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VÍDEO: Bloqueio na BR-290 faz aumentar o tráfego de caminhões em Santa Maria

Taísa Medeiros

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Bei)
Caminhões e ônibus que viajam entre a Fronteira e a Região Metropolitana estão desviando por rodovias que cortam Santa Maria

Desde que a ponte do Arroio Bossoroca, na BR-290, foi bloqueada para manutenção, em 5 de agosto, o fluxo de caminhões se intensificou nas estradas da região de Santa Maria. As rodovias da cidade foram indicadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) como rota alternativa para quem precisa trafegar no sentido Porto Alegre-Uruguaiana e vice-versa.

O bloqueio da ponte, localizado entre o entroncamento com a BR-392 e o município de Vila Nova do Sul, fez com que os caminhões que não passavam pela região de Santa Maria precisassem mudar a rota. Esse movimento foi observado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no município.

Os caminhões e ônibus têm utilizado as BRs 392 e 158 como desvios para retornar à BR-290. Outro caminho tem sido a RSC-287. Em todos os trajetos, os caminhões precisam trafegar por rodovias da zona urbana de Santa Maria, incluindo a Faixa Nova de Camobi (confira no mapa ao lado). Como não conhecem a região, os caminhoneiros trafegam em baixa velocidade, prejudicando o trânsito no município.

- Santa Maria passou a ser um dos desvios para esses veículos. Houve, sim, um grande aumento de veículos de grande porte, que chegam em Santa Maria vindos de Caçapava do Sul e São Sepé, pela BR-392, e transitam no perímetro urbano, e vão em direção a Rosário do Sul na BR-158 - afirma Daniel Pozzobon Rigo, segundo chefe do Núcleo de Policiamento da Polícia Rodoviária Federal.

Para quem está na estrada todos os dias, como o caminhoneiro Glaucio Cordeiro, 42 anos, essas mudanças de rota vêm causando transtornos aos motoristas.

- O fluxo aumentou muito, está bem intenso. E, para ajudar, principalmente na BR-158, tem muito buraco. Aí, às vezes, tem caminhão tombado, ou fura um pneu. Está complicada a região. Teria que ter uma infraestrutura e fazer reparos logo - afirma Cordeiro.

A ponte foi bloqueada para caminhões e ônibus devido a uma rachadura na parte inferior. As obras começaram em agosto, mas atrasaram devido a diferentes fatores, entre eles a cheia do Arroio Bossoroca, que impediu os trabalhos no local. Por alguns momentos, até mesmo o trânsito de veículos leves chegou a ser suspenso na ponte.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Mariana Fonseca (Arquivo Pessoal)
Caminhões grandes e carregados têm usado estradas de terra, como esta no interior de São Sepé, para desviar do bloqueio na BR-290

PREVISÃO DE REABERTURA
O Dnit informa que a manutenção está realizando o escoramento total da ponte, bem como a recuperação do vão central, o reforço do bloco de fundação, pilares e o perfil metálico que fica abaixo da viga da ponte.

Ainda segundo o departamento, o andamento dos trabalhos foi prejudicado pelas chuvas da primeira quinzena de setembro. A previsão de normalizar o trânsito de caminhões e ônibus na ponte é para o dia 12 de outubro.

RISCO DE ACIDENTES CRESCE
Como rota alternativa, o questionamento levantado é: as estradas de Santa Maria e da região estão preparadas para receber este fluxo? O professor Carlos Félix, do Departamento de Transportes do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), acredita que o maior problema dessa operação de tráfego pode se dar em Santa Maria:

- Aqui, pode ter um volume maior de fluxo, principalmente da faixa de Rosário do Sul (BR-158) até o Trevo da Uglione, em especial nos horários de pico.

O professor destaca que, devido ao tamanho dos veículos, é necessária também a preocupação com a segurança no trânsito.

- São caminhões que têm grande tamanho e peso, e isso dificulta a operação, de se fazer uma ultrapassagem perigosa, podendo causar um acidente. É um problema sério de segurança - alerta.

Além das rodovias asfaltadas, muitos caminhoneiros estão utilizando desvios por estradas de chão. No distrito de Cerrito do Ouro, em São Sepé, o grande movimento de carretas nas vias de terra batida tem preocupado os moradores da zona rural. Os veículos pesados podem danificar as estradas e as pontes de madeira.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Fernando Ramos (Arquivo Pessoal)
Caminhões grandes e carregados têm usado estradas de terra, como esta no interior de São Sepé, para desviar do bloqueio na BR-290

MORTES
O aumento do fluxo de caminhões em rodovias alternativas pode estar ligado, também, a acidentes de trânsito. Na última segunda-feira, um ciclista de 54 anos morreu após ser atropelado por um caminhão na BR-392, em Santa Maria.

Outro acidente, na madrugada da última sexta-feira, causou a morte de Giuliano Antunes Costa, 32 anos, que foi encontrado às margens da rodovia, na BR-158, a faixa de Rosário. A via tem sido usada como desvio por ônibus e caminhões em direção às fronteiras da Argentina e do Uruguai. O motorista suspeito do atropelamento foi localizado em Uruguaiana, no dia seguinte.

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