infraestrutura

Mato alto, sujeira e roubos preocupam no Cemitério Ecumênico de Santa Maria

Eduardo Tesch e Naiôn Curcino

Fotos: Janio Seeger (Diário)
Ecumênico não tem muro na parte dos fundos. Lixo e entulhos se acumulam junto a jazigos

A aparência de abandono do Cemitério Ecumênico Municipal, no Bairro Patronato, em Santa Maria, preocupa quem tem familiares no local. O mato acumulado em meio aos túmulos e aos jazigos já depredados e sem conservação se prolifera. Restos de obras e lixo a céu aberto também fazem parte do cenário do maior cemitério da cidade. Não bastasse isso, a insegurança também preocupa. Na última semana foram registrados dois arrombamentos.

- Está um matagal. Não dá nem para enxergar os túmulos em alguns locais. O problema é que todo o ano é assim. Eles só limpam perto dos Finados, e é isso - reclama o militar da reserva Genor Silva da Costa, 85 anos.

Na última quinta-feira à tarde, Costa limpava o túmulo da esposa. Para executar o serviço, levou balde e vassoura.

População relata falta de segurança em cemitério de Santa Maria

Além do mato, a sensação de insegurança também preocupa. Não há muro nos fundos do cemitério. Por duas vezes, ladrões entraram no setor administrativo e furtaram computadores, microondas, além de outros pertences. Na madrugada do último sábado, os criminosos arrancaram o ar-condicionado do local, mas, dessa vez, não levaram nada. Na sala usada pelos funcionários do cemitério para guardar equipamentos, vários objetos foram levados há cerca de 15 dias.

- Quando estou sozinho, no final de semana, fico trancado aqui dentro com medo do que pode acontecer. Não tem guarda, não tem nada. Eu até ligo para a Guarda Municipal para eles virem aqui, porque sabem que não tem segurança alguma aqui dentro - reclama um funcionário que, em função do cargo, preferiu não se identificar.

E nem os túmulos estão a salvo dos ladrões. Não são raros os registros em que pedaços de cobre são roubados dos jazigos. Na última semana, a imagem de uma santa, pesando quase 100kg, foi levada de um jazigo.

- A gente avisa que estão roubando, mas o administrativo diz que não tem ninguém que cuide, que eles não têm o que fazer - afirma o serviços gerais Junior da Rosa, 24 anos, que trabalha com limpeza de túmulos.

O QUE DIZ A PREFEITURA

Sobre a segurança
"A prefeitura de Santa Maria informa que a Guarda Municipal (GM) realiza rondas diárias em horários intercalados no Cemitério Ecumênico. A atuação da GM contribuiu para coibir atos de vandalismo e furto, como ocorreu em 21 de janeiro (Boletim de Atendimento da GM nº 0149). Na ocasião, um indivíduo em atitude suspeita, portando uma mochila com diversas ferramentas (chave de fenda, chave de boca, serra) e uma pistola de pequeno porte, foi abordado por agentes da Guarda Municipal. O suspeito foi identificado e liberado, por não ter ocorrido o flagrante. A prefeitura esclarece que, apesar das rondas diárias, é sabido que os indivíduos que desejam cometer furtos esperam o melhor momento para atuar, dificultando sua prisão em flagrante." 

Sobre a limpeza
"As equipes da empresa terceirizada estão atuando na limpeza de áreas verdes nas regiões oeste e leste da cidade, conforme cronograma estabelecido previamente. Na próxima semana, as equipes irão trabalhar no Cemitério Ecumênico e arredores. Cabe ressaltar que as limpezas em todas as áreas verdes e espaços públicos ocorre periodicamente, porém, no verão, em virtude das chuvas e das altas temperaturas, a vegetação cresce mais rapidamente, dificultando o trabalho de manutenção das equipes encarregadas dessa função."

Mato alto prejudica o acesso a alguns túmulos. Com chuva e calor, capim cresce rapidamente

BOM EXEMPLOS
Desde 2017, a prefeitura terceirizou a administração dos cemitérios Santa Rita e São José, que ficam na ERS-509, a Faixa Velha de Camobi. Com o serviço de limpeza e manutenção realizado pela empresa L. Formolo, a realidade é completamente diferente da encontrada no Ecumênico. Com uma equipe de sete pessoas para realizar a manutenção, a empresa consegue deixar o ambiente limpo e organizado.

- Trabalhamos todos os dias revezando os nossos funcionários nas funções de limpeza, corte de grama, entre outros - afirma o gerente operacional Alexandre Rocha, 38 anos.

A empresa assumiu os cemitérios por 15 anos.

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