No último fim de semana, a manchete do Diário destacou o desafio de implementar a tecnologia no ensino. O conteúdo trazia um levantamento feito pela reportagem sobre o uso das lousas digitais dadas a escolas estaduais de Santa Maria pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento na Educação (FNDE), em 2013. Das 10 escolas visitadas, nove receberam o equipamento. Dessas, cinco não o utilizam, duas o usam pouco e duas o empregam com frequência.
A maioria das direções justificou que o não emprego da lousa se devia à resistência dos professores, que costumam optar por métodos mais tradicionais de ensino. O Cpers/Sindicato admite que há resistência, mas que ela é compreensível.
São maioria na nossa categoria professores que se formaram usando quadro negro e giz. Eles não tiveram prática com novas tecnologias. Também as escolas em que trabalharam estiveram por um longo tempo sem esses equipamentos. Muitas vezes, faltaram coisas básicas para as aulas. E isso acaba gerando uma resistência a novidades, porque os professores acham que vai durar pouco diz o vice-presidente no núcleo local do Cpers, Dartagnan Agostini.
O sindicalista também associa a situação ao desestímulo que a categoria enfrenta há muitos anos:
As escolas precisam dar outro tratamento ao professor. Eles já ganham salários baixos, têm ameaça de parcelamento... O professor perde o amor-próprio e a dignidade para se apropriar do equipamento e se convencer de que é importante.
Situação tem dias contados
Segundo o sindicalista, as novas gerações de professores já terão incorporado o uso da tecnologia ao saírem da academia.
À medida que a categoria for rejuvenescida com pessoas que venham da universidade e já tendo passado pelo uso dessa tecnologia, isso será incorporado. Claro que tem de estar sempre presente a satisfação, o prazer de dar aula, que depende muito das condições materiais da escola, de salário, tudo isso argumenta Agostini.
Além das 30 escolas estaduais de Santa Maria, outras 35 escolas municipais receberam lousas digitais do FNDE há dois anos.
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