Após um primeiro dia de cobrança de pedágio com longas filas na RSC-287, no Distrito de Palma, a segunda-feira foi de muita movimentação de veículos e também registrou filas, mas em menor proporção. À exemplo de domingo, as filas se formaram no sentido Agudo-Santa Maria, mas foram liberadas após mudanças no sentido de cabines de cobrança. Outra alternativa para evitar filas, é a aquisição do cartão de cobrança automática onde os carros reduzem a velocidade e passam sem parar pela praça de pedágio.
Diferentemente do primeiro dia, quando as cancelas chegaram a ser abertas por alguns minutos, a manhã de segunda-feira foi de pagamento obrigatório e o tempo de espera chegou a quase sete minutos.
No sentido Santa Maria-Agudo o trafego de carros, motos e caminhões era bem mais tranquilo, quando cerca de cinco ou seis veículos aguardavam a passagem. Nesse sentido, o quinto carro que aguardava na fila de uma das cancelas demorou um minuto e vinte segundos até o pagamento e a liberação.
Já os motoristas que trafegavam sentido Agudo-Santa Maria precisavam ter mais paciência, pois a fila chegava a ter cerca de 15 veículos. A reportagem contabilizou que o décimo veículo da fila demorou seis minutos e vinte segundos na fila.
Uma alternativa adotada pela concessionária, é a mudança de lado na quantidade de cancelas para que o trafego flua mais rápido. A empresa também tem investido na propagando e oferta do equipamento de cobrança automática, onde os motoristas colocam um chip no carro e não precisam parar na praça de pedágio.
O que diz a Agergs e a Rota de Santa Maria
Durante o programa F5, na rádio CDN, o diretor de qualidade do serviço da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), Ricardo Pereira da Silva, e o gerente de operações da concessionária Rota de Santa Maria, Ricardo Abreu, falaram sobre quais fatores teriam causado a demora no primeiro dia de cobranças nas praças de pedágio.
Conforme explicou Abreu, o domingo foi de muitos ajustes no sistema, principalmente no meio de pagamento manual e automático que apresentavam lentidão:
– Por esse motivo tivemos que liberar a cancela, porque passamos por uma manutenção corretiva que durou mais ou menos um minuto e meio, o sistema foi reiniciado e foi restabelecida a operação normal das pistas. Durante a tarde tivemos um pico de fluxo das 16h às 17h ,foi aí que fizemos o ajuste e felizmente contornamos a situação da fila.
Outra situação que causou as filas tem relação com as câmeras que fazem a leituras das placas. Segundo Abreu, o posicionamento das placa, que tem uma pequena variação em cada carro, é visto por essas câmeras com inteligência artificial, que com o tempo se aperfeiçoam na identificação. Nesta fase inicial, trocas da letra “I”, pelo número “1”, ou da letra “o”, pelo número “0” podem ocorrer até o sistema “aprenda” a visualizar corretamente.
Ainda foi feito um “papa-filas”, que é a venda antecipada do cupom do pedágio na fila, para conseguir dar vasão aos usuários.
Quanto a extensão máxima ou o limite de tempo em fila, Silva disse que o permitido é de 200 metros por 15 minutos, e de 400 metros também em 15 minutos em vésperas de feriados, e sexta-feira e domingo à tarde. Passado este tempo, a concessionária deve tomar providências como liberar as cancelas ou utilizar “papas-filas”, como ocorreu no domingo.
– A cobrança na RSC-287 não é novidade, mas nas novas três praças são. Os usuários ainda têm dúvida. Eles perguntam preços e eventuais isenções, contudo, passado os primeiros dias, a ideia é que não hajam mais filas – disse Silva.
Ele complementou que o número de cabines é definido conforme o número de veículos que passam pela rodovia. Para fazer o registro de longas filas nas praças de pedágios, Silva afirmou que tanto a concessionária quanto o usuário, que pode usar o aplicativo, podem fazer o registro para que providências possam ser tomadas:
– O registro pode ser com foto. Caso o usuário permita identificar a localização, podemos saber qual praça de pedágio o usuário está. Além disso, temos as câmeras para fazer a verificação.
O que dizem os motoristas
Para o caminhoneiro Moacir Rubini, as melhorias ainda não são suficientes e a estrada deixa muito a desejar.
– Tá ruim, pura buraco. Eu cai em um desnível, que quase saltei da cabine do caminhão. Tá ruim demais, cobrando pedágio ainda – conta o motorista.
O consultor comercial Arquimedes Couto, passou pela primeira vez na praça de pedágio e diz que as melhorias são bem-vindas.
– Eu acho que vai manter a rodovia em condições boas e é sempre conveniente para todo mundo. As filas que não eram esperadas, pelo menos por enquanto não.
O motorista Jorge Lourenço, morador da cidade de Canoas acredita que por ser início da implantação do sistema estejam se formando filas. Ele deixava Santa Maria e elogiou a qualidade da rodovia.
– De Santa Maria até aqui está legal, vamos ver daqui para frente. Acredito que a demora na cancela seja por falta de algum ajuste, alguma coisa. Ainda é início. A gente espera que melhore. Eu acho que são poucas cancelas. Teria que ter pelo menos mais uma – disse o motorista.
Melhorias
Ricardo Pereira da Silva, da Agergs, também falou ao F5 que a partir de agora a concessionária tem de consertar os acostamentos e realizar sinalização vertical, entre outras melhorias.
– Existem limites de tempo em contrato e a Rota de Santa Maria deve monitorar. Toda semana, uma equipe do poder concedente ou da Agergs vai a campo.
CONTATO PARA RECLAMAÇÕES E SOCORRO NA RODOVIA
Reclamações sobre o funcionamento da praça de pedágio, sobre a rodovia e para socorro, os motoristas podem entrar em contato pelo telefone da Rota de Santa Maria pelo 08001000287. Para fazer reclamações para a Agergs ligue para o telefone 0800 979 0066.