Nos animados bastidores para 2024, uma listinha com 15 nomes

Claudemir Pereira

Nos animados bastidores para 2024, uma listinha com 15 nomes

Foto: Arquivo Diário

Em números redondos, Santa Maria tem 208 mil eleitores; dos quais cerca de 60% já foram recadastrados (ainda que o processo formal não tenha sido aberto, muitos já estão sob os auspícios da biometria e, assim, realistados). Algo como 85 mil, porém, ainda terão de ir ao cartório eleitoral, em algum momento, para submeter-se ao processo e se recadastrar.

Enfim, suspeita-se que aqui aconteça o mesmo de outros locais e ocorra algo entre 10% e 15% de encolhimento do eleitorado. Nesse caso, a cidade recuaria para algo como 190 mil votantes e, portanto, sem possibilidade de decidir uma eleição em segundo turno (se nenhum dos concorrentes alcançar 50% mais um dos votos válidos).

Essa circunstância – que, obviamente, significa estratégias diferentes de disputa, inclusive na formação de alianças – tem sido usada como desculpa para os dirigentes partidários desconversarem sobre nomes e possíveis alianças ao Centro Administrativo (foto). Jogam sempre para o futuro incerto alguma coisa mais concreta, ainda que estejam agindo freneticamente nos bastidores políticos da comuna.

O exemplo mais recente é a articulação governista que visa atrair o MDB, inclusive oferecendo espaço no primeiro escalão (Adelar Vargas tem sido considerado um dos possíveis secretários, numa reformulação a ser feita). Se bem-sucedida, poderia reunir PSDB, MDB e União Brasil (se este ainda existir – confira a propósito, outra nota nesta página).

De todo modo, e não tem como ser diferente, a menos que surja alguém de Marte e se insira na política local, um grupo de nomes pode ser, sim, citado. E é dele que surgirá, inevitavelmente, o futuro prefeito (ou quem sabe o vice) de Santa Maria a partir de janeiro de 2025.

O tema, por certo, voltará a ser tratado aqui, quem sabe já na próxima semana. Em todo caso, o leitor pode ir aos festerês momescos com a convicção: o próximo comandante do Executivo, entre pretendentes efetivos e autocolocados como tal, não será outro senão um dos 15 listados abaixo, em ordem alfabética (de nome público, pois um deles, por exemplo, é Antonio mas poucos sabem, assim como outro é Roberto, porém…):

– Alexandre Vargas, Beto Fantinel, Evandro de Barros Behr, Fabiano Pereira, Giuseppe Riesgo, Jader Maretoli, Manoel Badke, Marcelo Bisogno, Paulo Burmann, Ricardo Jobim, Rodrigo Decimo, Sérgio Cechin, Tony Oliveira, Valdeci Oliveira, Valdir Oliveira, Werner Rempel.

A federação PP/UB, que pode virar uma encrenca das grandes em Santa Maria

Foto: Pedro Piegas (Diário/Arquivo)

Informações mais confiáveis, e recentes, da mídia do centro do país, indicam que dentro de duas semanas, no início de março, será oficializada mais uma Federação de partidos. Ela reunirá, conforme acordo já feito pelos presidentes nacionais, respectivamente Ciro Nogueira e Antonio Rueda, Progressistas (PP) e União Brasil (UB).

A negociação, com a decisão tomada, se deu em tornos dos interesses das agremiações no Congresso, onde ganham musculatura suficiente para ser o maior agrupamento na Câmara dos Deputados (deixando para trás os hoje maiores, PL e Federação PT/PC do B/PV). E surge, também, a segunda maior bancada no Senado, com 15 senadores, um a menos que o PSD.

Surgindo à direita, a aliança PP/UB certamente não se dá ao trabalho de conferir situações regionais, quanto mais municipais. Principalmente porque, como rege a legislação, esse tipo de aliança é bem mais que simples coligação: une as agremiações por um tempo mínimo de quatro anos, o que inclui, portanto, as eleições municipais de 24 e gerais de 26.

Em Santa Maria, para ficar em casa, os dois partidos estão hoje de lados opostos. Um, o UB de Manoel Badke, Rodrigo Decimo, Cida Brizola e Jair Binotto, é governista. O outro, o PP de Mauro Bakoff, Sérgio Cechin e dos edis Anita Costa Beber, João Ricardo Vargas, Pablo Pacheco e Roberta Leitão, em níveis variados de hostilidade, são ferrenhos oposicionistas. No plenário da Câmara, por exemplo, também estão em distintas posições.

