confusão

Moradores derrubam parte de muro entre duas vilas de Santa Maria, e caso para na polícia

Foto: Charles Guerra (Diário)
Brigada Militar foi acionada e esteve no local, nos dois lados do muro

A derrubada de um muro virou caso de polícia, no início da tarde desta terça-feira, em Santa Maria. Depois de um incêndio destruir uma casa, na noite de ontem, na Vila Natal, Bairro Noal, Região Oeste de Santa Maria, moradores do local se reuniram para tentar abrir uma passagem no muro que divide a Vila Natal e a Vila Noal, as duas localizadas no Bairro Noal. A motivação, segundo alguns moradores, foi que o muro teria atrapalhado o acesso do Corpo de Bombeiros ao local do incêndio.

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Por volta das 14h desta terça, um grupo de moradores da Vila Natal foi até o muro com marretas e cordas para tentar derrubar uma parte da estrutura. Populares acionaram a Brigada Militar (BM), que foi até o local e ficou acompanhando a situação. Até o final da tarde desta terça-feira, parte do muro foi derrubada. 

De acordo com os moradores da Vila Natal, o atendimento à ocorrência de incêndio, que começou por volta das 21h de segunda-feira, poderia ter começado antes caso os bombeiros tivessem acesso direto. Eles contam que, quando os bombeiros chegaram ao local, estavam de um lado do muro e a casa que pegou fogo estava de outro. Os moradores alegam que o tempo que o caminhão teria levado para fazer a volta pelo bairro, poderia ter evitado que a casa de madeira fosse destruída pelas chamas. 

- Não tinha ninguém em casa, mas moram crianças ali, poderia ter crianças. Antes dos bombeiros chegar ali, quatro pessoas entraram na casa, no meio do fogo, porque acharam que tinha alguém em casa e queriam ajudar - comentou uma moradora da Vila Natal. 

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O major João Carlos Sallet, comandante da 1ª Companhia de Bombeiros de Santa Maria explica que quando a guarnição foi acionada, pelo telefone, chegou, em um primeiro momento, do lado do muro onde não havia o incêndio, mas que isso aconteceu porque foi informado, pela pessoa que acionou os bombeiros, sobre um ponto de referência daquele lado do muro. Ainda conforme o Sallet, a equipe levou menos de cinco minutos para fazer a volta e chegar na residência do outro lado do muro. Esse tempo, dificilmente seria suficiente para evitar a destruição da casa. Porém, a equipe chegou em tempo de evitar que as chamas se espalhassem para casas vizinhas. 

DIVERGÊNCIA 

O muro, porém, divide opiniões dos moradores da região há mais tempo. O episódio da noite de segunda-feira seria um motivo a mais para abrir passagem pelo local. 

- Ou as crianças passam por baixo (em uma fresta aberta no muro) ou têm que fazer a volta para ir para a escola. Passando pelo buraco, elas levam cinco minutos. Fazendo a volta dá meia hora. Em dia de chuva, ficam embarradas. Até a gente passa ali para ganhar tempo. Não precisa abrir o muro inteiro, apenas uma passagem para nós e se um dia precisar, uma ambulância ou os bombeiros chegar aqui - disse uma mulher de 31 anos, moradora da Vila Natal, que teve a identidade preservada pelo Diário. 

Na tarde desta terça-feira, a Associação de Moradores do Bairro Noal foi até a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) para fazer o registro de um boletim por dano ao patrimônio. No momento do incêndio, não havia ninguém em casa. A associação explica que a Lei Orgânica Municipal deixa claro que o muro fica em uma área privada e que a Rua Jornal A Razão termina antes do muro.

A Lei Municipal 5.558 diz que "a Rua continuação da Rua Coronel Niederauer, paralela entre as ruas Júlio do Canto e Vicente Noal, com seu início ao Oeste em área PARTICULAR e final ao Leste na Rua Coronel Niederauer, no Bairro Noal."

O presidente da associação não quis mais se manifestar sobre o caso.

O QUE DIZ A PREFEITURA

Segundo o chefe da Casa Civil, Guilherme Cortez, a Rua Jornal A Razão termina antes do terreno onde o muro foi levantado, e o trecho que fica do lado da Vila Natal não tem denominação oficial. Além disso, conforme a prefeitura, o local onde foi erguido o muro entre o Bairro Noal e a Vila Natal é particular.

A Secretaria de Estruturação e Regulação Urbana afirmou, em nota, que a estrutura foi construída por moradores da associação do bairro, que têm comodato do terreno. Por estar em uma área privada, a prefeitura não tem gerência sobre o muro e, desta forma, não pode derrubá-lo ou solicitar a demolição.

MURO DIVIDE OPINIÕES 

Não é de hoje que o mesmo muro, de cerca de 370 metros de extensão, divide opinião de quem mora no local. Ele foi construído em 2007. Anos atrás, moradores da Vila Natal fizeram um abaixo-assinado pedindo que a estrutura fosse derrubada.

No ano passado, houve desentendimento entre os moradores dos dois lados. Na época, moradores da Vila Noal instalaram grades em uma parte do muro que é aberta e era usada por moradores para passar de um lado a outro. No mesmo dia, moradores da Vila Natal serraram as grades, abrindo a passagem normalmente. Atualmente, uma parte ainda não tem a estrutura metálica e segue sendo feita de atalho por moradores da Vila Natal. 


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