Polícia ainda não sabe como avião que caiu em São Vicente do Sul veio parar no RS

A Polícia Civil investiga a morte do piloto do avião que caiu em uma propriedade rural no interior de São Vicente do Sul no início da noite de domingo. A vítima, Alexandre Félix da Silva, morreu na hora. Ele é natural de Tangará da Serra, no Mato Grosso, e estava há cerca de um mês trabalhando na propriedade onde a aeronave caiu. As informações são da Rádio Gaúcha Santa Maria.

Piloto que morreu trabalhava há um mês em São Vicente do Sul

A reportagem da Rádio Gaúcha teve acesso a documentos que constatam que a situação de aeronavegabilidade do avião está “normal”. O certificado para utilização aeronave vence em 27 de abril de 2016. Apesar disso, há indícios de irregularidades.

Por meio do prefixo do avião, a polícia descobriu que a aeronave pertence a uma empresa da cidade de Formosa, no Estado de Goiás. Há duas empresas em São Vicente do Sul que fornecem aviões agrícolas com o objetivo de plantio.

A polícia quer saber, então, por qual razão se utilizou um avião que fica em uma cidade distante quase 2,2 mil quilômetros de São Vicente do Sul e como que o veículo veio parar no Rio Grande do Sul. Há suspeita de que um atravessador tenha atuado no processo. A reportagem ligou para a empresa, a DH Agropecuária Ltda, que não atendeu ao telefone.

De acordo com o delegado André Pastoriza, a Polícia Civil fica responsável pela investigação criminal.

 “Nós queremos saber se houve a responsabilidade de terceiros nesse óbito ou se foi uma fatalidade”, diz. “Se foi culpa exclusiva da vítima, se teve um fator externo, como o climático, por exemplo.”

O 5º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (5º Seripa), em Canoas, também é responsável pelo caso. Dois profissionais deverão chegar durante a tarde ao local da queda.

Ainda de acordo com o delegado, a investigação policial “visa obter elementos de autoria e materialidade de um suposto crime”. Ele explica isso, pois “a aeronáutica vai avaliar as condições do acidente, mas não para o fim de apuração penal, mas sim para a parte administrativa”.