Nos últimos dias, os candidatos responderam a cinco temas: saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e finanças. As assessorias das 10 candidaturas ao governos do Estado foram contatadas por ligação, WhatsApp ou rede sociais. Apenas o candidato Carlos Messala (PCB) não retornou. O espaço disponibilizado para as respostas foi o mesmo para todos os candidatos. Veja, abaixo, por ordem alfabética de como apareceram na urna, as manifestações de que cada um dos postulantes ao Piratini.
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As perguntas
Saúde
Foto: Pedro Piegas (Diário/ Arquivo)
Antigos e novos gargalos da saúde pública, sobretudo na Região Central, aguardam soluções. O Hospital Regional ainda não atende na sua totalidade, disponibilizando 80 dos 198 leitos prometidos, o que representa 40%. Em 2022, a crise do IPE Saúde levou 28 hospitais dos 40 prestadores de serviços ameaçarem suspender os atendimentos devido a uma dívida de milhões gerada pelo instituto, sob risco de colapso financeiro. Se eleito, como o senhor pretende viabilizar essas lacunas?
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Argenta (PSC)
Vamos trabalhar com desperdício zero vendendo os cerca de 30 mil imóveis do Estado que não estão em uso. Devemos usar a telemedicina para reduzir as filas nos postos. O IPE se encontra na UTI, devido às gestões políticas não profissionais. Precisamos de uma gestão moderna e incluir as entidades médicas nas decisões
Edegar Pretto (PT)
Vamos recompor as receitas do IPE resgatando salários. Vamos apoiar hospitais, santas casas e municípios. Não terá corte de verbas. Com Lula, teremos também a ampliação de recursos. A saúde precisa estar perto da população.
Eduardo Leite (PSDB)
Além de regularizarmos os repasses da saúde, a retomada do equilíbrio fiscal nos permitiu voltar a investir. Temos quase R$ 9 milhões destinados ao Hospital Regional, por exemplo. Não fizemos tudo, mas avançamos. Em relação ao IPE, o governo vem quitando o passivo. Mas, é importante lembrar que precisamos, sem vender ilusões, rediscutir o modelo de financiamento do IPE
Luis Carlos Heinze (Progressistas)
Há dois problemas com soluções distintas. O primeiro foi o remanejo que o atual governo fez na destinação das verbas para os hospitais regionais. No nosso governo iremos rediscutir e fazer uma redistribuição das verbas para a saúde aos hospitais regionais. O IPE precisa ter uma nova gestão com representantes dos médicos e dos hospitais na gestão do instituto. Vamos zerar a fila de consultas e procedimentos com a ajuda das santas casas e dos hospitais filantrópicos, religiosos e beneficentes
Onyx Lorenzoni (PL)
Se tiver a honra de governar o Rio Grande, vou resolver o passivo da saúde, a crise do IPE, desafogar os hospitais e implantar clínicas de especialidades. É uma questão de escolha. A minha será sempre a que for melhor para os gaúchos
Rejane de Oliveira (PSTU)
Bolsonaro e Eduardo Leite levaram a saúde pública ao caos. Para eles, saúde é mercadoria! É preciso investimento, fortalecimento do SUS e do IPE e o fim das privatizações, com recursos vindo do combate à sonegação. Só um governo socialista dos trabalhadores pode reverter a tragédia da saúde
Ricardo Jobim (Novo)
O Hospital Regional nunca foi realidade plena, precisa de parceria para geri-lo e inseri-lo na estratégia de regionalização da saúde, com centros de média e alta complexidades. O IPE é fruto de descaso e partidarização e foi inviabilizado pela forma de cobrança: quem ganha muito saiu. Prejuízo: R$ 30 a 40 milhões por mês. Tem de auditar e reestruturar seu custeio
Vicente Bogo (PSB)
Nosso compromisso é zerar a fila de espera no SUS, e estimamos ser possível em pouco mais de seis meses. O IPE terá que ter investimentos do Estado para pagar suas dívidas, até a situação se regularizar com a recuperação dos salários dos servidores
Vieira da Cunha (PDT)
A crise da saúde no estado é grave. Há enormes filas por atendimento, realização de exames e cirurgia. O problema é a defasagem da tabela do SUS. É preciso reestruturar o IPE para que tenha equilíbrio financeiro. Apoiaremos os hospitais filantrópicos, beneficentes e santas casas de misericórdia
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Educação
Fotos: Nathália Schneider (Diário)
Agravada pela pandemia, a evasão escolar, que chega a 9,4% no RS, segundo o Inep, e a queda da qualidade do ensino são preocupações de professores e gestores em educação. Na Região Central, o município de Formigueiro, por exemplo, tem 7 mil habitantes e atingiu 41,5% de evasão no Ensino Médio. A isso, soma-se a preocupação com a merenda escolar e um cenário social que depara com mais de 1 milhão de pessoas passando fome no Estado. Se eleito, como o senhor enfrentará essas questões?
