Reajuste emergencial

Reajuste salarial dos professores da rede municipal deve ser tratado somente em agosto, afirma prefeito Jorge Pozzobom

Reajuste salarial dos professores da rede municipal deve ser tratado somente em agosto, afirma prefeito Jorge Pozzobom

Foto: Eduardo Ramos (Arquivo Diário)

A lei 11.738, de 2008 determina que o piso salarial dos professores municipais seja reajustado anualmente, no mês de janeiro. Em Santa Maria, a data base para revisão é o mês de março, mas ainda não foi anunciado quanto será o valor do reajuste. Desde março, a categoria realiza paralisações  pelo reajuste emergencial do piso. O poder público municipal havia anunciado que o índice de reposição salarial não seria divulgado antes do mês de junho, apenas após o fechamento dos números do quadrimestre fiscal. Em entrevista ao Diário, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) afirma que existe a possibilidade do percentual de reajuste ser tratado em agosto deste ano.  

Conforme o Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm), em 15 anos, o pagamento só foi realizado de acordo com a lei apenas uma vez. O sindicato reivindica emergencialmente 14,95% de reajuste salarial, mesmo índice aplicado ao piso nacional em janeiro deste ano.

Atualizações do poder público

Pozzobom explica que antes de discutir o percentual é preciso reduzir o índice de limite prudencial (situação de um município em relação às despesas) da Lei de Responsabilidade Fiscal.

– Até o momento, caímos para 53% (51,30% é o limite prudencial e 54% o limite máximo permitido pela Lei) e temos uma expectativa de que em agosto vamos cair para 48%. Daí em agosto, há uma expectativa de reduzir o índice, e vamos ter a responsabilidade de poder tratar o percentual que vamos dar de reajuste. 

O prefeito complementa que, em 2022, o valor do padrão referencial dos membros do magistério público municipal foi reajustado em 21,05%, permitindo que os professores pudessem receber o piso. Além disso, o executivo está encaminhando um projeto de lei para a Câmara dos Vereadores, para a contratação temporária de 518 professores. 

Posição do sindicato   

Os professores municipais de Santa Maria, no mês de junho, voltaram a debater a continuidade da campanha salarial. O Sinprosm está organizando uma assembleia geral ordinária, que ocorrerá no dia 28, no Salão de Atos do Instituto Estadual Manoel Ribas com primeira chamada às 18 h.

Segundo o sindicato, foi encaminhado um ofício ao gabinete do prefeito Jorge Pozzobom solicitando audiência para que sejam retomadas as conversações.

– Na última reunião, com a presença da comissão de educação da Câmara, o prefeito afirmou que até o início de junho haveria resposta. A categoria não pode mais esperar –  afirma a coordenadora de Organização e Patrimônio, Juliana Moreira.

O coordenador de Comunicação do sindicato, Rafael Torres informa que na assembleia vão ser tiradas próximas datas para paralisações da categoria e as próximas ações que serão tomadas, referentes ao reajuste.

– A Lei de Responsabilidade Fiscal não é impeditivo para o pagamento do reajuste ao magistério. Em nenhum momento somos chamados para discutir sobre, apenas quando procuramos o executivo. A data base de janeiro nunca foi respeitada, a do município é março e mesmo assim não foi respeitada. É uma bola de neve. Quem garante que quando chegarmos em agosto teremos algum índice? 

Torres reforça que não há sinalização de divulgação do percentual do reajuste e que não é descartado uma greve no município. 

– Daqui a pouco estamos chegando no final do ano, quando vai ser anunciado o novo índice do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e do piso nacional, sendo que não resolvemos ainda as questões deste ano. Então, realmente a categoria está esgotada e não aguenta mais esperar.

O que diz a lei

  • Desde 2008, a Lei n° 11.738 institui o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da Educação Básica. Em 2013, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a constitucionalidade da Lei do Piso.
  • Após 15 anos, o pagamento só ocorreu conforme a lei apenas uma vez
  • A portaria que reajusta o valor do piso dos professores da educação básica assinado em janeiro ainda não foi colocada em prática. Autoridades já apontavam a dificuldade no pagamento
  • O valor é definido pelo governo federal, os estaduais e municipais são os responsáveis pelo pagamento. O cálculo do reajuste tem como base os valores do Fundo de
  • Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb)

Reajuste 

O Sinprosm luta pela equiparação do primeiro nível da carreira ao piso nacional da categoria, que hoje está defasado em 60%, segundo o sindicato. Emergencialmente, a reivindicação é de 14,95%, mesmo índice aplicado em janeiro pelo governo federal ao piso da categoria. A portaria que reajusta o valor do piso dos professores da Educação Básica assinado em janeiro ainda não foi colocada em prática. Autoridades já apontavam a dificuldade no pagamento.

Valor é definido pelo governo federal, os estaduais e municipais são os responsáveis pelo pagamento. O cálculo do reajuste tem como base os valores do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

  • Valor atual do pagamento em Santa Maria: R$ 1.373,53
  • Valor pós ajuste em SM: R$ 2.210,28

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