O Acidente Vascular Cerebral é uma alteração súbita no fluxo sanguíneo do cérebro que leva à morte de neurônios. Segundo o neurocirurgião Diogo Trevisan Silveira, estudos apontam que cerca de 2 milhões de neurônios por minuto podem morrer devido a um AVC. Atualmente, duas variações da doença são monitoradas: o isquêmico, resultante do entupimento de uma artéria, gerando a falta de circulação naquela região; e o hemorrágico, que ocorre em decorrência da ruptura de um vaso sanguíneo. A partir das definições, o especialista alerta que é preciso estar atento a possíveis indicadores de um caso:
– É muito importante frisar que a identificação dos sinais depende da observação e atenção de terceiros, porque o paciente que está sofrendo o AVC pode não perceber.
Ao apresentar os primeiros sintomas, o paciente deve ser encaminhado a qualquer serviço de urgência e emergência do município e, posteriormente, a um hospital habilitado com Centro de Atendimento de Urgência aos pacientes com AVC.
– Atualmente, ela é uma doença que temos capacidade e o desenvolvimento tecnológico, tanto em termos de materiais como de desenvolvimento humano, para revertermos os danos. Basta que se consiga que o paciente chegue no tempo adequado ao serviço de atendimento. Inclusive, uma nova tecnologia está sendo incorporada pelo SUS justamente para fazer o tratamento dessa doença com uma janela de tempo um pouco maior, possibilitando, portanto, que mais pacientes tenham uma recuperação completa e que não fiquem com sequelas definitivas – argumenta Silveira.
TRATAMENTO
O neurocirurgião ainda esclarece que as sequelas iniciais do AVC estão diretamente ligadas à área do cérebro que foi atingida, não sendo necessariamente permanentes. É possível recuperar a área danificada com terapia medicamentosa ou tratamento mecânico, entre outros métodos. Silveira alerta que, ao contrário do que se pressupõe, casos de AVC são registrados em todas as idades:
– Temos inclusive relatos de casos intraútero, em jovens, crianças e adolescentes. Então, ela é uma doença que ocorre em todas as idades. Porém, é mais comum e inclusive um fator de risco, em idade avançada.
Assim como em diversos casos, a prevenção à doença pode mudar o cenário, reduzindo os números, além de proporcionar maior qualidade de vida.
– Histórico familiar não conseguimos modificar. Agora, a hipertensão, o sedentarismo e o tabagismo são considerados fatores de risco modificáveis, que podem ser mudados com um estilo de vida mais saudável, diminuindo essa chance de AVC ao longo da vida – conclui.
Continue lendo esta matéria
Por que Santa Maria não tem centros de atendimento ao AVC
Husm pode ser candidato à habilitação para se tornar um centro de atendimento a pacientes com AVC