Começou por volta das 9h desta quinta-feira (15), o júri do caso Helenara Pinzon, jovem de 22 anos, morta a facadas no dia 5 de dezembro de 2015. A ex-companheira dela, Stéphanie Fogliatto Freitas, 31 anos, chegou a ser presa, mas responde em liberdade por feminicídio. O julgamento acontece no prédio 13 da Universidade Franciscana (UFN) devido à reforma no prédio do fórum de Santa Maria.
O auditório usado como salão do júri ficou quase lotado. Além de familiares da vítima e da acusada, inúmeros estudantes de direito acompanharam o julgamento. Stéphanie é representada pelo advogado Bruno Seligman de Menezes, que afirma que a cliente foi taxada de violenta.
— A Stéphanie nunca foi uma pessoa violenta. Ela ministrava aulas para crianças e tinha um prestígio gigantesco no seu ambiente de trabalho e se viu envolvida em uma fatalidade, em uma tragédia — diz o advogado.
Já a acusação é feita pelo promotor Thomáz Coletto. O júri chegou a ser marcado para acontecer em 10 de agosto, mas foi cancelado um dia antes, por questões de saúde do assistente de acusação, Antônio Carlos Porto e Silva. Neste julgamento, Porto e Silva não atuará como auxiliar de acusação. O julgamento começou com a escolha de sete jurados entre os 25 voluntários inscritos.
Após a escolha dos jurados, o juiz Ulysses Fonseca Louzada chamou a ré para prestar depoimento. Minutos depois, enquanto ouvia Stéphanie falando o que teria acontecido no dia do crime, o irmão de Helenara, Renato Soares Lopes, se manifestou no salão do júri. Indignado, ele falou serem mentiras que estavam sendo contada ali. Após o juiz chamar sua atenção, ele pediu desculpas, se levantou e deixou o local por alguns minutos.
O caso
Helenara Pinzon e Stéphanie Fogliatto Freitas, à época com 22 e 24 anos respectivamente, terminaram o relacionamento, mas ainda continuavam morando juntas quando o crime aconteceu.
A vítima foi encontrada morta no próprio apartamento, na Rua General Neto, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, na manhã de 5 de dezembro de 2015, após os vizinhos escutarem os pedidos de socorro e chamarem a polícia. Quando a Brigada Militar chegou ao local, encontrou Helenara sem vida com pelo menos três facadas no corpo.
Stéphanie foi levada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) pois estava em estado de choque. Na época, ela ficou internada por um mês no Hospital Casa de Saúde, e, posteriormente, foi encaminhada para a ala feminina do Presídio Regional de Santa Maria. Stéphanie permaneceu presa preventivamente até julho de 2016, quando ganhou liberdade provisória, mantida desde então.