Artigo

OPINIÃO: Sobre sonhos de um planeta mais justo e mais igualitário 

Antônio Cândido Ribeiro

É impressionante como o mundo se repete, seja na estupidez dos ciclos guerreiros, seja no crescimento, na afirmação e na inevitável decadência dos impérios, seja no fundamentalismo que deságua no ódio racial, na intolerância religiosa e nas várias formas de apartheid político, social e econômico.

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Hoje, com a internet, esta espetacular ferramenta de comunicação, por conta de tais idiossincrasias, as ditas redes sociais viraram campo minado, transformando-se em espaço pródigo para a pregação do ódio, da intolerância e da barbárie. E as óbvias dificuldades para responsabilização dos agentes de ataques e postagens virulentos  acaba por desempenhar função de adubo que faz vicejar o desapego à convivência civilizada e o desrespeito pelas inevitáveis diferenças que nos fazem imperfeitos e distintos uns dos outros; densos e frágeis no aprendizado dos caminhos que, cada vez mais, nos conduzem à desarmonia e à desestruturação sociais, à capitulação de valores éticos antes tidos como referenciais e à falta de amor pelos nossos semelhantes e pela própria vida. 

Não sei qual o caminho – se é que há um caminho – que nos pode, como humanidade, levar às mudanças de comportamentos, que, hoje, comprometem a possibilidade, sonhada por muitos de nós, de que, adiante, num tempo não tão distante, construiríamos, na pátria mundial em que a Terra se transformaria, uma sociedade plural e igualitária, justa e fraterna, centrada na paz, no amor pelo semelhante e em processos de desenvolvimento sustentáveis e capazes de manter equilibradas as características fundamentais do generoso planetinha que habitamos.

De qualquer sorte, é fundamental que continuemos tentando, apesar de todos os fundamentalismos, apesar de todos os imbecis que almejam mudar o mundo, em favor de suas crenças políticas e religiosas, ferindo a dignidade mínima que todo homem precisa e merece ter respeitada, explorando a pobreza material de quem não tem voz e não pode se defender ou assassinando inocentes nas ruas, nos cafés, nas lavouras, nas igrejas e nas mesquitas do mundo.

Podemos, e devemos começar esse processo de mudança em nossas próprias casas, nas ruas e nos bairros em que moramos, em nossas vilas e em nossas cidades. E, depois, no estado e no país. 

Podemos e devemos começar esse processo de mudança em nossas próprias cabeças e em nossos corações. É indispensável, se quisermos mesmo mudar, que nos façamos disponíveis para o entendimento; que sejamos capazes de olhar o outro como quem olha para si mesmo; que respeitemos as diferenças e as aceitemos como naturais e desejáveis; que, enfim, pratiquemos a alteridade. 

Alguém irá dizer, tenho certeza, lá vem ele com seus devaneios pueris e seus sonhos irrealizáveis, com sua catadupa de adjetivos e seus escassos substantivos, com seu conteúdo inflado mais por palavras vãs que por ideias. Não tem problema, mostrem-me um caminho melhor. Mas um caminho que valha para todos e não apenas para meia dúzia de privilegiados. 

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