Saúde

Mudanças bruscas de temperatura afetam o sistema respiratório 

Thays Ceretta

Está cada vez mais difícil manter-se saudável com as mudanças frequentes de temperatura. Pelo calendário, ainda estamos no inverno, mas, nesta semana, por exemplo, vamos ter todas as estações do ano, com temperatura oscilando em 18°C em menos de 12 horas. O reflexo disso é o aumento de doenças respiratórias. Nos últimos dias, tornou-se comum a variação de temperatura, com calor, vento norte, frio e vice-versa. 

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De acordo com o otorrinolaringologista Sérgio Seballos, com essas variações repentinas, o corpo é prejudicado, pois desenvolve processos alérgicos, resfriados e problemas com a imunidade do organismo.

Foto: Charles Guerra / New Co

— O nosso organismo não foi feito para ficar exposto a essas mudanças tão repentinas de temperatura. A via aérea superior comanda três variações, que são a pressão atmosférica, a umidade do ar e a temperatura, e o ar está constantemente circulando para adaptar-se antes de chegar ao pulmão. Mas, com essa variação tão rápida, o organismo não consegue fazer esse processo —avalia o otorrinolaringologista.

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Quem mais sofre com os prejuízos provocados pela mudança brusca de temperatura são os idosos, as crianças e as pessoas que já têm problemas crônicos. O pneumologista Gustavo Trindade Michel explica que as mudanças de temperatura não são nada boas para as vias aéreas.

— A pessoa que não tem nada sofre com a diminuição das defesas das vias aéreas e, com isso, aumenta o risco de infecções. Por isso, é importante fazer as vacinas. Para quem já tem doenças respiratórias, o problema se agrava ainda mais. Por isso, é preciso manter sempre o tratamento — salienta o pneumologista.

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O médico comenta, ainda, que no frio sempre é pior, ou seja, aumentam os problemas respiratórios. Mas a mudança de temperatura em uma mesma semana também acaba sendo prejudicial porque funciona como um agressor para a via aérea. 

Além de diminuir a defesa do organismo, a via aérea demora para adaptar-se à grande amplitude térmica (diferença entre as temperaturas mínima e máxima) no mesmo dia ou na mesma semana. Isso ocorre tanto do outono para o inverno quanto do inverno para a primavera. Na próxima estação, o pólen das flores também é um fator prejudicial. 

Em função disso, o movimento no Pronto-Atendimento (PA) do Bairro Patronato aumentou nesta semana, tanto no setor adulto quanto no pediátrico. Conforme a coordenadora do setor de urgência e emergência, ontem, cerca de 100 crianças foram atendidas, e 70% delas apresentavam problemas respiratórios.

A médica pediatra Lislien Costa de Oliveira orienta os familiares a manter a casa sempre aberta e limpa, a usar roupas adequadas nas crianças e a seguir uma alimentação natural com bastante vitamina C. Além disso, não fumar perto das crianças e, se possível, incentivar o leite materno para aumentar a imunidade dos bebês.

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— Nós notamos que, quando tem essa mudança de temperatura, o movimento aumenta. As crianças apresentam crises de rinite, sinusite, asma e gastroenterite viral, que geralmente ocorrem com o calor — conta a médica pediatra.

COM QUE ROUPA?

A dona de casa Rafaela Modesto Alves, 21 anos, levou o filho ao PA para consultar. Há três dias, Vitor Modesto Alves de Oliveira, de 1 ano e 2 meses, está com tosse, febre e com problema na garganta.

– Ele está assim em função dessa mudança de temperatura. Nunca sei que roupa colocar nele, uma hora está frio, depois calor – diz Rafaela.

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que fica no Bairro Perpétuo Socorro, a situação é parecida. Conforme o administrador, Gabriel Gausmann Oliveira, há um aumento de cerca de 35% nos atendimentos a pacientes com sintomas relacionados às mudanças constantes de clima nas últimas semanas. Os casos mais comuns são os problemas respiratórios como alergias, rinite, bronquite, sinusite, asma brônquica, além de quadros gripais.

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