Morre pai Ricardo de Ossanha, ativista do Movimento Negro

data-filename="retriever" style="width: 50%; float: right;">O Movimento Negro de Santa Maria está em luto pela morte do pai Ricardo de Ossanha Agué. O artista visual Ricardo Pereira de Souza, 42 anos, estava internado há uma semana no Hospital Universitário (HUSM) e morreu às 7h da manhã de domingo, 19 de julho. Ele foi sepultado no Cemitério Municipal de Santa Maria. A família não quis entrar em detalhes sobre as causas da morte do artista.

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Durante todo o domingo, foram publicadas nas redes sociais diversas homenagens ao pai Ricardo. O Coletivo Ará Dudu, do qual fazia parte, publicou uma foto de Ricardo e Nei D'Ogum, seu companheiro, morto em 2017. Muitos artistas, políticos e autoridades comentaram e compartilharam a publicação prestando solidariedade aos familiares e amigos. Ricardo era ativista do movimento negro e LGBTQI+ em Santa Maria. Ele e Nei foram o primeiro casal gay a registrar casamento em cartório em Santa Maria. 

Carmem Lúcia Chaves, a Baiana, amiga há mais de 20 anos e presidente do coletivo Ará Dudu, lamentou a perda:
- Após a partida do Nei, ele entrou em depressão, acabou internado no HUSM algumas vezes. Foi levando uma tristeza até hoje. Eles eram muito unidos e com uma trajetória muito bonita. Perde-se um grande artista e ativista da cultura negra. Ele esteve sempre presente nos movimentos sociais. Era respeitadíssimo dentro e fora de Santa Maria. As gerações futuras precisam saber e lembrar dele e do Nei como força de luta. 

Isadora Bispo, também amiga, comentou que o legado deixado por Ricardo deve ser respeitado e cultuado:
- Ele combatia a intolerância religiosa e LGBTQI+. Foi o idealizador da primeira conferência municipal do povo de terreiros, que discutiu políticas públicas para religiões de origem africanas. Ele foi um grande lutador pelos direitos humanos. Ele deixa um legado lindo, que vamos levar para sempre - comenta.