reportagem especial

VÍDEO: alojamento para atletas do Inter-SM não tem alvará

Naiôn Curcino*

Fotos: Pedro Piegas (Diário)

Único clube de Santa Maria que recebe atletas em suas dependências, o Inter-SM está com o alvará do alojamento vencido. Ao todo, 25 pessoas entre jogadores, o preparador de goleiros, Ed Palmieli, e o supervisor de futebol, Paulo Santos, ficam no local. Conforme o engenheiro Vilmar Figueiró, responsável pelos planos de prevenção da Baixada, apesar de o documento não estar em dia, as instalações estão seguras e de acordo com o que pedem as normas. 

Nesta terça-feira, o Diário publica uma reportagem especial sobre a tragédia do Rio e as relações com a Kiss:
: Incêndio no Flamengo expõe o que não aprendemos com a Kiss
: Políticos dizem que a Lei Kiss deveria ser mais rigorosa

Conforme Figueiró, na última semana, antes da tragédia no CT do Flamengo, ele esteve no alojamento alvirrubro para vistoriar o local. Como havia recebido reformas em outubro do ano passado, o espaço não precisou de mais adequações. Segundo o engenheiro, hoje ele enviará o pedido para a obtenção do novo alvará.

Como é uma área com menos de 750m² e com risco baixo de incêndio, a construção se enquadra nas exigências do Plano Simplificado de Prevenção Contra Incêndio (PSPCI). Ou seja, não é necessária uma vistoria do Corpo de Bombeiros. O engenheiro deve enviar o projeto à corporação. Depois da avaliação, os bombeiros dizem se ele está de acordo ou se será preciso alguma intervenção. Então, é obrigatório que tudo que esteja no papel exista no local. A responsabilidade é da pessoa que elaborou o projeto. De acordo com a lei vigente, pode até haver uma vistoria "surpresa", mas o local só será interditado se não tiver condições mínimas de segurança. Caso tenha algum item pendente, o solicitante tem até 30 dias para se adequar.

- O local está em processo de renovação, mas posso garantir que está seguro. O fato de não ter o documento não quer dizer que vá ter algum problema. Eu sou o responsável e tenho que saber o que fiz. Temos os extintores, iluminação de emergência, placas de saída, o sistema elétrico, não tem problema nenhum - diz Figueiró.

A ESTRUTURA
O alojamento do Inter-SM conta com 13 quartos. Cada um deles tem um ar-condicionado, mas há um banheiro conjugado a cada dois dormitórios, com um porta de acesso entre ambos. Na reforma do ano passado, foi trocada toda a parte elétrica e, a partir disso, cada quarto conta com um disjuntor individual, que cai automaticamente em caso de algum problema. O forro da construção é de concreto, material que não propaga fogo.   


RIOGRANDENSE TEVE PROBLEMAS GRAVES EM 2017 

A adaptação para garantir a segurança aos atletas também precisa ser feita no Estádio dos Eucaliptos. Desde maio de 2017 sem sediar jogos oficiais, a casa do Riograndense passa por reformas exigidas pelo Corpo de Bombeiros para que consiga o Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (APPCI).

Nos fundos do estádio, existem sete quartos, onde funcionavam os alojamentos de jogadores profissionais e das categorias de base. Depois que o clube parou com o futebol, esses locais foram fechados e, hoje, também precisam passar por reformas.

De acordo com Fernando Flain, arquiteto responsável pelas obras no estádio, os quartos comportam de quatro a cinco jogadores. Seria necessária a troca do forro de todos os cômodos, novos extintores, placas de sinalização e renovação das instalações elétricas. 

O presidente do Riograndense, Gilberto Pires, explica que ainda não há um custo estimado para essas obras específicas.

- Antes, tínhamos a necessidade de deixar tudo pronto para voltar. Porém, agora não temos mais essa pressa - afirma.

SITUAÇÃO PRECÁRIA
Apesar de não receber jogadores atualmente, a situação no alojamento do Periquito já foi muito perigosa. Em 2017, quando foi punido pela Federação Gaúcha de Futebol por desistir da Teceirona justamente por não ter alvará, os jogadores reclamavam das condições. 

O volante Willian Nascimento, hoje com 19 anos, tinha 17 quando atuou pelo Riograndense naquela temporada. Ele revela que não havia um responsável acompanhando os meninos e os jogadores precisavam fazer a própria comida.

- A situação era precária. Ficávamos sozinhos ali e, no começo do campeonato, nós tínhamos que fazer a comida. Depois veio uma cozinheira - diz Willian.

Nei Carvalho, gerente de futebol do clube à época, diz que essas situações ocorreram antes de ele assumir o cargo. Depois, ficava com os jogadores até a meia-noite. Após, um guarda fazia a segurança.

*Colaboraram Ian Tambara, Pamela Rubin Matge e Joyce Noronha

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