Investigação

Perícia confirma: menina de 3 anos morreu devido a múltiplas agressões

Lizie Antonello

O laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou o que testemunhas relataram à polícia: a menina de 3 anos que chegou sem sinais vitais ao Pronto-Atendimento (PA) do Bairro Patronato, em Santa Maria, na madrugada da última terça-feira, morreu em decorrência de múltiplas agressões físicas, como já havia sido informado. A criança foi levada à unidade de saúde pela mãe e pelo padrasto, que estão presos preventivamente desde a manhã de terça pela morte da criança.

Os nomes da vítima, da mãe e do padrasto não são divulgados pelo Diário para preservar o irmão da menina, de 5 anos, que também seria vítima de agressões.

O documento do IGP, enviado nesta quarta-feira à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), confirma que a menina tinha hematomas e aranhões por todo o corpo. Comprova ainda que ela teve sangramento interno na cabeça e quebra da caixa torácica, que teria sido causada por um objeto contundente. Também descarta que a morte tenha ocorrido em decorrência de uma queda, como alegou o padrasto em depoimento à polícia na terça.

No dia do crime, as roupas da menina ainda estavam estendidas no varal da casa onde ela morava Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

Escola já havia relatado negligência em relação à menina de 3 anos que morreu e ao irmão dela

O laudo não especifica de quando seriam as agressões, mas, conforme os relatos de vizinhos, tanto a menina como o irmão, de 5 anos, começaram a ser agredidos nos dias que antecederam a morte da menina.

A delegada da DPCA, Luiza Santos, diz que o laudo corrobora que se trata de um caso de homicídio doloso (quando há intenção de causar a morte), crime pelo qual a mãe e o padrasto foram presos em flagrante e indiciados pelo delegado plantonista Márcio Schneider. Ao aceitar os pedidos de prisão, a Justiça já converteu-os em prisão preventiva.

Mãe e padrasto de menina de 3 anos que chegou morta em PA prestam depoimento

ANÁLISE DA CASA
Um levantamento feito pela equipe de investigação da Polícia Civil na casa onde a menina morava com a mãe, o irmão e o padrasto, no Bairro Nova Santa Marta, não encontrou um objeto que pudesse ter sido usado para causar as lesões. Por outro lado, a equipe verificou que a criança não caberia no buraco indicado pelo padrasto, em depoimento à polícia, no qual, segundo ele, a garotinha teria caído e se machucado. 

NOVO INQUÉRITO
A DPCA abriu um segundo inquérito para investigar possíveis lesões corporais sofridas pelo menino de 5 anos. O Diário apurou que, na última segunda-feira, o menino apareceu com machucados na escola onde estudava. A instituição já acompanhava o caso e havia comunicado, por meio de um relatório, ao Conselho Tutelar Oeste, a situação de negligência em que se encontravam as crianças. Situação relatada à escola pela bisavó que cuidou dos irmãos quando a mãe deixou as crianças com ela.

A delegada Luiza Santos deve ouvir a bisavó e o menino na semana que vem.

 

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