A estação mais fria do ano está invadindo os nossos dias. E, nessa época, o que mais queremos são roupas quentinhas, cobertores e comidas que nos aqueçam. Quando chega o inverno, muitas famílias de Santa Maria encontram na generosidade de desconhecidos a esperança de dias mais aquecidos e felizes.
Esse é realidade enfrentada pela dona de casa Sandra Flores Soares, 31 anos. Em uma pequena casa de madeira, na Vila Lorenzi, com poucos recursos, ela amamenta a pequena Gabriele Ienae, 3 meses, e dá conta de Alice,14 anos, Lais, 12, Karen, 6, Aline, 5, e Gabriel, 2. A renda fixa da família é de R$ 250, que vem do Bolsa Família. O restante é complementado com o dinheiro do marido de Sandra, que trabalha como serviços gerais.
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Nos dias frios a preocupação também é mais intensa: com o alimento, com o banho, com a hora de dormir. Sandra afirma que a situação é muito difícil. As crianças comem mais nessa estação e, por isso, os gastos no mercado aumentam. Comprar comidas e roupas, segundo a dona de casa, é complicado. Por isso, as doações que recebem, são o que torna os dias suportáveis.
Na pequena casa em que vive com a família, Sandra se emociona ao falar da generosidade de pessoas desconhecidas:
_ Eu não tenho vergonha de dizer que eu preciso de ajuda, que eu preciso de doações. Quando a gente ganha alguma coisa, seja o que for, é uma alegria. Nesse ano, ganhamos 50 peças de roupas. Tudo isso é muito importante pra gente.
O frio na hora de dormir, com poucos cobertores, nem se compara ao gelo enfrentado na hora do banho. A casa da família não tem banheiro, por isso, todos precisam tomar banho de mangueira, independentemente do número registrado no termômetro.
Mesmo assim, com tantas dificuldade, a dona de casa segue sorrindo e não se queixa da vida. Ela carrega consigo a certeza de que, um dia, as coisas vão melhorar.
_ Hoje, se eu pudesse pedir alguma coisa, eu pedia um banheiro, porque isso é o que a gente mais precisa. O verão, eu tiro de letra. Mas, agora, no inverno, é muito difícil _ diz, emocionada, a dona de casa.