Morador há 35 anos da Vila Bela União, seu Adair Cardoso, 62 anos, já viu, mais de uma vez, os vizinhos perderem os móveis, alimentos e animais quando a chuvarada faz o arroio que cruza pela vila transbordar. O aguaceiro que atinge as casas, traz destruição, medo, tristeza e revolta às famílias. É por isso, que o pedido do seu Adair e da maioria dos entrevistados no bairro Caturrita ao próximo prefeito de Santa Maria é de saneamento básico.
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Seja por atuação direta em obras de canalização de sangas e de instalação de tubulações para água da chuva ou por meio de fiscalização dos serviços prestados pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), responsável pela coleta e tratamento da rede de esgoto cloacal. Independentemente de que é o responsável direto pelo serviço, cabe ao gestor municipal zelar pelas condições de saneamento na cidade que administra.
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Bairro mais ao norte da cidade, o Caturrita faz divisa com o distrito de Santo Antão. Os 3.211 habitantes estão distribuídos em oito vilas: Caturrita, Negrine, São José, Bela União, Portão Branco, Jordânia, Conceição e Santa Rita. Em algumas ruas, os dejetos das casas se juntam à água da chuva através de canos em frente às moradias. Em outras residências, o esgoto corre a céu aberto. Nenhuma das vilas possui tratamento do resíduo. Assim como a maior parte da cidade segundo o Plano Municipal de Saneamento Ambiental, que contabiliza 49,3% do município coberto com rede de esgoto. A Corsan contesta o dado e afirma que esse índice é de 55%.

Mesmo com projeto de ampliação da rede, o bairro não está nas previsões da companhia a curto prazo. O atual contrato de concessão que o município tem com a estatal vence em setembro deste ano. A discordância entre a prefeitura e a Corsan acenou para um novo modelo de gestão, que passou pela possibilidade de municipalização e, agora, gira em torno da formação de uma parceria com divisão de atribuições entre município e Corsan.Enquanto isso, para a comunidade da Vila Bela União, a prefeitura poderia fazer obras que melhorariam a vida de quem mora por lá, como a canalização do arroio que passa pela Rua Cruz Alta.
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– Quando vim morar aqui, a água era bem limpinha. Agora, o esgoto de todas as casas vai parar ali. Não há escoamento da água. Dá até tristeza em ver essas pessoas perderem tudo. Pagamos impostos e não temos esse apoio – lamenta seu Adair.