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Argenta (PSC)
Envolver a comunidade, empresas, indústrias, bancos e cooperativas para melhorar a estrutura das escolas, pois a criança vai perceber que a educação voltou a ser prioridade. Temos escolas sem banheiro, sujas, com vidros quebrados, abandonadas. Como reter os alunos? Na merenda, é valorizar a agricultura familiar, comprando produtos produzidos aqui, gerando um ciclo virtuoso para a economia
Edegar Pretto (PT)
Temos que recompor as escolas. Vamos iniciar pelo básico: um plano de obras para recuperar as nossas escolas, torná-las um lugar mais acolhedor. Também vamos buscar ativamente os estudantes que abandonaram o Ensino Médio. Além disso, nenhum estudante consegue aprender de barriga vazia, e para muitos a principal refeição é feita na escola. Por isso, iremos reforçar a merenda
Eduardo Leite (PSDB)
Melhoramos de posição no Ideb e conseguimos uma retomada dos investimentos. Aumentamos os repasses para a merenda escolar, aumentamos o repasse para autonomia financeira das escolas e vamos seguir nesse ritmo para melhorar as condições de aprendizado. A educação será a prioridade número um do nosso governo
Luis Carlos Heinze (Progressistas)
A educação pública do Rio Grande do Sul já foi a melhor do país no início dos anos 1980. Tínhamos qualidade do ensino e professores valorizados. Vamos trabalhar para melhorar a estrutura física de escolas estaduais, implantar cursos profissionalizantes no contraturno e oferecer possibilidades tecnológicas para os alunos em toda a rede estadual
Onyx Lorenzoni (PL)
Vamos buscar na tecnologia e nos cursos profissionalizantes a permanência efetiva dos alunos nas escolas. A denúncia de desvio de recursos públicos demonstra o pouco caso e, principalmente a desfaçatez do ex-governador. Recursos que tinham de ser colocados na educação e não foram. Não cuidar da educação dos gaúchos foi uma escolha
Rejane de Oliveira (PSTU)
Essa situação é resultado do abandono dos serviços públicos pelo governo. Para qualificar a escola é preciso políticas educacionais e investimentos massivos que combatam a precarização e o abandono escolar; retorno do plano de carreira; pagamento imediato do piso salarial; efetivação dos contratados e concurso público
Ricardo Jobim (Novo)
A alimentação passa por programa de banco de alimentos e restaurantes comunitários. A evasão só reduzirá com incentivos à permanência e educação que ajude o jovem no mercado de trabalho. Como? Vamos vender o Banrisul e criar um fundo de reestruturação para revolucionar a educação no Ensino Médio integral e profissionalizante
Vicente Bogo (PSB)
A educação será tratada como prioridade número um! Além da recuperação emergencial da infraestrutura escolar, implantaremos um programa de modernização de laboratórios voltados a preparar os jovens para o mercado de trabalho. As escolas serão aliadas para o combate à fome e com associações de agricultores rurais
Vieira da Cunha (PDT)
Temos o 4° pior índice em evasão escolar no Ensino Médio do país. É mais que o dobro da média nacional. Aplicaremos 35% do orçamento em educação, conforme exige a Constituição Estadual. Assim, haverá recursos para melhorar as estruturas das escolas e valorizar os professores e demais trabalhadores da educação. E, principalmente, expandir as escolas de tempo integral. Nossa meta é 200 mil alunos em tempo integral, que terão 3 refeições de qualidade por dia. Aliaremos educação de qualidade com o combate à fome
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Segurança pública
A superlotação dos presídios, a chegada das facções nos pequenos municípios – algo característico no centro do Estado -, e a urgência de investir em mais tecnologia ao trabalho policial, como a utilização de câmeras nos uniformes, são demandas da segurança pública gaúcha. Como articular diante desses problemas?
