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OPINIÃO: Brasil – Ano da graça de 2017 d.c.

Eduardo Rolim

¿Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos, mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma. Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado. E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade à suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas. Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe¿. (Discurso de Cícero, tribuno romano, 42 a.C.).

A analogia com os tempos atuais salta à vista de qualquer observador, até aos menos atentos. Estamos numa encruzilhada que nos levará à salvação ou ao caos. Depois que a operação Lava-Jato revelou as mazelas que afligem o povo brasileiro, colocou os eleitores num dilema atroz: ou encontramos uma maneira de corrigir esse descalabro ou continuaremos a assistir à reprodução da roubalheira e traição à Pátria que vemos nos nossos dias.

A educação de qualidade será o meio a longo prazo para redimir a Nação. Enquanto não realizarmos o que outras nações já fizeram, continuaremos a marcar passo na mediocridade. O Japão, no início do século XX, deu um exemplo ao mundo do poder transformador de uma educação de qualidade. A Coreia do Sul, em anos mais recentes, repetiu a fórmula. Outras nações, em situação muito inferior à nossa, alcançaram alto grau de desenvolvimento, mercê de um gigantesco programa educacional, capaz de tirar a sociedade do marasmo em que se encontrava e alcançar, em pouco tempo (o espaço de uma geração) um estado de bem-estar social.

O que não podemos continuar é vendo multidões de desempregados vivendo em situação de miséria, sem perspectiva de solução. Um grande número tem emigrado, à procura, em outros países, de uma vida digna que aqui não alcança. Quem viaja pelo mundo encontra, nos países mais distantes, brasileiros que optaram por abandonar a Pátria em busca de um futuro mais digno, para si e para sua família. Houve uma verdadeira inversão das correntes migratórias que antes buscavam o Brasil, o ¿país do futuro¿, para agora exilarem-se voluntariamente, em busca de melhores dias.

Em qualquer país com uma boa qualidade de vida, encontramos brasileiros que aí estão com empregos garantidos. Mesmo que tenham curso superior, sujeitam-se a trabalhos de menor qualificação, mas que remuneram melhor do que nossas instituições. Aqui um diploma universitário não garante nada a não ser o vexame de competir com a multidão, em longas filas de espera, por um emprego digno, que lhe garanta a sobrevivência e o sonho de constituir família e ter filhos com saúde e futuro!

Para iniciar essa mudança precisamos de um Congresso ético, com amor à Pátria e a firme convicção de que é preciso uma união de todas as correntes de pensamento, com visão de futuro, para salvarmos o Brasil.

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