Desdobramento da passagem

Manifestantes realizam protesto contra o aumento da passagem de ônibus em Santa Maria

Marcelo Martins

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As bandeiras do transporte público e da mobilidade urbana foram tema, na manhã e começo da tarde desta quinta-feira, de uma nova manifestação. A Praça Saldanha Marinho, no centro de Santa Maria, foi o ponto de partida de um ato público promovido pelo Bloco de Lutas, DCE da UFSM e do PSol santa-mariense.

Pouco depois das 11h, um grupo de cerca de 30 pessoas já se posicionavam na praça. Minutos depois, o grupo já contava com pouco mais de 50 pessoas. Eles entoavam canções de críticas à Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) e à administração do prefeito Cezar Schirmer (PMDB).

Ainda antes do meio-dia, o grupo reuniu-se e decidiu que percorreria a Avenida Rio Branco e que faria um ato de panfletagem em frente ao Paradão da avenida. A iniciativa era "esclarecer a população quanto ao aumento abusivo da passagem", assegura o integrante do Bloco de Lutas e vice-presidente do PSol, Tiago Aires. Em meio a panfletagem, outros integrantes da manifestação interrompiam, ainda que momentaneamente, o trânsito na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Venâncio Aires. A liberação do fluxo do trânsito se dava à medida que as poucas buzinas de veículos eram ouvidas e com a proximidade dos ônibus.

_ A gente libera assim que tiver uma concentração maior de ônibus. O protesto é contra a ATU e contra a prefeitura, o trabalhador não pode ser prejudicado _ explicava um rapaz, que carregava um tambor para outro integrante do ato.

A manifestação, que percorreu a avenida e ruas do entorno, transcorreu, em sua quase totalidade, de forma ordeira e pacífica. Contudo, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua dos Andradas, um jovem com o rosto encoberto por uma camiseta branca tentou chutar um motociclista. Enquanto outro manifestante, vestindo camiseta branca e de óculos escuros, tentou segurar o motoqueiro.

O condutor da moto estava na esquina da Andradas com a avenida - esse trecho estava trancado pelos manifestantes - quando ao furar o bloqueio, os dois jovens partiram para a agressão. O motoqueiro, por muito pouco, não caiu na pista. O ato, ainda que isolado, provocou a fúria de Alexandre Müller Fonseca, que também integrava o movimento, que partiu para cima da dupla e elevou o tom de voz. Visivelmente irritado, o rapaz explicava aos demais que esse tipo de conduta acaba por colocar em risco a credibilidade do movimento. Minutos depois, o jovem deixou a manifestação.

Na manifestação de 20 de fevereiro - que ocorreu próximo à sede da ATU e que resultou em confronto entre Brigada Militar e manifestantes -, Alexandre Müller Fonseca foi agredido por policiais quando tentava apaziguar os ânimos dos dois lados. Naquele dia, o jovem acabou sendo agredido por policiais ao tentar retirar uma senhora caída da rua.

Manifestação contou com o apoio da população

Durante a panfletagem realizada no Paradão da Avenida Rio Branco, os manifestantes abordavam as pessoas e explicavam da necessidade de a população se envolver na discussão do transporte público. A diarista Zuldineia Assis de Rocha, 61 anos, elogiou a iniciativa do grupo:

_ Eu trabalho o dia todo e não tenho como protestar e pedir que a passagem seja revista. Tenho que pegar todo dia, de três a quatro ônibus, e não é fácil pagar essa conta. Apoio eles, sim, desde que não tenha briga ou agressão.

Durante a panfletagem, poucas foram as pessoas que não quiseram aceitar o panfleto e que se negaram a ouvir as argumentações dos jovens. Depois de percorrer parte da Avenida Rio Branco, os jovens retornaram à Praça Saldanha Marinho. Por volta das 13h30min, os manifestantes já tinham dispersado.

>> Confira a cobertura ao vivo da manifestação

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