Foto: Gilberto Ferreira
Uma viagem repleta de aventuras. É isso que o professor aposentado da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Arno Dallmeyer, deseja desfrutar a bordo do seu Fusca. Ele e seu filho, Henrique Dallmeyer, partiram na manhã desta segunda-feira (25) para percorrer a Rota 40, na Argentina.
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Pai, filho e o Seu Genésio, como é chamado carinhosamente o Fusca ano 1982 da cor verde, devem curtir 25 dias de viagem e aproximadamente seis mil quilômetros a serem percorridos. O veículo personalizado com um adesivo com as bandeiras do Brasil e da Argentina.
A Rota 40 é bem temida por conter muitas subidas, altitudes e percursos que são altamente interferidos pela ação da natureza. Foi criada na década de 80 para interligar os principais pontos turísticos pré-Cordilheira dos Andes, na Argentina. Inicia ao sul, próximo da fronteira com o Chile e percorre o território argentino de fora a fora.
Arno relata que uma parte desse trajeto é conhecida, pois foi feita antes da pandemia:
– Iniciei esse caminho antes da pandemia estourar, pelo menos uns 2 mil km. Mas precisamos retornar ao ponto inicial da Ruta 40 e, somente para chegar lá, são cerca de cinco dias de viagem.
O percurso começa em Cabo Vírgenes e deve se encerrar em Mendoza. É quase um mês a bordo do veículo, percorrendo trajetos difíceis, mas com uma vista de tirar o fôlego: ao longo desse caminho, está a famosa Cordilheira dos Andes.
Mas por qual motivo ele escolheu um Fusca para fazer a viagem? Arno explica a motivação:
– Tentei fazer a Ruta 40 de moto, com a minha esposa, há seis anos. Existem trechos bem difíceis, com pedras, nós caímos e ela se machucou bastante, quebrou duas costelas. Eu percebi que ela (a estrada) me venceu com a moto, mas não vai me vencer com o Fusca.
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Ele revela que ainda tem a motocicleta, mas que não usa mais para viagens longas.
E será que o Fusca teria capacidade para suportar uma viagem como essa? Para isso, foi necessário realizar uma revisão completa e alguns ajustes no veículo:
– Fiz uma revisão mecânica completa, em motor, freios, combustível e tudo mais. Tem um trecho dessa viagem que possui cinco metros de altitude. Um veículo normal, com carburador, não passa de três mil metros de altitude, a partir disso ele começa a falhar e perde força. Por isso, colocamos uma injeção eletrônica, que é mais moderno e potencializa o motor.
Por se tratar de um trajeto longo e que vai render muitas histórias, nada melhor que guardar essas memórias. Por isso, não se descarta a criação de um livro sobre essa viagem.
– Meu filho, que vai viajar comigo, vai fazer os registros fotográficos e anotações. O plano dele é fazer um livro. As pessoas terão, sim, algum registro dessa viagem para curtirem essa aventura junto com a gente.