Meio ambiente 

Sem local adequado para descarte, sofás são deixados nas ruas de Santa Maria 

Pâmela Rubin Matge

Para quem conhece ou segue à risca a expressão popular "quarta-feira, o dia do sofá", aproveite para sentar e ler esta reportagem, pois sofás não faltam nesta e na próxima página. As fotografias ilustram o que a reportagem do Diário encontrou na última semana: uma amostra de um vexatório cenário em Santa Maria.

Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

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Na área central ou na periferia, por algum motivo, os móveis foram abandonados em ruas, calçadas e nos mais inusitados locais da cidade. Velhos, quebrados, queimados ou, quem sabe, inadequados à antiga decoração, na tentativa de resolver um problema pessoal, há quem acabe criando um mal coletivo ao descartar irregularmente esses objetos.

Rua Tuiuti, próximo à Appel - Bairro Nossa Senhora de Fátima Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

– Isso aqui é coisa de gente que vem lá do Centro e solta aqui na vila – gritou um senhor que passava de bicicleta pela Perimetral Dom Ivo Lorscheiter, na Vila Oliveira, Bairro Passo D'Areia, na última quinta-feira.

Complexo Guarani Atlântico - Bairro Salgado Filho Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

Largados pelas esquinas, os sofás se somam à paisagem urbana e ficam expostos ao tempo. Acumulam água, sujeira, tornam-se inaproveitáveis e viram lixo. Também impedem a passagem de pedestres, ocupam áreas onde um carro poderia estacionar ou onde alguém poderia passar livremente a pé, de bicicleta, cadeira de rodas ou carrinho de bebê. O excesso de sofás atrapalha e polui.

Academia ao Ar Livre, na Gomes Carneiro Bairro - Bairro Menino Jesus Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

No último dia 21, em plena ponte do Parque Itaimbé, no trecho da Rua Pinheiro Machado, no Centro, um cachorro tirava um cochilo sobre um sofá que estava no local há mais de um mês, inviabilizando a passagem de pedestres.

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– É algo que passa até pela questão do consumo, da facilidade de troca, pois, pelo custo, muitas pessoas preferem comprar um novo do que consertar. Aí, se desfazem com facilidade. Também acho que depende muito da gestão e de alguma política municipal com um local para destinar. E, mesmo que tivesse um depósito, quem pagaria para levar? O que seria feito depois? – avalia a professora do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Marilise Krugel. 

Rua Fernandes Vieira - Bairro Salgado Filho Foto: Lucas Amorelli / New CO DSM

Alexandre Swarowsky, coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Unifra, acrescenta que uma alternativa é destinar sofás às associações de reciclagem do município e fazer um trabalho conjunto de conscientização envolvendo academias, prefeitura e empresas:

– A questão dos inservíveis é um problema que mostra o quanto a população é mal-educada. Faltam campanhas, e acho que, se entidades se unissem, ganharíamos força.

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SEM SOLUÇÃO

De acordo com a própria prefeitura, não há um lugar específico para que sejam destinados os sofás, tampouco o transporte dos mesmos. Atualmente, há apenas tratativas em elaboração e parcerias com empresas particulares que trabalham com resíduos, que, futuramente, podem recolher inservíveis. Contudo, a situação é complexa, segundo o secretário adjunto de Meio Ambiente, Guilherme Rocha:

– Sofás (velhos) são um problema, pois não têm valor econômico para que alguma empresa queira reciclar e vender os materiais depois. Também dependemos de licenças ambientais, pois esses resíduos não podem ser despejados em qualquer lugar. Estamos tentando parecerias, e a solução, hoje, para descartar um sofá, é chamar algum tele-entulho (particular) ou, então, desmanchá-lo e colocá-lo para coleta conteinerizada.

Rua 28 de setembro, esquina com a Rua Visconde de Mauá - Bairro Duque de Caxias Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

ONDE DESCARTAR OUTROS MATERIAIS?

Eletrônicos, vidro, alumínio e ferro
Onde – Maringá Metais (Rua Miguel Carvalho de Macedo, 250, Bairro Uglione)
Informações – (55) 3213-2074.  A empresa cobra uma taxa para fazer o recolhimento, que varia de acordo com a situação e a quantidade de material

 Resíduos eletrônicos e eletrodomésticos
Onde – Químea Soluções Ambientais (BR-158, 10.605, Bairro Cerrito)
 Informações – (55) 3217-0880

Óleo de cozinha
Onde – Supermercado Carrefour, (Avenida Rio Branco, 732, Bairro Centro)
Informações – (55) 3223-0074

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Pilha comum
Onde – Supermercado Beltrame (Rua Euclides da Cunha, 1.579, Bairro Dores)
Informações – (55) 3028-9460

Resíduos da construção civil
Onde – Gr2 (BR-158, 440, Bairro Pinheiro Machado). É cobrada a instalação da caixa, que varia de R$ 150 a R$ 300
Informações – (55) 3028-6996

Baterias de celulares
Onde – Help Manutenção de Celulares (Rua Duque de Caxias, 1.461)
Informações – (55) 3027-8080

Pneus usados
Onde – Transecicle (endereço não divulgado, pois o proprietário vai buscar os pneus)
Informações – (55) 99121-3554 

 Papelão, papéis, cadernos, garrafas pet, latinha, isopor e sucata
Onde – Associação de Selecionadores de Materiais Recicláveis de Santa Maria (Rua Israel Seligmann, 660, Bairro Nossa Senhora de Lourdes)
Informações – (55) 3026-9167

Lâmpadas fluorescentes
Onde – Podem ser devolvidas  no local onde foram compradas, conforme a Lei Municipal 5.539/2011

*Informações do site da prefeitura de Santa Maria


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