plural

PLURAL: os textos de Atílio Alencar e Paulo Antônio Lauda

  • Um teatro no Rosário
    Atílio Alencar
    Produtor cultural

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    Há mais cidades dentro de uma cidade do que podem imaginar nossas vãs rotinas automáticas. Girar como insetos hipnotizados pelos letreiros e vitrines do centro comercial não é, nem de longe, a experiência mais interessante a ser vivida em Santa Maria. Basta desviar algumas quadras do miolo cubicular que tem no Calçadão seu núcleo nervoso para nos depararmos com outros panoramas, com nuances cartográficas que oferecem pequenos prazeres ao caminhante.

    Se alguém, por exemplo, seguir a luz do fim de tarde e descer a Bozano em direção aos quartéis, recomendo que dobre à direita na Duque de Caxias. Depois de assomar uma daquelas ladeiras onipresentes da geografia local, logo se verá uma simpática pracinha que faz a rua bifurcar, marcando a entrada do Bairro do Rosário. Ao escolher o caminho da esquerda, com os morros verdejando a vista no horizonte, sente-se já um clima de tranquilidade suburbana. Uma quadra e meia depois, à direita de quem desce, está a placa que indica a chegada ao Espaço Cultural Victorio Faccin, sede dos grupos Teatro Universitário Independente (ou TUI, que também já foi o nome do espaço) e do Teatro Por Que Não?

    UM CONVITE

    Se acaso for dia de espetáculo, logo se notará a movimentação do povo que chega a alegre balbúrdia dos atores aquecendo, ou mesmo o silêncio solene que precede as apresentações. Alguns cuscos hospitaleiros, talvez ,estejam por ali, saudando os visitantes. Se o dia for de ensaios ou aulas - o ócio dos artistas é cultivar a arte -, peça licença para conhecer o teatro. Quem sabe, a depender do tempo e da correria do dia, alguém lhe convide para sentar à sombra da nogueira e compartilhe histórias do passado e do presente, do emaranhado de dramas e comédias, reais e dramatúrgicas, que constituem a trama em construção daquele lugar.

    Lá, encontram-se atores e atrizes que sabem o quanto de trabalho está implicado na arte profissional ou amadora. Afinal, são protagonistas da história de um teatro erguido pelas próprias mãos que, em momentos mais sutis, coreografam sob as luzes do palco.

    O certo é que lhe dirão que o Espaço Cultural Victorio Faccin é uma edificação feita de sonhos, suor e cooperação. Com a insistência dos obstinados e com a força dos mutirões. E que ali funciona um teatro popular - cuja história começou há mais de 50 anos - com espetáculos, oficinas, apresentações musicais e tudo o mais que puder ser inventado.

    Depois dessa primeira visita, da qual ficará, talvez, a vontade de retornar, pode-se dizer que a cidade se expandiu na gente, ficou mais íntima. E, assim como passamos a conhecê-la melhor, também ela, agora, nos habita com uma alegria nova.

    É importante lembrar mais alguns fatos
    Paulo Antônio Lauda
    Cirurgião-dentista e 
    ex-professor da UFSM

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    Aesquerda já defendeu o voto impresso/auditável. Sabe quando? Quando a disputa era entre candidatos canhotos. Daí mediam força dentro do mesmo "staff", mas sempre um "cumpanhero" sairia vitorioso e todos os "cargos" estariam garantidos. Quando surgiu um candidato de direita, e com apoio do centro, portanto, diametralmente, oposto às intenções, eles se uniram e decidiram que o voto não poderia mais ser auditado. Talvez, porque não ganhariam mais nenhuma eleição. 

    Outro fato relevante: O PDT é um partido de esquerda e defende o voto impresso/auditável. Por que? Explico... Leonel Brizola só foi eleito no Rio porque, naquela época, ele colocou em dúvida os resultados e buscou uma recontagem. Isso foi possível. O voto poderia ser recontado. Faz parte da história do PDT e eles não querem passar por cima disso. (1982 -Caso Pró consult) E é vedada a ação político partidário de um juiz em exercício! 

    O assunto do voto auditável é interessante a todos os partidos transparentes. E mais, todas essas ameaças de Facebook, WhatsApp e CPI do Senado têm como objetivo intimidar as pessoas e instituições. Assim promovem o medo de se expressar. Deixa transparecer, também, que não estamos mais legislando por ação "do Direito", mas sim uma ação política dos juízes. 

    O Supremo Tribunal Federal deveria tratar somente de problemas jurídicos quando a constituição não está sendo cumprida. Os professores do direito, jornalismo e de todas as áreas do conhecimento são ferramentas importantes da democracia. Eles deveriam promover a verdade jurídica. Nas nossas escolas e universidades, deveriam ensinar somente os termos acadêmicos, quando isso for possível, claro.

    Sempre é válida a ressalva que existem muitos professores de altíssimo quilate e que enobrecem a função. Qual o serviço tem sido feito pelos nossos meios de comunicação? Eles deveriam ser meramente informativos dos acontecimentos, mas, muitas vezes, querem ditar o pensamento da maioria. Assim agiram, por muitos anos, quando indicavam a direção dos nossos pensamentos já no início da manhã, via TV, rádios e jornais. Daí veio a internet que mudou um pouco este modelo. Criando a versão desejada montavam um legislativo e muitas vezes até o executivo, criando um candidato moldado para torná-lo vencedor. 

    Obviamente, que isso não funcionava para todos. O fato de um modelo eleitoral não permitir ser auditado, ao meu ver, só isso já seria o motivo suficiente para alterar este modelo ultrapassado e falho. E, mesmo assim ainda, o sistema, poderia voltar a apresentar falhas que seriam acertadas ao longo do tempo. Mas há um claro interesse de não permitir que possamos verificar se nossa vontade está sendo efetivada. Esta pauta em discussão é legítima e vai definir nossas vidas nos próximos anos. 

    Como poderíamos ajudar? Acho muito pertinente todos passarem a discutir questões como essa e fazer valer a própria vontade. Precisamos crer em nossas instituições para, então, preservá-las. Agora, com a votação encerrada na Câmara Federal sobre as urnas auditáveis, querem realizar um pleito já no ano vindouro com estas urnas já existentes. Penso que há muita água para rolar em baixo desta ponte. Muita mudança deve ocorrer ainda. Pensem nisso!


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