“Mesmo que muitos não compreendam nossas ideias, é um trabalho voltado aos princípios”, diz Ricardo Jobim, ex-candidato a governador do Estado

Jaqueline Silveira

“Mesmo que muitos não compreendam nossas ideias, é um trabalho voltado aos princípios”, diz Ricardo Jobim, ex-candidato a governador do Estado

Candidato a governador pelo Novo nas eleições de 2022, o advogado santa-mariense Ricardo Jobim fez 38.887 votos, correspondente a 0,61% dos votos válidos e ficou em 7º lugar na disputa ao Piratini à frente de Vicente Bogo (PSB), Rejane de Oliveira (PSTU) e Carlos Messalla (PCB). Até então, Jobim havia concorrido uma única vez, em 2004, a vice-prefeito pelo PSDB na chapa de José Farret, no PP à época.  A seguir, confira a íntegra da entrevista em que ele avalia sua participação e a experiência obtida no pleito ao governo do Estado e o desempenho do seu partido, além de falar sobre o futuro.  

Diário de Santa Maria – Como o senhor avalia o seu desempenho pessoal e do seu partido na disputa ao governo do Estado?

Ricardo Jobim – Para uma candidatura que buscou marcar uma posição, em defesa da liberdade, me declaro plenamente satisfeito. Ao me negar a usar um centavo do Fundo Eleitoral e Partidário na minha campanha, sabia exatamente o que estava fazendo – a competitividade seria prejudicada pelos princípios éticos. E isso vale também para o Novo, que orgulhosamente representei. Estudei muito e busquei oferecer qualidade para o eleitor. Contudo, o populismo, as falsas promessas, e os discursos vazios prosperaram mais uma vez. Nosso desinvestimento em educação está cobrando o preço. Uma dissociação cognitiva.

Diário – Que experiência fica de uma campanha a governador?

Jobim – Enriquecedora. Aprendi e evoluí muito. A exposição e o enfrentamento de tensões proporciona um crescimento psicológico libertador. E como estudei, pude perceber que estava efetivamente preparado. De outro lado, observei que 95% dos líderes políticos não estudam nada, não se preocupam em solucionar problemas, é tudo política pela política. Uma profissão onde é chocante o descompromisso com a solução dos problemas. De outro lado, pude conhecer o RS desenvolvido e a gritante diferença que existe em comparação com Santa Maria e a Metade Sul. Na realidade, moramos em dois Estados bem diferentes.  

Diário – Na sua avaliação, qual foi o fator determinante para o Novo não conseguir manter as duas vagas na Assembleia Legislativa, impossibilitando a reeleição do deputado Giuseppe Riesgo, apesar de o deputado ter aumentado sua votação?

Jobim – Os fatores que nos prejudicaram são os mesmos que nos trazem orgulho. Falar a verdade, não ser populista, não usar dinheiro público, não fazer discursos de ocasião, não mentir. Trabalhar projetos de Estado ao invés de projetos de poder. Mesmo que boa parte da população não compreenda nossos conceitos, tenho orgulho do Novo porque ninguém que está nesse partido se filiou para “se dar bem”. Todos trabalham fora da política e não vendem seus conceitos em troca de votos. Mesmo que muitos não compreendam nossas ideias, é um trabalho voltado aos princípios.  

Diário – Em nível nacional, o desempenho do Novo também ficou aquém com a redução da bancada na Câmara dos Deputados (de 8 para 3 deputados) e pelo fato de não conseguir atingir a cláusula de barreira. Que fatores pesaram esse desempenho abaixo?

Jobim – Fora o não uso do dinheiro público, a principal causa foi a polarização. O atual sistema se retroalimenta. O ódio recíproco vende muito, e quando ele domina, o medo norteia o voto, não as propostas. As pessoas não deram a atenção devida a modelos de gestão que têm entregas. Mesmo que as gestões de Estado e município mais bem avaliadas do Brasil sejam do Novo (MG e Joinville), a atenção se volta ao anseio irracional de eliminação das opiniões contrárias. Sei que somos incompreendidos por muitos. Mas não acreditamos no poder pelo poder. Daí eu pergunto: quem é o ingênuo nessa história?

Diário  – Depois de concorrer a governador, o senhor poderá disputar a prefeitura em 2024?

Jobim – Querer ser prefeito não deve ser um projeto individual, e não sou um ególatra. Como advogado, minha atuação profissional vai bem, graças a Deus, e no campo pessoal a política é um grande sacrifício. Recebi alguns convites, mas não troco minha felicidade por vitrine. A vaidade é fraqueza, muito perigosa e traiçoeira. Sinceramente: não sei. Vai depender do momento. Alguns fatores influenciam a decisão. Haver segundo turno, momento pessoal e político, etc. E temos no Novo de Santa Maria um excelente nome. Giuseppe Riesgo. Só digo que teremos um candidato competitivo em 2024.

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