Série Desafios na Educação

Resistência dos professores às novas tecnologias é compreensível, diz Cpers

Lizie Antonello

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No último fim de semana, a manchete do “Diário” destacou o desafio de implementar a tecnologia no ensino. O conteúdo trazia um levantamento feito pela reportagem sobre o uso das lousas digitais dadas a escolas estaduais de Santa Maria pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento na Educação (FNDE), em 2013. Das 10 escolas visitadas, nove receberam o equipamento. Dessas, cinco não o utilizam, duas o usam pouco e duas o empregam com frequência.

A maioria das direções justificou que o não emprego da lousa se devia à resistência dos professores, que costumam optar por métodos mais tradicionais de ensino. O Cpers/Sindicato admite que há resistência, mas que ela é compreensível.

– São maioria na nossa categoria professores que se formaram usando quadro negro e giz. Eles não tiveram prática com novas tecnologias. Também as escolas em que trabalharam estiveram por um longo tempo sem esses equipamentos. Muitas vezes, faltaram coisas básicas para as aulas. E isso acaba gerando uma resistência a novidades, porque os professores acham que vai durar pouco – diz o vice-presidente no núcleo local do Cpers, Dartagnan Agostini.

O sindicalista também associa a situação ao desestímulo que a categoria enfrenta há muitos anos:

– As escolas precisam dar outro tratamento ao professor. Eles já ganham salários baixos, têm ameaça de parcelamento... O professor perde o amor-próprio e a dignidade para se apropriar do equipamento e se convencer de que é importante.

Situação tem dias contados

Segundo o sindicalista, as novas gerações de professores já terão incorporado o uso da tecnologia ao saírem da academia.

– À medida que a categoria for rejuvenescida com pessoas que venham da universidade e já tendo passado pelo uso dessa tecnologia, isso será incorporado. Claro que tem de estar sempre presente a satisfação, o prazer de dar aula, que depende muito das condições materiais da escola, de salário, tudo isso – argumenta Agostini.

Além das 30 escolas estaduais de Santa Maria, outras 35 escolas municipais receberam lousas digitais do FNDE há dois anos.

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