enlouquece" demostrava a insatisfação em obter respostas sobre o caso. No rosto, era visível o cansaço e o desgaste da luta por justiça que eles enfrentam há 7 anos.

Cerca de 80 pessoas estiveram acompanhando as homenagens durante a noite, mas esse não foi o mesmo número que continuou na madrugada de 27. O caso não tem mais o mesmo clamor que os primeiros anos, onde centenas de pessoas prestavam sua homenagem em solidariedade às famílias.

Ao chegarem em frente ao prédio, na Rua dos Andradas, o grupo foi recebido com um coração branco pintado no chão com anjos dentro, que representam as 242 vítimas.

A fachada do prédio também recebeu nova pintura. A ideia partiu da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) em conjunto com a estudante Elizandra Vieira, do 4ª semestre do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que ano passado também participou da pintura do túnel Evandro Behr nas homenagens. Ela comenta que as tinhas foram doadas e que levou cerca de 5 horas para deixar tudo pronto.

- As imagens representam uma luta que é de todos nós. Meu filho e meu marido me ajudaram a produzir as imagens durante o domingo, antes de vigília -  conta Elizandra.

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Na frente do prédio da Kiss, uma estrutura foi montada com telão, onde foram apresentados vídeos com depoimento de familiares, amigos e pais das vítimas. A vigília acabou por volta das 1h30min, antes do horário em que o incêndio teria começado em 2013. Essa é a sétima edição do Janeiro 27, que desta vez tem como tema "Sem justiça não há futuro". 

SOBRE O JULGAMENTO
No dia 16 de janeiro veio a notícia que muitos pais aguardavam: a definição do dia em que será realizado o Tribunal do Júri dos réus. O Tribunal de Justiça (TJ) do Estado confirmou a data do primeiro julgamento - 16 de março no Centro de Convenções da UFSM. A decisão foi assinada pelo juiz Ulysses Fonsece Louzada, titular da 1ª Vara Criminal da comarca do município e também do Tribunal do Júri. Na data, estão previstos para serem julgados os integrantes da banda Gurizada Fandangueira (Luciano Bonilha e Marcelo Jesus dos Santos) e o empresário Mauro Hoffmann, que era sócio da casa noturna. 

Porém, o caso ainda está longe de um desfecho. Como a defesa do quarto réu (o também empresário Elissandro Spohr) conseguiu, no mês passado, levar o julgamento dele para Porto Alegre (em data a ser definida) - por meio do chamado desaforamento (ou seja, será julgado fora de Santa Maria) -, os advogados de outros dois réus (Marcelo de Jesus e Mauro Hoffmann) decidiram seguir pelo mesmo caminho. O que deve ser decidido pelo TJ até a data-limite (16 de março.) Por enquanto, as defesas deles tiveram negados os pedidos de suspensão da data do júri, que vinha sendo pleiteado. 

Era tudo o que a Associação  não queria, ainda que soubesse que isso poderia ocorrer. Ou seja, ver os réus serem julgados na capital gaúcha por um outro juiz e com diferentes jurados. Na tentativa de ver os quatro réus sendo julgados em Santa Maria, associação e Ministério Público apresentaram recurso especial no próprio TJ e, de forma extensiva, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o deferimento do pedido de desaforamento dado a Spohr. Exaustos, devido à longa espera do julgamento, pais e familiares dizem não entender as últimas decisões do TJ. 

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