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Argenta (PSC)
Vamos ampliar a participação que já existe da iniciativa privada na aquisição de viaturas, equipamentos e estruturas para as forças policiais. Defendo parcerias público-privadas para a construção e gestão de presídios
Edegar Pretto (PT)
Vivemos uma onda de violência, com fortalecimento do crime organizado, fruto do enfraquecimento das políticas de segurança. Nós enfrentaremos a violência e o crime como prioridade. Vamos investir em tecnologia, como as câmeras corporais, em diálogo com a categoria. E vamos nos articular com o governo federal
Eduardo Leite (PSDB)
Tivemos uma série de investimentos em Santa Maria e o resultado desse trabalho pode ser visto na redução da criminalidade na cidade e na região, com queda nos índices de homicídio, roubos, furtos e abigeatos. Aumentamos para R$ 458,4 milhões os investimentos em segurança. Isso significa o dobro do total investido nos últimos 13 anos. Ainda há muito por fazer, mas o Estado avançou
Luis Carlos Heinze (Progressistas)
Nossa proposta é aumentar a efetividade dos policiais, com o pagamento de horas extras. Vamos tirar policiais militares que hoje estão em atividades burocráticas, substituindo por brigadianos da reserva que vamos chamar de volta para o serviço administrativo. Vamos intensificar o uso da inteligência e tecnologia para integrar imagens de câmeras de segurança
Onyx Lorenzoni (PL)
Polícia na rua equipada e bem preparada. Pretendo aumentar o efetivo da Brigada Militar e Polícia Civil, que está defasado há décadas. Além de reformular a política pública para os presídios e reforçar a nova polícia penal. Em parceria com as prefeituras, vou estimular a criação das guardas municipais. Governar é fazer escolhas. E a minha escolha será sempre o que for melhor para as pessoas
Rejane de Oliveira (PSTU)
A segurança pública não pode ter como pilar a repressão sobre os trabalhadores e os pobres. Para reduzir a vulnerabilidade dos jovens diante do crime organizado, tem que haver emprego e condições dignas de vida. Defendemos a desmilitarização da Brigada, fim da repressão, democratização das polícias, descriminalização das drogas e segurança nos bairros sob controle da população
Ricardo Jobim (Novo)
As facções dominam os presídios e recebem mão de obra sempre que alguém é preso sem ser desses grupos. É necessário isolá-las, desidratá-las cortando sinal de celular e construir novos presídios com parceria privada. As ruas precisam de tecnologia no combate a delitos e facções, tornando o crime mais caro aos criminosos
Vicente Bogo (PSB)
Nosso foco será a serviço de proteção dos cidadãos. Isto implicará o investimento em novas tecnologias de investigação e acompanhamento do trabalho policial, como as câmeras nos uniformes dos agentes, ênfase no trabalho de inteligência policial, combate sem tréguas ao crime organizado e humanização dos presídios
Vieira da Cunha (PDT)
A Brigada Militar tem cerca de 17 mil policiais. Deveriam ser 32 mil. A Polícia Civil tem defasagem de quase 5 mil policiais. Faremos concurso público regularmente. Integraremos as Polícias Civil e Militar e investiremos em tecnologia. É inadmissível os policiais não terem câmeras nos coletes
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Infraestrutura
Foto: Nathália Schneider (Diário)
O senhor pretende manter a concessão da RSC-287, como prevê o contrato, ou o governo irá investir recursos dos cofres para antecipar a duplicação e para baixar o valor da tarifa? E quanto à duplicação da Faixa Nova de Camobi (RSC-287), que liga Santa Maria à UFSM e é uma das ligações do centro do Estado à Capital? Sairá do papel?
