plural

PLURAL: os textos de Juliana Petermann e Eni Celidonio

Cringe
Juliana Petermann 
Professora universitária

style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">Nas últimas semanas, uma discussão tomou conta das redes sociais. Na verdade, trata-se de um conflito geracional entre a Geração Y ou Millennials (pessoas nascidas entre 1982 e 1994) e a Geração Z, os nativos digitais, também conhecida como Gen Z (pessoas nascidas entre 1995 e 2010). Todo o forrobodó está centrado em uma questão: ser ou não cringe. Eu, uma tia avó na internet, pertencente à Geração X (pessoas nascidas entre 1965 e 1981), criada pela televisão e apresentada ao computador e à internet quase adulta, fui para o Google perguntar o que viria a ser o termo "cringe". Pouco satisfeita com as explicações que me foram fornecidas pelos primeiros links, recorri a um caminho mais curto. Perguntei aos meus alunos e alunas, por sua vez, Millennials, que raio de conversa era essa. Boas explicações depois, consegui fazer a minha própria análise da questão.

EU POSSO EXPLICAR

O termo "cringe", deriva do verbo da língua inglesa "to cringe", que traduzido seria algo como "encolher-se". Talvez a definição mais próxima, para a expressão seja "sentir vergonha alheia". Como gíria, surge para definir o que os Gen Z identificam como marcas comportamentais dos Millennials, consideradas cafonas e que geram esse sentimento de vergonha alheia. Vejamos o que os Gen Z consideram como comportamentos inadequados: gostar de café, de Sandy & Junior, de Harry Potter e do seriado Friends, tomar cerveja "litrão", ser fã da Disney, alguns tipos de emojis, usar o termo "boletos" ao invés de "contas", além de usar sapatilhas e calças skinny. A lista é enorme e acabou virando uma brincadeira nas redes sociais.

O QUE EU ACHO CRINGE

Embora a análise geracional possa ser bastante divertida, como vimos com as recentes rusgas entre Millennials e Gen Z, gostos, modos de se vestir e modos de se expressar não são fatores suficientes para despertarem em mim o sentimento de vergonha alheia. Mas algumas opiniões sim. Como, por exemplo, ver um senador da República ir a público dizer-se envergonhado por ter estudado na UFSM, uma das melhores instituições de ensino do país, responsável pela formação de mais de 180 mil pessoas e que figura entre as 1,3 mil universidades mais importantes do mundo. Eu, uma tia avó da internet, vou pegar emprestada a gíria para dizer: sinto vergonha alheia por quem não é grato ao ensino público e gratuito que recebeu. 

Acho cringe não reconhecer a universidade como um espaço plural. E, por último, acho ainda mais cringe procurar razão e defesa para os argumentos de tal senador.

Pardais
Eni Celidonio
Professora universitária

style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

Nada me irrita mais do que viajar para Porto Alegre, pelo menos no trajeto entre Santa Maria e o último pedágio da estrada 287, entre Santa Cruz e Taquari. Primeiro, fico pensando que pagamos IPVA, pedágio e as estradas estão em petição de miséria. Tem uma teoria de que as estradas daqui são consertadas de maneira bem simples: enchem os buracos de farofa de cuca e rezam para não chover, porque se chove, os buracos reaparecem. 

     Além dos buracos, o que tem de degraus é brincadeira. Carros altos ainda se viram bem, mas carros baixos é de chorar! Não tem suspensão que aguente. Eu simplesmente vou tensa, porque desvia de degrau, desvia de buracos e, como a estrada é mão dupla, é um risco, porque a escolha é ou cair no buraco ou bater de frente de quem vem em sentido contrário.

Sempre que vejo um redutor de velocidade, eu me vejo caindo na gargalhada, porque penso que não tem como alguém em sã consciência passar a mais de cinquenta naquela picada! E entra dinheiro, e entra dinheiro e estrada que é bom, não tem.

Mas agora, a prefeitura resolveu colocar radares em seis cruzamentos da área central do município, e tem como objetivo monitorar limites de velocidade. Os controladores já estão instalados e vão ter várias funções: verificar veículos furtados, clonados, envolvidos em ocorrências ou procurados pela polícia, controlando o tráfego e inibindo o excesso de velocidade e o avanço de sinal.

Tudo isso para evitar acidentes. Mas olhando os locais onde foram colocados, a pergunta é a seguinte: o que tem na Acampamento com a Medianeira que mostra um local de perigo iminente? Tem escola? Tem, mas na Dr. Turi! Grande número de pedestres? Mas não tem sinal? Tem como arrancar e fazer aquela curva a 80? O papo é o de sempre: depois do estudo técnico realizado, que constatou excesso de velocidade e blábláblá... para reduzir sinistros no trânsito. Todos os locais onde serão colocados os ditos controladores tem sinal de trânsito.

O atropelamento é uma das maiores causas de mortes no trânsito. Agora, eu pergunto: se o sujeito atravessa a Medianeira fora da faixa de pedestre, fazer o quê? Estou cansada de ver famílias com crianças atravessando a Ângelo Bolson, a Medianeira, a Presidente Vargas fora da faixa de pedestres. Por que digo isso? Ora, o problema é muito mais sério do que excesso de velocidade, é educação. Quem disse que uma criança ou idoso, sendo atropelado por um carro a 50 quilômetros, não corre o risco de morrer?

Enfim, não sou contra cuidar do cidadão, não sou contra penalizar o sujeito infrator. Por enquanto, não haverá penalidade. Por enquanto... Então, já que o problema é preservar a vida do cidadão, quem sabe não fazemos o seguinte: como passamos por uma pandemia, e algumas famílias não tem comida no prato nem roupa para aguentar esse frio, quem sabe não se pega a multa e converte em gêneros alimentícios e cobertores? Penaliza o infrator e ajuda muito os que necessitam. Aprendam com a Feijoada do Diário, que todo ano é um sucesso!

O "Coração do Rio Grande" pode mostrar que não é chamado assim só porque está na região central do Estado...

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