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OPINIÃO: Tempo bom

Marta Tocchetto

Agosto era conhecido como o mês do cachorro louco. O controle da raiva fez com que esse título que, cá entre nós, não é dos melhores, fosse gradualmente esquecido. Agosto também era conhecido como o mês do frio e da chuva. Uma chuvinha fina, gelada e contínua por dias a fio. Incomodava os estudantes, e neles me incluía, pois exigia o uso não só de guarda-chuva, mas de capa e galochas, acessórios decorativos nos dias de hoje. 

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A conversa está mais parecendo papo das antigas! A introdução é para reforçar que o agosto não é mais aquele. A preocupação que me leva a escrever sobre o mês que findou e que era conhecido por ser sombrio e úmido, é a ausência da chuva que mansamente chegou em setembro, mas as previsões são de que continuarão escassas. Falar em chuva é falar em água, essencial para a vida. No momento em que o agosto e o inverno perderam as características, a recarga dos aquíferos e dos mananciais de água é insuficiente para atender as necessidades da estação mais quente, o verão. 

Inverno com temperatura de 30°C ou mais, anos atrás, soaria como previsão apocalíptica. A situação torna-se cada dia mais real e a cada ano se agrava. Excluindo o Trump, alguém duvida das mudanças climáticas? O ciclo hidrológico da água foi alterado. As chuvas apresentam-se, ora insuficientes ora intensas, causando inundação e destruição. Com a quebra deste equilíbrio, a água fundamental para o abastecimento, agricultura, indústria, recreação e outros usos, torna-se insuficiente e passa a ser fator de grande conflito entre os usuários. Estou preocupada com o abastecimento de água no verão. Adoro calor e dias ensolarados. Dias brilhantes nos deixam mais alegres. Temos mais ânimo para vencer as dificuldades cotidianas. Mas dias de calor e ensolarados com racionamento de água não são alegres nem animadores. Toda a restrição afronta direitos. 

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O direito à água é de todos, portanto, usar com equilíbrio e de forma sustentável é questão de sobrevivência. Escrevi um dia que impressoras deveriam ter uso controlado para evitar o desperdício de papel. Faço um parêntese para elogiar os alunos do curso de Arquitetura da UFSM que fizeram uma intervenção emocionante trazendo esse problema grave para reflexão da comunidade universitária. 
Investimentos vultuosos são gastos para informatização das empresas, no  entanto, a impressão em papel continua intensa. Abaixo as impressoras pessoais nas empresas! Abaixo aos lava a jato nas residências! Lava a jato deviam ter uso controlado também. Muitas vezes são usados em substituição às vassouras. A água é um bem universal. É dever de todos cuidar e usar racionalmente. É essencial que este cuidado faça parte das nossas práticas diárias – banho, limpeza e higiene. As intervenções do homem sobre o meio ambiente são responsáveis por essas alterações. Não há o que esperar. São nossas atitudes que irão acelerar ou frear as mudanças. Tempo bom não é só dia de sol. É dia de chuva no devido período. 

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