Um trio vitorioso, que não tem nada do que se queixar de 2022

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Há vários critérios para avaliar-se o desempenho de uns e outros e o que cada qual conquistou ou perdeu ao longo de um período. Uma mistura deles é usada pelo colunista, entre as quais o desempenho eleitoral e a liderança na sua grei, para qualificar o trio de vitoriosos principais da política local no ano que se encerra.

O grupo é composto do deputado federal reeleito Paulo Pimenta (agora no primeiro escalão do governo Lula) e dos deputados estaduais, também reeleitos, Roberto Fantinel (que estará no secretariado do governador Leite) e Valdeci Oliveira, que encerra em 31 de janeiro o mandato como presidente da Assembleia.

Paulo Pimenta, aos 57 anos, chega ao ápice de sua trajetória política até aqui. E que, como se verá não demora muito, ensejará a tentativa de alçar novos voos. Mas, em 2022, conquistou o que ainda não havia obtido, na sua história de militância. Foi outra vez o mais votado do PT no pleito para a Câmara dos Deputados, com votos em quantidade nunca antes alcançada. Foram 223.109 (terceiro entre 31 eleitos), dos quais 33.013 em Santa Maria, onde foi campeão.

Para culminar o ano de forma inesquecível, o também presidente estadual do PT vê sua militância e competência internas premiadas, com o convite para assumir como ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação. É, de longe, o político gaúcho mais próximo do Presidente da República.

O igualmente petista Valdeci Oliveira alcançou, no ano findo, muito provavelmente, os píncaros de uma já vitoriosa carreira. Afinal, mais que por dois dias virar governador do Estado, na ausência do titular, foi presidente do Poder Legislativo ao longo de todo o ano e nele ficará até 31 de janeiro.

Além disso, o ex-deputado federal e ex-vereador e prefeito, alcançou sua maior votação individual desde o início de sua trajetória eleitoral. Foi o 7º entre 55 eleitos, e campeão de votos em seu partido. Foram 70.580, dos quais quase metade (34.704) em Santa Maria, onde foi absoluto.

Por fim, Roberto (Beto) Fantinel. Oriundo de Dona Francisca, onde nasceu e começou a vida política, o jovem (35 anos) veio morar na boca do monte há alguns anos e aqui também tem domicílio eleitoral. É, hoje, ninguém duvida, o líder inconteste do MDB local, situação outrora ostentada por Cezar Schirmer.

É verdade que ainda não obteve, em 2022, a votação que esperava na cidade (foi o quinto, com 6.958). Mas muito mais que há quatro anos e agora escorando o segundo melhor desempenho do MDB estadual, com um total de 49.771 votos. E, para fechar 2022, aceitou convite do governador e será secretário de Assistência Social. Alguém duvida que a nova função catapultará de vez a influência de Fantinel em seu partido, no centro gaúcho? Pooois é.

Pozzobom e Decimo afinados. E o vice é o nome do governo para 2024

Foto: Ariéli Ziegler (Divulgação/PMSM)

Até as pedras portuguesas que se despregaram da Avenida Rio Branco, com a promessa de a ela voltarem, sabem: o vice-prefeito Rodrigo Decimo é o nome único (e está sendo preparado para isso) do establishment do Centro Administrativo, para defender as cores governistas em 2024, disputando o lugar hoje ocupado pelo tucano Jorge Pozzobom.

E, que se diga, ambos formam dupla bastante afinada e não têm porque reclamar de 2022. A ligação é evidente. Tanto que não houve uma só discordância, uma só queixa sobre eventuais divergências, quando ambos estiveram no programa Sala de Debate do meio dia, que o escriba ancora na Rádio CDN.

Entrevistado na sexta, 23, Pozzobom discorreu sobre planos para 2023, tento como base o Distrito Criativo Centro-Gare, coordenado por Decimo. Enumerou, “de cor e salteado”, ações que deverão estar concluídas no ano entrante, todas em consonância, e boa parte sob a liderança do vice. Que as corroborou, ipsis litteris, na segunda, 26.

