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Propostas
Ao longo do período de campanha eleitoral o Diário realizou entrevistas com os postulantes que cumpriram agenda em Santa Maria. O conteúdo completo sobre cada um você acessa nos links abaixo:
Vieira da Cunha, candidato ao governo do Estado pelo PDT, defende escola em turno integral, durante campanha em Santa Maria“Para ter mais saúde precisa ter mais investimento e o Hospital Regional está nas nossas prioridades”, afirma Edegar Pretto, candidato ao governo do Estado pelo PT“Nós vamos chegando a 100 leitos no Hospital Regional, mas vamos seguir expandindo”, afirma Eduardo Leite, candidato ao governo do Estado pelo PSDB“Podemos fazer uma grande caminhada para o futuro, cuidando do presente”, afirma Vicente Bogo, candidato ao governo do Estado pelo PSB“Eu vou ser um governador diferente, vou andar pelo Rio Grande do Sul”, afirma Onyx Lorenzoni, candidato ao governo do Estado pelo PL“Nós vamos prestigiar os hospitais regionais”, afirma Luis Carlos Heinze, candidato ao governo do Estado pelo Progressistas“Para combater a fome nós queremos dobrar os salários”, afirma Rejane de Oliveira, candidata ao governo do Estado pelo PSTU
Cenário ao Piratini mudou no meio do caminho
A formação do cenário ao Palácio Piratini foi cheio de reviravoltas e tumultuado até ser batido o martelo sobre os nomes que, definitivamente, entrariam na peleia gaúcha. São 10 postulantes ao cargo: Carlos Messalla (PCB), Edegar Pretto (PT), Eduardo Leite (PSDB), Luis Carlos Heinze (Progressistas), Onyx Lorenzoni (PL), Rejane de Oliveira (PSTU), Ricardo Jobim (Novo), Roberto Argenta (PSC), Vicente Bogo (PSB) e Vieira da Cunha (PDT).
A primeira decisão que mexeu no tabuleiro ao Piratini ocorreu em março, quando o então governador Eduardo Leite anunciou a renúncia ao governo do Estado de olho em uma vaga para concorrer a presidente pelo PSDB. Como para concorrer a outro cargo, ele precisaria renunciar ao cargo, o tucano passou o comando do Piratini ao vice, hoje governador Ranolfo Vieira (PSDB). Com a saída de Leite do páreo em solo gaúcho, o caminho estava aberto para o deputado Gabriel Souza (MDB), visto por Leite como sucessor para defender a continuidade do seu projeto no Estado, lançar-se ao Piratini.
Por conta disso, instalou-se uma crise interna no MDB, uma vez que o deputado federal Alceu Moreira e presidente da sigla, que estava em campanha há bastante tempo para ser o nome do partido ao governo do Estado. O MDB chegou marcar uma prévia entre Gabriel e Moreira, que até então eram aliados políticos, e depois cancelou na tentativa de resolver o impasse. Sem resolução, a disputa seria no voto, mas Moreira acabou se retirando da disputa com uma carta aberta. Com isso, Gabriel foi aprovado como candidato do MDB e começou a percorrer o Estado em busca de votos.
Só que os planos de Eduardo Leite de se lançar candidato a presidente não deram certo, já que João Doria, que havia vencido o gaúcho na prévia interna do PSDB, embora desgastado dentro do partido e sem conseguir viabilizar sua candidatura, não abriu mão da vaga num primeiro momento. Com isso, o ex-governador teve de recuar e concorrer à reeleição, abrindo nova crise do MDB. Leite queria Gabriel de seu vice, ao mesmo tempo, o MDB nacional, depois da renúncia de Doria de concorrer a presidente, lançou a senadora Simone Tebet ao Planalto com o apoio do PSDB. Em troca, em solo gaúcho, o MDB teria de abrir mão da candidatura de Gabriel e se aliar com o ex-governador, abrindo nova crise interna no partido.
O comando gaúcho até tentou bancar a candidatura de Gabriel e, por mais de uma vez, reafirmou seu nome ao Piratini, apesar da pressão nacional. Mas, ao final, a decisão foi para o voto dos emedebistas na convenção numa disputa entre as alas jovem e histórica do MDB. Como resultado, líderes históricos se afastaram e nem fazem campanha para a chapa de Leite/Gabriel. Com a decisão do MDB, o cenário ao Piratini apontava para um cenário mais consolidado, mas, contudo, não era definitivo.
