Quarto dia do julgamento de Leandro Boldrini do Caso Bernardo começa nesta quinta

Redação do Diário

Quarto dia do julgamento de Leandro Boldrini do Caso Bernardo começa nesta quinta
O julgamento do réu Leandro Boldrini começou na última segunda-feira (20), em Três Passos, pelo assassinato do filho Bernardo Boldrini, em 2014, quando o menino tinha 11 anos. O pai da criança responde pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, motivo fútil, emprego de veneno e dissimulação), ocultação de cadáver e falsidade ideológica. O júri segue sendo transmitido ao vivo pelo canal do TJRS no YouTube. Neste quarto dia de julgamento, começa a fase de debates entre MP e a defesa. As partes têm até 5 horas no total para defender suas teses. Na sequência, o conselho de sentença se reúne para julgar se Boldrini é culpado ou não pela morte de Bernardo. Diferente do que era esperado, o réu não vai falar. Nos último dois dias, Leandro Boldrini passou mal e não pode acompanhar o júri.

Sobre o júri

Para o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), que está representado em plenário pelos promotores de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari e Miguel Germano Podanosche, o júri deve se estender por até três dias. Além do réu, serão ouvidas 10 testemunhas (quatro arroladas somente pelo MPRS, uma arrolada por ambas as partes e outras cinco arroladas apenas pela defesa). Após as oitivas das testemunhas e o interrogatório do réu, se iniciarão os debates. MPRS e defesa terão 1 hora e 30 minutos cada para se manifestarem.

Relembre o caso

Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014. Seu corpo foi encontrado 10 dias depois, enterrado em uma cova vertical dentro de uma propriedade às margens de um riacho na cidade vizinha de Frederico Westphalen. No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos por serem, respectivamente, o mentor intelectual e a executora do crime. A amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, também foi presa por ajudar no assassinato. Dias depois, Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, foi preso por ser quem preparou a cova onde o menino foi enterrado. Os quatro réus foram condenados em 2019, mas o júri de Leandro foi anulado em dezembro de 2021.

Como aconteceu

O assassinato de Bernardo teve início em Três Passos, por volta das 12h, e terminou com sua execução, às 15h do mesmo dia, em Frederico Westphalen. Graciele, a pretexto de agradar o menino, o conduziu até Frederico Westphalen. Ao iniciar a viagem, ainda em Três Passos, deu ao enteado midazolam – medicação de uso controlado – sob argumento de que era preciso evitar enjoos. Em seguida, já na cidade vizinha, Graciele e Bernardo se encontraram com Edelvânia, amiga da madrasta. Os três seguiram para local antecipadamente escolhido na Linha São Francisco, distrito de Castelinho, próximo a um riacho, onde a cova foi aberta dias antes por Evandro.

Segundo dia de julgamento

Na terça (21), mais três pessoas prestaram depoimento no júri. Foram ouvidas a delegada regional Cristiane Braucks; a ex-secretária do consultório de Leandro, Andressa Wagner; e uma vizinha do réu, Juçara Petry. Leandro Boldrini não acompanhou o segundo dia do julgamento. Ele chegou a comparecer ao fórum, mas precisou de atendimento médico e foi dispensado.

O advogado Ezequiel Vetoretti, que representa Boldrini, afirma que “as testemunhas ouvidas até o momento reforçam a certeza de que Leandro não tem participação na morte do filho“. Ele acrescenta que “as delegadas de polícia falam em contexto probatório, porém não conseguem destacar um elemento idôneo que dê segurança quanto à participação do pai”.

Por fim, Vetoretti sustenta que “o depoimento da Tia Ju [Juçara Petry] apenas levanta questões atinentes a um comportamento omissivo de Leandro, fato que nem está em julgamento” e que Andressa “relatou ter presenciado relação de carinho entre pai e filho”.

Terceiro dia de julgamento

Na manhã de quarta (22), Ariane Silvia Ceolin, psicóloga de Bernardo, foi a primeira a depor, seguida por Luiz Omar, prestador de serviços de manutenção para a família. A psicóloga afirma que a admiração que Bernardo tinha pelo pai “não era correspondida”. Ela acrescenta que o menino parou de ir às sessões de terapia e quando questionado, afirma que “estava tomando três medicamentos controlados diferentes, receitados por um psiquiatra”. Além disso, ao ser questionada se existia a possibilidade de diagnóstico de bipolaridade ou esquizofrenia, a psicóloga foi enfática ao afirmar que não, Bernardo tinha sintomas de uma criança que era “órfão de mãe morta e pai vivo”.

Pelo turno da tarde, que iniciou às 14h, fala Marlize Cecilia Renz, ex-funcionária de Leandro Boldrini, seguida de Lori Heller, que foi babá de Bernardo por cerca de três anos; Logo depois, Rosangela, que trabalhava na administração do hospital no qual Leandro era médico; Andrigo Rebelato, advogado e primo de Leandro, está falando como informante. Ele é bastante questionado sobre defender Leandro em ações que ainda estão em tramitação e prestar depoimento em forma “de acusação”, sob pena de responder para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

*Com informações do g1

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