E, atenção, criada a Federação, eles não terão saída: ficarão juntos, não se sabe de que jeito. E em 2024, como será? Enfim, uma encrenca e tanto está a ser formar num núcleo importante da destra da comuna.

Já se especula sobre possíveis usuários da “janela da traição”

Foto: TV Câmara (Divulgação)

Há três anos, em março de 2020, quatro vereadores e um suplente aproveitaram a chamada “janela da infidelidade” (*). Deles, um não concorreu no pleito de outubro daquele ano: Leopoldo Ochulaki, o Alemão do Gás, que havia trocado o PSB pelo MDB.

Do quarteto que foi às urnas, apenas João Ricardo Vargas, que trocou o PSDB pelo PP, logrou eleger-se. Os demais foram derrotados pelos eleitores: Jorge Trindade (PDT, ex-Rede), Deili Silva (PSD, ex-PTB) e João Kaus (do PSDB, e ex-suplente do MDB).

À época, se falava muito na possibilidade, que acabou não se confirmando, de Juliano Soares, do PSDB (reeleito com folga), supostamente interessado em aderir ao Novo. Pois, passado esse tempo todo, é de novo o tucano que lidera, nos bastidores, as especulações sobre troca de sigla. Ele e o (embora negue) colega do PP, Pablo Pacheco, ambos muito próximos do ideário novista e cujas fotos ilustram esta nota.

Se vão ou não trocar de sigla, isso só acontecerá em março de 2024. Mas algo mudou, de três anos para cá. Como o próprio Giuseppe Riesgo deixou claro em entrevista à coluna, mês passado, alguns processos internos do Novo são reavaliados. Quem sabe não esteja aí a brecha para permitir a “pulada de cerca” de novistas hoje noutras siglas?

Outras possibilidades de troca de partido com certeza serão sugeridas ao longo dos próximos 12 meses. Pode apostar. Vai ganhar.

(*) A “janela da infidelidade” ou “da traição”, é o período de um mês, em março, meio ano antes do pleito proporcional (em todos os níveis) no qual vereadores e deputados (conforme o ano) podem trocar de partido, sem que percam o mandato.

Luneta

GARDEL

Na última terça-feira, foi empossada a nova Comissão Executiva do núcleo Comunitário do MDB/RS. É dos chamados órgãos de apoio da agremiação. Entre os 16 integrantes da direção, a seção santa-mariense emplacou um nome. No caso, Gardel Silveira, que ocupa a 3ª vice-presidência e que, na cidade, atua na representação do suplente de deputado federal e atual secretário de Agricultura, Giovani Feltes.

MDB NO GOVERNO?

Possível entrada do MDB no governo tucano local, a parte o fato de reproduzir aliança já existente no Estado, movimenta todos os aguapés das duas siglas, especialmente os emedebistas. Adelar Vargas (foto) no secretariado é o fato ponta de lança das articulações. Mas elas, que ninguém duvide, envolveriam as direções dos dois partidos e, claro, as principais lideranças partidárias daqui e do Estado.

MDB NO GOVERNO II

Imagina-se, pois ninguém confirma oficialmente nada, que a iniciativa de cooptação do emedebismo (não obstante bolsões bastante específicos contrários) tenha envolvido, no momento inicial, o próprio prefeito Jorge Pozzobom e o deputado (secretário, hoje) Beto Fantinel. Mas, claro, se tudo se confirmar, não há dúvida da chancela dos grandes nomes do PSDB e do MDB gaúcho, hoje: Eduardo Leite e Gabriel Souza.

A RAIZ

Creia: embora o próprio PT não tenha tanta certeza assim e talvez cozinhe uma decisão para mais adiante, no governismo local a preparação toda é para enfrentar Valdeci Oliveira nas urnas. De longe é o mais temido adversário, por sua qualidade política e pessoal e, sobretudo, pela inserção no eleitorado local. Estaria aí a raiz da tentativa de ampliar, com ou sem segundo turno, a aliança governista.

PARA FECHAR!

O vereador Manoel Badke, eleito pelo falecido DEM e hoje no União Brasil talvez até não diga, mas certamente seu nome seria colocado, no momento oportuno, como uma alternativa para ser o vice de Rodrigo Decimo (ainda no UB) na chapa governista para a Prefeitura em 2024. A entrada possível (provável?) do MDB no governo e todo o seu poderio podem inviabilizar essa possibilidade. Podem.

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