As principais estradas de Santa Maria viraram um grande canteiro de obras. De leste a oeste, o que se vê são máquinas, operários e técnicos, que têm em sua rotina os trabalhos de duplicação da ERS-509 (Faixa Velha de Camobi) e das BRs 287 e 158. Além disso, as primeiras iniciativas de melhorias da BR-287, na Faixa Nova de Camobi, já saíram do papel e dão seus primeiros passos com a construção do trevo de acesso à Vila Maringá.
Ainda em trâmite, também há previsão de duplicação de 2,5 quilômetros da BR-392, em direção à Estância do Minuano. Os problemas no trânsito pioram com as empreitadas, mas as melhorias que virão depois fazem valer hoje o exercício de paciência para ir e vir.
As obras da Faixa Velha, que ficaram paradas por oito meses e ficariam prontas no final deste ano, foram retomadas, ainda sem uma data para conclusão. Ao mesmo tempo, anda a passos largos a construção da travessia urbana, na 287 e na 158. Mas nem sempre a empreitada teve o ritmo acelerado como característica foram 14 meses de espera entre a ordem de serviço e o começo da duplicação na prática.
Ninguém questiona as melhorias que as duplicações, assim que concluídas, vão proporcionar à população. É unanimidade entre especialistas, motoristas e até mesmo os moradores dos entornos.
O trânsito e a mobilidade urbana deveriam ser pensados de forma continuada, com planejamento. Por que estamos no caos atual? Porque as cidades foram crescendo, e a infraestrutura de transportes não evoluiu na mesma proporção. As obras em certamente trarão benefícios para o município e sua população. Cidades sem uma infraestrutura de transportes eficiente têm mais dificuldades em escoar sua produção e em circular mercadorias avalia Tatiana Cureau Cervo, professora do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e doutora em infraestrutura e transportes.
155 mil veículos por dia
Dados levantados durante a execução do Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Santa Maria confirmam que o maior volume de tráfego tem origem na região Oeste e, em segundo lugar, na região Leste. O começo da manhã e o final da tarde são os horários de pico. No horário de almoço, também aumenta o movimento, mas ainda é menor.
É que as rodovias que são palco de obras são também os caminhos que ligam as regiões mais populosas e a origem da maior parte do movimento. A BR-287 é a principal ligação entre o Centro e os bairros da região Oeste. Em outro trecho da rodovia, na Faixa Nova, é uma das alternativas entre Camobi e Centro, assim como a ERS-509. Cerca de 68 mil veículos transitam, diariamente, entre o Centro e a região Oeste. Entre região Leste e Centro, são 49, 8 mil veículos por dia. Entre Centro e Serra, que passam pela BR-158, o número chega em até 37,8 mil, diariamente.
Ainda de acordo com os dados do Plano Diretor, os bairros Tancredo Neves e Nova Santa Marta, na região Oeste, e Camobi, na região Leste, são os locais onde há as maiores taxas de crescimento populacional.
