saturnino de brito

Praça no coração de Santa Maria é o retrato do abandono

Thays Ceretta

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Santa Maria conta com uma praça em seu coração. Localizada em privilegiada área central, a Saturnino de Brito tem espaço para crianças, comércio e espaço de convivência para os moradores. Mas essa descrição não condiz com a realidade de quem frequenta o local. Apesar do privilégio de estar entre ruas centrais, o local foi deixado de lado, opinaram a maioria dos moradores e frequentadores ouvidos pelo Diário na tarde desta segunda-feira.

O cenário é desanimador, a começar pelos brinquedos da pracinha, que estão enferrujados, quebrados e com parafusos soltos. A cerca ao redor da área infantil está comprometida, e onde era para ter areia, tem grama. Mesmo com essa situação, tem gente que ainda leva as crianças para brincar no local.

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A Saturnino de Brito ficou fora da licitação da prefeitura para receber novos kits com gira-gira, escorregador, balanço e gangorra. Os brinquedos foram instalados este ano em 36 espaços de lazer. Na tarde de ontem, a pequena Évelyn Emmel do Rosário Dias dos Santos, 2 anos, estava na companhia do pai e da avó. Há tempos eles não frequentavam o local e, mesmo assim, perceberam poucas mudanças. Para não cair no chão e se machucar no escorregador, foram colocadas tábuas no chão. O gira-gira não pode ser utilizado porque não tem onde sentar.

- Não estava trazendo ela porque está muito depredada. Faz anos que está assim, não está conforme os padrões, e eu já vi outras que estão com brinquedos novos. Para a idade dela, não tem muita opção, e o que existe arrumaram um pouco ou estão estragados. Não dá para deixar ela sozinha, é perigoso se machucar - diz o pai, Everton Luiz dos Santos, 33 anos, artesão.

FALTA MANUTENÇÃO

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

A falta de manutenção dos brinquedos não é o único problema da Praça Saturnino de Brito. Há 15 anos, funciona no local o Centro de Comercialização da Agricultura. Cerca de 30 produtores comercializam alimentos e artesanato, mas, segundo o presidente da cooperativa, Fernando dos Santos, 54 anos, mesmo assim, a sensação é de insegurança.

- Já fomos alvo de vandalismo várias vezes. Entraram pelo forro para roubar os produtos, jogam pedras e quebram os vidros. Já perdemos as contas de quantas vezes sofremos com isso. Agora, colocamos grades e películas. A cooperativa arrecadou dinheiro, reformamos tudo e pintamos, mas já picharam. A guarda (Guarda Municipal) deveria passar mais vezes por aqui - relata.

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Segundo um funcionário da empresa terceirizada pela limpeza, o serviço é feito diariamente, entre 7h30min e 15h30min.

Os feirantes que fazem parte do projeto Esperança/Cooesperança levam os produtos todos os meses, durante uma semana, para vender na praça. Eles também reclamam do cenário.

- É lamentável ver essas lajotas soltas, já vi muita gente cair, tropeçar e até quebrar o braço por causa desse piso. Está horrível, fica difícil transitar porque há fios soltos e, ao invés de arrumarem, jogaram resto de cimento. Depois do temporal de outubro do ano passado, muitas árvores foram retiradas e sobraram alguns tocos - conta Maria do Carmo, 66 anos, comerciante do projeto.

SEM PREVISÃO DE NOVOS BRINQUEDOS
Conforme a Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer, a licitação para a instalação de 52 kits de brinquedos em 36 praças e parques da cidade e dos distritos foi realizada durante a gestão anterior, e a Saturnino de Brito não foi contemplada para receber as estruturas. No momento, não há projeto para a compra de novos equipamentos. No entanto, caso a prefeitura promova nova licitação para esse fim, a Saturnino deverá ser incluída na relação de locais por conta de sua localização privilegiada e suas dimensões.

A Secretaria de Meio Ambiente tem um planejamento de manutenção das praças, e a Saturnino de Brito é uma das que está no cronograma da pasta. O órgão ressalta que algumas árvores sofreram elevação de copa, para melhorar a visão de câmeras de videomonitoramento da praça, especialmente em épocas de festa dos estudantes.

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O superintendente da Guarda Municipal, Sandro Nunes da Silva, afirma que as equipes fazem ronda 24 horas por dia em praças, escolas, parques e ruas da cidade. São sete veículos na rua, quatro carros e três motocicletas. Na sede, é possível monitorar 32 câmeras em tempo real que estão instaladas pelo município.

- A equipe chega no local, fica um tempo, faz a ronda e vai para outro lugar. Hoje, a gente trabalha com pessoas e com os equipamentos também, uma dupla de dia e um trio de noite em cada veículo - explica o superintendente.

Qualquer tipo de ocorrência nas praças envolvendo dano ao patrimônio público, depredação, perturbação ao sossego público deve ser denunciada para o telefone 153, da Guarda Municipal.

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