Engenheiro civil, mas com aptidão para “clínico-geral” na política

Prestes a completar 71 anos, Sergio Roberto Cechin (Progressistas) se prepara para assumir pela 7ª vez uma cadeira na Câmara de Vereadores. A primeira foi em início de 1982 e a última se encerrou em 2016. Conhecido por receber votações expressivas, neste ano, foi eleito com 3.220 votos, um número abaixo se comparado com o de outras eleições. Contudo, ficou em 4º lugar na lista dos parlamentares mais votados em 2024.

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Depois de ter sido vice-prefeito por duas vezes – a primeira, de 1993 a 1996, ao lado de José Farret (PDS na época, hoje União Brasil) e a segunda, de 2017 a 2020, com Jorge Pozzobom (PSDB) –, Cechin, que tem o rótulo de vereador popular até pelos seis mandatos, retorna à Câmara, local onde construiu grande parte da sua trajetória política.

– Eu adoro estar com o povo e o que me motivou a voltar foi um certo clamor dos eleitores, que diziam “que eu não podia abandonar a política e que eu tinha que voltar”. Eu tenho uma vida dedicada ao povo. Muitos me chamam de “político clientelista”, mas eu não me importo, porque isso quer dizer que tem clientela, que tem povo ao lado e pessoas precisando da nossa ajuda. E é ao lado do povo que eu gosto de estar – afirma o ex-vice-prefeito da cidade.

Santa-mariense, de nascimento, pai de três filhos e avô de cinco netos, Cechin se formou em Engenheira Civil na turma de 1977 da UFSM. Antes de entrar para a vida pública, foi militar de artilharia no Regimento Mallet e já era professor de matemática em diversas escolas e faculdades da cidade. Entrou para a política, em fevereiro de 1978, para ser o primeiro coordenador do Distrito Industrial. E é conhecido por ser um político de apelo popular e de gabinete cheio. Sobre essa popularidade, ele atribui à trajetória de anos e diz não ter uma base eleitoral específica, mas, sim, de ter eleitores em todos bairros e distritos de Santa Maria.

– A minha base eleitoral é em todas regiões. Eu fiz voto em todas as seções, inclusive nos distritos. Isso porque, no passado, eu trabalhei para toda a cidade e não só para uma determinada região. E ter tanta gente que me apoia e vota em mim é um sinal de reconhecimento. Eu brinco que eu sou engenheiro, mas também sou um clínico-geral, porque eu oriento as pessoas em todas as áreas: saúde, educação, habitação, imóveis. Ao mesmo tempo, digo que fazer voto não é fácil, porque a gente faz a campanha e espera receber um certo número de votos, mas, às vezes, não é bem assim. Eu sempre fui um dos mais votados, mas, desta vez, talvez porque eu estava um pouco fora, deu uma diminuída – comenta Cechin.

Com uma longa trajetória política, Cechin retorna à Câmara para o 7° mandato. Prestes a completar 71 anos, ele diz que não se importar com o rótulo de “político clientelista” atribuído por algunsFoto: Beto Albert (Diário)

As pautas

A partir de janeiro, o foco do trabalho estará em pautas como habitação, leis complementares do município, saúde e meio ambiente.

– O vereador no seu gabinete atende todas as áreas, até porque com tanto tempo atuando eu aprendi isso, mas, como pessoa, eu tenho as minhas bandeiras que são assuntos que eu tenho conhecimento maior, como a habitação, as leis complementares, como o Código de Obras, Lei do Uso e Parcelamento do Solo, o plano diretor de desenvolvimento territorial da cidade, a parte de meio ambiente que, depois da catástrofe de maio, precisa de uma atenção maior e a saúde, que é uma área que tem muitas carências – explica o vereador eleito, o mais veterano entre os 21 parlamentares.

Sergio Roberto Cechin (Progressistas)

  • Natural de Santa Maria
  • 70 anos
  • Engenheiro Civil formado na UFSM
  • Filiado ao Progressistas
  • Foi vice-prefeito, de 1993 a 1996 e de 2017 a 2020, seis vezes vereador, candidato a deputado estadual em 2006, candidato a prefeito em 2020

Acompanhe 

A partir de 1º de janeiro, a Câmara de Vereadores de Santa Maria estreia uma nova legislatura. Entre os 21 eleitos nas eleições de outubro, estão três políticos veteranos e com experiência no Legislativo, inclusive como presidente da Casa: Luiz Carlos Fort (Progressistas), Marcelo Bisogno (União Brasil) e Sergio Cechin (Progressistas). A partir deste final de semana, o Diário irá apresentar os 21 representantes da comunidade na Casa do Povo. E começa pelo retorno dos veteranos, retratados em ordem alfabética.

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