A Polícia Civil resolveu 78,5% dos casos de assassinatos de 2015 em Santa Maria. Dos 56 registrados entre janeiro e dezembro, 44 foram solucionados, ou seja, tiveram inquérito remetido à Justiça.
Dos que não foram solucionados, conforme o titular da 3ª Delegacia Regional da Polícia Civil, Sandro Meinerz, pelo menos sete "estão na iminência de serem resolvidos", ou seja, são crimes cuja autoria já é conhecida.
Mulher é assassinada com 5 tiros na frente de casa em Santa Maria
Conforme levantamento feito pela reportagem da Rádio Gaúcha, em 2014 foram registrados 50 casos de assassinatos (homicídios e latrocínios). Este ano, foram 56. O mais recente foi no bairro Tancredo Neves. Abordando exclusivamente casos de homicídio, o delegado Meinerz aponta que houve uma redução de 2014 para 2015.Estratégias de investigação
Meinerz afirma que a Polícia Civil planejou estratégias específicas ao longo de 2015 para dar conta desses casos uma delas foi a de começar o trabalho investigativo tão logo aconteceu o crime, já com profissionais da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA). Os policiais levantam o máximo de informações, mesmo que preliminares, e depois remetem à delegacia que dará andamento à investigação.
Além disso, a Polícia Civil tem mapeado casos de tentativa de homicídio, pois se constatou que eles tendem a se tornar homicídios. Esses dados incrementam o trabalho investigativo. Em 2014, foram registradas 152 tentativas de homicídio. Em 2015, foram 178. Com essas informações, a Polícia Civil consegue planejar ações preventivas no sentido de coibir possíveis homicídios.
Dentro da estratégia de mapeamento e levantamento de dados, ganham destaque os casos de assalto a estabelecimentos comerciais, residências e pedestres, que podem levar ao crime de latrocínio. Foram seis casos em 2014 contra dois em 2015.
O alvo, na grande maioria das vezes, são pessoas de bem, que não têm nada que ver com a motivação do criminoso, mas acabam, por fatalidade, sofrendo as consequências diz.
Trabalho em conjunto
Como a Polícia Civil trabalha de forma investigativa, quando o crime já aconteceu, uma aproximação com a Brigada Militar (BM) se tornou importante. Iss, pois a BM trabalha no sentido de coibir crimes para que eles não aconteçam.
De acordo com o comandante regional de polícia ostensiva no Centro do Estado, coronel Worney Mendonça, desde agosto passado o Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO) conta com uma central de inteligência que faz o mapeamento de todos os tipos de crime que acontecem em Santa Maria.
O próximo passo é traçar o perfil do criminoso, pois há aqueles que são conhecidos por serem reincidentes diz.
É exatamente nesse ponto que a integração de ações entre as duas polícias civil e militar se torna necessária. Com base nessa central de inteligência, que trabalha com georreferenciamento, ações ostensivas e investigativas serão articuladas de forma mais eficiente.
Será possível, por exemplo, conhecer que tipo de crime é mais frequente em diferentes regiões da cidade, qual o tipo de criminoso que o comete, quem ele é e, assim, trabalhar de forma preventiva.
O que esperar de 2016?
Em 2016, Santa Maria vai contar com uma Delegacia de Homicídios, ainda sem data certa para o início dos trabalhos. O delegado Meinerz aponta que centralizar os casos em uma única delegacia vai ajudar a resolver os crimes, além de otimizar o trabalho das demais delegacias.