PLURAL: Odorico das Rosas

Redação do Diário

A coluna Plural desta quinta-feira (02) traz textos sobre o tema Direito e Sociedade. Os textos da Plural são publicados diariamente na edição impressa do Diário de Santa Maria. A Plural conta com 24 colunistas.

Rony Pillar CavalliAdvogado e professor universitário

Em épocas que o talento é substituído pelo apelo comercial e que em nome de ativismos em defesa de alegadas minorias, uso este espaço para saudar o verdadeiro talento, aquele que não precisa apelar para cor da pele e para sua orientação sexual para fazer sucesso. Apenas faz sucesso porque possui talento nato, que o Criador lhe concedeu como graça.

Frequento há anos, se não desde seus primeiros anos, pelo menos posso dizer que ao menos há uns 20 anos a excepcional casa noturna de shows Sargent Peppers, de Porto Alegre, e desde então admiro uma figura ímpar e de talento excepcional, alçado a verdadeira estrela e que abrilhanta as noites da Casa.Odorico das Rosas é um senhor idoso que, dizem os que o conhecem, já há muito passou dos 80, mas que ninguém tem efetivamente certeza da sua idade.

Em meio aos shows, sempre de excepcional qualidade, com um repertório musical que relembra o tempo dos grandes sucessos musicais, Odorico entra no recinto com seu balde de rosas e passa de mesa em mesa vendendo suas também belas rosas.

O velho senhor ganha a vida com este trabalho. Vende rosas para os casais, que muitas vezes as compram por um certo constrangimento que os que ainda querem passar por cavalheiros sentem se não as comprarem para suas companhias. Neste momento, logo após sua chegada e sem conhecê-lo, nitidamente a grande maioria o ignora. É percebido que, neste momento, ele vende poucas unidades de suas flores.

Aqueles, assim como eu na primeira vez que frequentei a Casa, tomam um susto quando aquele senhor idoso e simpático que vende rosas é chamado ao palco. Quem não o conhece realmente fica incrédulo de que algo sairá, impressão esta posta por terra assim que ele solta a primeira nota de sua espetacular voz.

Odorico das Rosas canta Tim Maia, Roberto Carlos, entre outros, sendo que sua voz estridente faz o recinto simplesmente estremecer, acompanhado pelo calor das palmas e dos gritos de entusiasmos que arranca da plateia, todos encantados e boquiabertos com seu puro e verdadeiro talento.

O tão talentoso quanto idoso artista, negro de baixa estatura, relembra tempos dos artistas que sua voz entoa, tempos que o sucesso era apenas consequência de competência, de capacidade artística, muito diferente dos dias atuais em que se aplaudem artistas sem talento algum, apenas porque supostamente pertencem a alguma dita “minoria”, seja racial ou de opção sexual, tão comum hoje em dia os “Pablos Vitares” alçados à categoria de cantor de “sucesso” pelos que se rendem a este famigerado ativismo e discurso do politicamente correto, o qual não digo mais que está, mas, sim, já imbecilizou as pessoas que não têm mais capacidade ou tão pouco personalidade para formar opinião própria e, sim, repetir o que a massa lhe determina.

Diferente de antes de subir ao palco, quando Odorico desce, não recebe apenas aplausos e reconhecimento, mas suas rosas são todas compradas em reconhecimento ao seu verdadeiro talento. Viva o talento verdadeiro e que não precisa mostrar a bunda para arrancar aplausos.

Leia o texto de Giorgio Forgiarini

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