Do trânsito às ondas do rádio e com uma guinada partidária no trajeto

É pelas ondas sonoras da Rádio Imembuí que Marcelo Zappe Bisogno se comunica todos os dias com a população de Santa Maria. E lá se vão 30 anos. Assim como no rádio, a trajetória na política é longa. O radialista militou por cerca de 30 anos no Partido Democrático Trabalhista (PDT), mas foi pelo Partido dos Trabalhadores (PT) que se elegeu pela primeira vez em um cargo: foi no ano de 2000, quando tornou-se, aos 25 anos, um dos vereadores mais jovens de Santa Maria à época. Em 2004, de volta ao PDT, foi reeleito. Em 2012, tentou mais uma vez o Legislativo e conseguiu com uma expressiva quantidade de votos, foram mais de 8,7 mil, que o fizeram o candidato mais votado naquela eleição.

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Além disso, Bisogno já foi secretário municipal de Esportes no governo de Valdeci Oliveira (PT) e de Mobilidade Urbana na primeira gestão de Cezar Schirmer (MDB). Também foi candidato a deputado federal, em 2010, e a deputado estadual, em 2014, pelo PDT, nas duas vezes ficou como suplente. Nas duas eleições seguintes, 2016 e 2020, tentou chegar ao comando da cidade, mas não conseguiu. Oito anos depois, com 50 anos, decidiu voltar ao Legislativo, desta vez por um outro partido e de campo ideológico oposto ao PDT e PT: o União Brasil. Eleito com 1.777 votos, ocupará a única cadeira do partido na Câmara. 

– A minha saída do PDT foi por causa de algumas divergências internas e o que me levou ao União Brasil foi o entendimento de que a política teve uma transformação. O União é um partido mais de centro e com uma postura de compromisso dentro dos projetos que a gente defende, como o empreendedorismo, inovação e modernização. E a minha volta para a Câmara é por também entender que eu tenho uma experiência e, agora, com a idade que alcancei, também uma certa maturidade para fazer esse tipo de trabalho – afirma Bisogno.

Base eleitoral

Sobre os votos recebidos nesta eleição, o vereador eleito ressalta que, agora com uma carreira política já conhecida na cidade, acredita que eles vieram de amigos e de pessoas próximas.

– Em 2012, que foi a minha maior votação, eu recebi quase 9 mil votos, porque foram votos de opinião, pois as pessoas viram o meu trabalho e confiaram em mim com todas as mudanças que fizemos, principalmente no sistema viário da cidade e no transporte público. Agora, as pessoas não votaram no partido, mas, sim, na minha história, então considero que foi um voto mais pessoal de pessoas que nos acompanham independentemente de partido – explica o radialista, referindo-se ao trabalho como secretário de Mobilidade Urbana

O radialista Marcelo Bisogno, que foi vereador e secretário municipal, apresenta programa há 30 anos na Rádio ImbembuíFoto: Pablo Iglesias (Diário)

O trabalho

Como projeto mais importante para este retorno, o vereador eleito, que nasceu em Porto Alegre e pertence a uma família bastante conhecida na cidade, terá como prioridade a saúde, mobilidade urbana e infraestrutura. Em relação à saúde, Bisogno destaca a necessidade de novas unidades de pronto atendimento (UPA) em bairros e a gestão municipalizada da área.

– Eu defendo a saúde plena, em que o município tenha o poder de gerir o seu sistema de saúde que é gigante e que não atende só a Santa Maria, mas também diversos municípios da região. Hoje, nós temos dois hospitais públicos que são alicerces para o Estado, o Hospital Universitário (Humo) e o Hospital Regional, que são gerenciados pelo Estado ou pela União, e, com a saúde plena, teremos recursos para ter uma UPA em Camobi, que desafogaria as unidades do Patronato e do Perpétuo Socorro – avalia o futuro vereador, que é casado e não tem filhos.

Quanto à mobilidade urbana e à infraestrutura, ele defende melhorias em vias que congestionam em horários de pico.

– A nossa mobilidade urbana me preocupa, a cidade está começando a entrar em colapso, nós temos que ter mudanças profundas no sistema viário da cidade, obras levam tempo para ser concluídas, então desde já tem que começar a preparar projetos, fazer estudos. Final de tarde a Avenida Medianeira é impossível de transitar, assim como a Ângelo Bolson, a Hélvio Basso, algumas ruas centrais, rótula do fórum no Bairro Dores e a saída da Avenida Euclides da Cunha, são alguns exemplos de caos e nós precisamos fazer mudanças urgentes nesse sentido – conclui Bisogno.

Marcelo Zappe Bisogno (União Brasil)

  • Natural de Porto Alegre
  • 50 anos
  • Radialista
  • Filiado ao União Brasil
  • Foi vereador por três mandatos (um pelo PT e dois pelo PDT), presidente da Câmara, secretário municipal de Esportes e de Mobilidade Urbana, candidato a deputado federal em 2010 e a deputado estadual em 2014, além de candidato a prefeito em 2016 e 2020, todas pelo PDT

Acompanhe 

A partir de 1º de janeiro, a Câmara de Vereadores de Santa Maria estreia uma nova legislatura. Entre os 21 eleitos nas eleições de outubro, estão três políticos veteranos e com experiência no Legislativo, inclusive como presidente da Casa: Luiz Carlos Fort (Progressistas), Marcelo Bisogno (União Brasil) e Sergio Cechin (Progressistas). A partir deste final de semana, o Diário irá apresentar os 21 representantes da comunidade na Casa do Povo. E começa pelo retorno dos veteranos, retratados em ordem alfabética.

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