Ficam para trás, mais exatamente para as últimas décadas do século passado, os forrobodós que longe estavam de ser raros entre prefeitos e vices de Santa Maria. Em 2022 (e também antes, em 2021), a dupla Pozzobom/Decimo provou-se aliança pra lá de consolidada.

Dito isto, e a menos que algum problema sobrevenha (neste momento, governistas de todos os matizes fazem figa), o casamento político entre o tucano e o, por enquanto, filiado ao União Brasil, deve gerar, sim, o nome de um dos protagonistas da disputa municipal que se avizinha, dentro de menos de dois anos.

Riesgo, projeto aprovado e o que reserva seu futuro político

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“Crescemos no mandato e conquistamos o reconhecimento de muitos gaúchos que me deram a honra de quase dobrar minha votação. Foram 28.209 votos frente aos 16.222 de 2018.” Acrescente-se que, desses votos, 10.290 foram em Santa Maria, onde foi o terceiro mais votado.

As palavras entre aspas são do deputado Giuseppe Riesgo, do Novo, às vésperas do recesso, e fazem parte daquele que foi seu último discurso na Assembleia, nesta legislatura. Aos 27 anos, com uma postura que defende o liberalismo, Riesgo foi vítima do desempenho geral do seu partido e não logrou êxito. Mas tem, sim, o que festejar, além de saber-se que tem longo caminho ainda a ser percorrido.

Afinal, o deputado, no primeiro mandato conseguiu o que muitos levam décadas e nem sempre obtêm: viu aprovado projeto pra lá de relevante. No caso, o que extingue mais de 500 leis que tratam de eventos e datas comemorativas no Rio Grande do Sul. Agora é uma só.

Creia, não é pouca coisa. E a partir daqui? Ele próprio disse ao colunista que segue na política. Algum protagonismo buscará, no próximo pleito, é o que se imagina. O futuro dirá. A ver.

Luneta

A CORRIDA

Confirmados os nomes do deputado federal Paulo Pimenta no ministério do Presidente Lula e do deputado estadual Beto Fantinel no secretariado do Governador Eduardo Leite, pode apostar: começa uma grande corrida em busca de um lugar de cargo de confiança em todos os níveis aqui, no Estado e em Brasília. É um punhado de funções disponíveis e extraordinário o número de interessados em ocupá-las.

A CORRIDA 2

Afora cargos menores, no âmbito estadual Santa Maria é sede de várias coordenadorias regionais (Educação, Saúde e Obras, por exemplo) e, da área federal, embora em número menor, a oferta também é importante. Exemplos? DNIT, DNER e Correios. No caso do governo federal, há cargos importantes também na capital gaúcha. E vários deles, inevitavelmente, passarão pela avaliação do ministro Paulo Pimenta.

UM NOVO PDT?

Foto: Divulgação

Aparentemente, embora não digam, é o que indicam querer vários militantes da sigla fundada pelo falecido Doutor Leonel. Entre os que dão sinais de se movimentar nesse sentido na boca do monte estão a vereadora Luci Duartes e o ex-reitor da UFSM e ex-candidato a deputado federal Paulo Burmann. Teria sido esse o papo que rolou entre ambos em encontro (foto) num café do centro, numa manhã desta semana?

CHATEADO

Em declaração na semana anterior ao Natal, o Tony Oliveira deixou claro que sua permanência no Podemos será discutida. Dedução claudemiriana: o posicionamento do partido, se alinhando a Eduardo Leite (do PSDB) não estaria agradando muito ao edil que fez 12.821 votos (9.840 em Santa Maria) em outubro, para deputado estadual. Em resumo, parece claro que Tony não se encontra confortável com a situação.

PARA FECHAR!

Para não correr o risco de perder seu mandato, Tony Oliveira, terá de esperar março de 2024 para sair do Podemos, se quiser. É o “mês da traição”, em que a troca pode ocorrer sem susto. No mesmo desconforto, e também o mesmo tempo de espera, parece estar Juliano Soares, nada faceiro com o PSDB, viu-se no episódio de troca de comando na Câmara, em o partido o preteriu, optando por Givago Ribeiro.