Argenta (PSC)
A Faixa de Camobi é fundamental. Mas o contrato de concessão da RSC-287 será revisto. Passaremos um pente fino. Sou gestor, gero 25 mil empregos, somos a melhor empresa das Américas no setor, sei como fazer. No meu governo não vai ter sobreposição de gastos e funções como temos hoje com a EGR e Daer. Vamos propor a extinção da EGR
Edegar Pretto (PT)
Estes contratos não podem ser desfeitos, mas devem ser negociados. O contrato de 30 anos da RSC-287 prevê que a duplicação ao lado de Santa Maria só comece no ano 19. Vamos negociar para que a concessionária antecipe as obras. Continuaremos a obra em Camobi, não iremos interromper como fizeram os dois últimos governos
Eduardo Leite (PSDB)
Nada impede que seja feita uma discussão sobre a antecipação da duplicação, desde que em condições que sejam boas para todos os envolvidos no processo. Sobre a duplicação da Faixa Nova de Camobi, a obra está garantida e sairá do papel no nosso governo
Luis Carlos Heinze (Progressistas)
Vamos acabar com a EGR e rediscutir todos os contratos feitos da maneira antiga, com pedágio caro e pouca obra
Onyx Lorenzoni (PL)
O modelo de concessões utilizado por Leite/Ranolfo não leva em conta o cidadão. Nosso governo dedicará atenção a todas as regiões. Seja por concessão ou investimento do Estado, ninguém ficará para trás. Oferecemos ao Rio Grande um governo responsável no uso dos recursos públicos
Rejane de Oliveira (PSTU)
As concessões são maracutaias. Eduardo Leite entrega nosso patrimônio, a população sofre e os grandes capitalistas lucram! Iremos anular este processo, sem indenização. As obras a serem realizadas serão decididas pela povo organizado em Conselhos Populares
Ricardo Jobim (Novo)
Contratos têm de ser respeitados. Renegociações são possíveis. O problema é que o governo não ouviu ninguém. Vamos investir na duplicação da Faixa Nova, caso não haja oferta privada
Vicente Bogo (PSB)
Os contratos juridicamente perfeitos serão mantidos, o que não impede que sejam reexaminados. A RSC-287 é sem dúvida uma das mais prioritárias e será tratada como tal. É para obras como esta, que pretendemos rediscutir o Acordo de Recuperação Fiscal com o governo federal
Vieira da Cunha (PDT)
A Faixa Nova de Camobi será prioridade. Quanto às concessões, revisaremos o atual modelo. Instalação de praças de pedágio só precedida de amplo e democrático processo de discussão com as comunidades envolvidas
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Finanças
Foto: divulgação
O Regime de Recuperação Fiscal limita os gastos nos nove anos em que irá vigorar. Em 2023, o Estado também retoma o pagamento das parcelas da dívida. Se senhor for eleito, pretende rever o regime e as parcelas da dívida?
*O Regime de Recuperação Fiscal e a retomada do pagamento das parcelas não irá reduzir drasticamente a capacidade de investimentos no Estado? (Pergunta feita exclusivamente para Eduardo Leite)
Futuro governador terá de saber investir com pouco dinheiro no caixa
Argenta (PSC)
Tenho dito há mais de nove meses: vamos renegociar o Regime de Recuperação Fiscal. Não acho justo o Estado pagar juros sobre juros sendo um ente federado. Estamos de joelhos. O Rio Grande do Sul precisa de um líder forte e inspirador
Edegar Pretto (PT)
Os últimos governos aumentaram em R$ 16 bilhões a dívida. Vamos renegociar, como Tarso e Olívio fizeram. Já falei com Lula sobre isso. O RRF foi um péssimo negócio. O Estado vai voltar a decidir o seu futuro e investir onde é preciso para ampliar as oportunidades
Eduardo Leite (PSDB)
O que reduz a capacidade de investimentos no Estado, historicamente, é o desequilíbrio financeiro. O Regime é justamente o oposto disso, porque garante contas saudáveis e investimentos
Luis Carlos Heinze (Progressistas)
Sim. É preciso debater com a União e outros estados que já entraram no Regime de Recuperação Fiscal para termos uma nova relação com o Poder Central na questão da repactuação da dívida
Onyx Lorenzoni (PL)
O acordo fechado pelo atual governo impede que eu reduza impostos. Eu desejo ser o primeiro governador da história do RS a reduzir o peso da carga tributária. Temos que governar para as pessoas e não para a máquina do governo
Rejane de Oliveira (PSTU)
A dívida é agiotagem para transferir recursos aos bancos e grandes capitalistas. Vamos anular a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal e priorizar um plano de obras públicas que garanta emprego e construa habitações, escolas, hospitais, saneamento
Ricardo Jobim (Novo)
O regime é vital para fazer o Estado caber em si mesmo. O pagamento integral das parcelas será em 9 anos. Até lá teremos espaço fiscal para pagar sem grandes problemas. Mas não apoiamos irresponsabilidade nem queremos salários atrasados e zero capacidade de investimento, como no primeiro ano do governo Sartori
Vicente Bogo (PSB)
Apenas para o ano que vem o orçamento enviado à Assembleia Legislativa prevê um déficit e R$ 3,7 bilhões, o que antecipa um agravamento da situação do Estado concomitante ao pagamento da dívida. O RS se tornará ingovernável se esse acordo não for revisto. Falar em equilíbrio fiscal e orçamentário nestas condições é pura propaganda eleitoral
Vieira da Cunha (PDT)
Ingressarei com ação judicial para contestar esse acordo lesivo aos interesses do RS. Nosso Estado não deve R$ 75 bilhões. Farei valer os direitos do povo gaúcho
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