
Nascido em Nova Esperança do Sul, mas há 14 anos em Santa Maria, o professor Auri Antônio Sudati é um apaixonado por crianças e por escrever para elas. Nesta terça-feira, o Diário 2 conversa com ele, para a série Papo de Escritor.
O gosto pela leitura começou desde cedo. Vindo de uma família de pouco recursos, Sudati se encantou pelos livros e não parou mais de ler. Vivia em bibliotecas e depois aproveitava as sacolas de livros que a professora levava para a sala de aula.
- Desde pequeno, minha mãe me chamava de crianceiro, pois eu vivia em volta de outras crianças contando causos, inventando histórias - lembra o professor.
Já na adolescência, a paixão pelo ler e escutar os Beatles o influenciou na escolha profissional: a docência.
- Com eles eu aprendi inglês e o gostar dessa língua. Aprendi música. Aprendi um comportamento de vida e o desejo de levar isso para a sala de aula - explica Sudatti.
Além da influência muscial, o escritor ressalta sua professora do primário, levava livros extras para os alunos. Essa foi a atitude que ele quis fazer com seus próprios alunos. Isso era uma maneira de aproximar o aluno da prática de leitura, já que não são todos que vão até a biblioteca da escola.
- Para ser professor é preciso gostar das pessoas, de lidar com elas. Ver o outro crescer não tem explicação - diz o escritor sobre a escolha profissional.
Dedicação às crianças e aos jovens
A paixão de escrever literatura infantil, em poesia e prosa, veio da convivência com outras crianças, de contar histórias para os colegas de aula e vizinhos.
- Tenho um carinho imenso por crianças. Acredito que, a partir dos poemas e das narrativas, dá-se asas à imaginação delas, as quais fazem desenhos e recriam as histórias - explica o professor sobre a sua inspiração para a escrita.
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Mas além de escrever para eles, Sudati estimula os alunos a produzirem suas próprias histórias. Há 11 anos ele faz um trabalho voluntário em escolas, no qual o resultado é um livro produzido pelos alunos.
- Num primeiro momento, chego à escola, explico o projeto para a direção; depois, fazemos um reunião com os pais e pedimos uma autorização assinada - relata o escritor.
Só depois desse processo é que ele vai para sala de aula. Com os alunos, faz oficina de escrita e de elementos literários.
- A leitura é a base das oficinas. Monstro o elemento surpresa na literatura, evidencio que as histórias são mágicas porque não mostram apenas o óbvio - conta Sudati sobre o início aos textos escritos pelos alunos.
A partir dessa produção, ele, o professor regente e os alunos criam uma história juntos e nasce o livro. Depois, Sudati organiza a diagramação e a impressão do material. O pagamento do livro é feito a partir de apoios culturais e com a ajuda da escola. Por fim, os alunos ganham certificado de participação.
- Minha principal motivação é ver os alunos como autores também, levá-los para eventos como a Feira do Livro. É preciso fazer isso para que não fiquem apenas no computador - salienta o professor sobre a importância da leitura e da escrita para os jovens.
Uma vida ligada à cultura
Formado em Letras na Faculdade de Filo"