O PDT esperou até a última hora pelo sim do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, mas ele, imbuído em levar o Tricolor para a primeira divisão, decidiu não concorrer. O partido, então, convocou o reserva imediato para entrar na disputa: Vieira da Cunha. Um dos primeiros nomes a ser lançado a governador, o ex-deputado Beto Albuquerque (PSB) tentou garantir o apoio do PT para sua candidatura e, em troca, dar palanque ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiado pelo PSB, mas o PT não cedeu. Isolado e sem conseguir viabilizar alianças, ele decidiu renunciar na véspera de iniciar a campanha eleitoral. Com isso, o PSB precisou buscar um novo candidato, o ex-vice-governador Vicente Bogo. Já o PSol, que havia havia confirmado em convenção a candidatura do vereador Pedro Ruas, recuou e aderiu à candidatura de Edegar Pretto. Nesse novo arranjo político, Ruas passou a ser vice do petista.
Concorrentes da região
Com o tabuleiro definido e a campanha em andamento, o cenário mostrou um debate mais centralizado entre o ex-governador Eduardo Leite, Edegar Pretto, candidato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Onyx Lorenzoni, concorrente que representa o presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar de o senador Luis Carlos Heinze (Progressistas) também ser apoiador do capitão da reserva. Entre os 10 nomes que concorrem ao cargo, dois têm ligação com a região. O advogado Ricardo Jobim é santa-mariense, e o empresário Roberto Argenta, investidor no centro do Estado, tem domicílio eleitoral atualmente em Vale Vêneto, São João do Polêsine. Entre os 10 postulantes ao governo do Estado, há uma única mulher na disputa: a ex-presidente do Cpers/Sindicato Rejane de Oliveira.
Postulantes apostos, a peleia ao Piratini poderá terminar no domingo ou não. Se nenhum candidato somar 50% mais um dos doso votos válidos, os dois mais votados se enfrentarão no 2º turno, 30 de outubro.
O que faz um governador?
Na esfera estadual, o poder Executivo é representado pela figura do governador. Mesmo que seja um cargo único, ele é composto por mais de uma pessoa. Isso porque mesmo elegendo somente um, os governadores nomeiam uma série de secretários que ficarão encarregados por cuidar das diferentes áreas como Saúde e Segurança, sempre alinhados ao plano de governo do chefe.
– O governador é o grande administrador, ele tem que aplicar as leis no Estado. No RS, por exemplo, compete ao Estado a Segurança Pública, a Educação Pública, especialmente no nível Fundamental e Médio, também a administração das estradas e uma série de apoios ao agro. Os impostos estaduais também são bastante importantes. Tivemos recentemente uma discussão a cerca do ICMS que incidia nos combustíveis, e que se fez uma proposta do governo federal de diminuição do ICMS nos estados – explica Adriano Comissoli.
Além disso, o governo do Estado também fica responsável por administrar os bens públicos, como prédios e empresas estatais. Um exemplo disso é o Banrisul empresa controlada pelo governo do RS.
– O governador não atua sozinho, uma das suas principais funções é nomear quem vai atuar nesses vários cargos. Não tem como uma pessoa cuidar de tudo isso, então o governador é quem assina e decide quem vai cuidar de cada secretaria. Os secretários podem nomear as suas equipes. É escalonado, porque é impossível alguém nomear centenas de cargos e conhecer cada pessoa individualmente.
As secretarias atuam com a verba do orçamento anual que prevê a divisão dos valores para serem investidos em cada área. Esse orçamento é apresentado pelo governador na Assembleia Legislativa, que fica responsável pela aprovação e eventuais modificações. A partir do estipulado pelo orçamento, o poder Executivo, tem margem estreita para a execução de projetos que não estejam previstos inicialmente.
Isso ocorre porque o Executivo não pode gastar mais do que o que foi estipulado no orçamento, além de ficar encarregado em cumprir com as leis, como explica o historiador da UFSM:
– Uma vez que são aprovadas essas leis, o poder Executivo, o governador, vai ter de executar elas. Vamos supor que se vote uma lei que diz que 10% do valor do orçamento tem que ser investido em Educação. O governador não pode alterar isso, ele pode fazer uma proposta de uma nova lei que vai ser votada, mas ele tem que cumprir a lei – diz Adriano Comissoli.
Resumão
Cada estado elege um governadorO salário do governador do RS passa dos R$ 25 mil; o vice-governador recebe mais de R$ 14 milAlém do salários eles recebem benefícios como o auxílio-moradiaOs cargos duram quatro anosAdministra o orçamentoExecuta as leis aprovadas pela Assembleia LegislativaAdministra bens, órgãos e empresas estataisRepresenta o Estado em todas as áreas, como educação, segurança e saúde
O que fazem os deputados, senadores, governadores e presidente? Diário Explica Eleições
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