Tradição

Há 30 anos, Luciano lustra os sapatos de quem passa pela Saldanha Marinho 

Dandara Flores Aranguiz

"

A clássica cadeira com a caixa de madeira, onde ficam guardadas a cera, a escova, o polidor e a flanela, fazem parte do dia a dia do trabalho de um engraxate. A qualidade do serviço e do atendimento são essenciais e fazem com que a profissão resista ao tempo e mantenha uma clientela fiel.

Conheça a funcionária pública que começou na faxina do Husm

Para manter a tradição (e a excelência), Luciano da Silva, 39 anos, acorda cedo. Às 6h, ele já está de pé. O morador do bairro Carolina vai caminhando todos os dias até a Praça Saldanha Marinho, no Centro, seu local de trabalho há 30 anos. O engraxate conta que começou cedo na profissão, ainda criança. 

Há 25 anos, o Ituano joga com a comunidade por um futuro melhor

– Aprendi com os amigos e gostei do ramo. Comecei para ajudar nas despesas da casa e achei uma profissão boa, pois não precisava esperar o final do mês para receber. É daqui que eu tiro o meu sustento. Eu comecei aos 8 anos de idade, no tempo das caixinhas de madeira. Tinha muitos clientes da Viação Férrea também – lembra ele. 

Há 83 anos, Edwin Neujahr mora no Itararé

Luciano divide com mais dois colegas o espaço próximo ao viaduto Evandro Behr e, lá, permanece das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, e das 8h ao meio-dia, aos sábados. 

Há 31 anos, ele adoça a vida de quem passa na esquina da Floriano com a Alberto Pasqualini

Pelas mãos do engraxate, já passaram desconhecidos e também muitas personalidades, inclusive, prefeitos, vereadores e deputados. Segundo ele, o segredo para manter a clientela é a simpatia e a educação. 

– Fiz muitos amigos. Tem gente que, às vezes, vem só conversar. Ficam aqui proseando, para passar o tempo – comenta Luciano. 

Seu Alziro de Oliveira, 68 anos, viaja uma vez por semana de Dona Francisca a Santa Maria e, há dois anos, faz questão de visitar o amigo engraxate.

– Esses dias, passei aqui e não achei ele. A gente tem que procurar os amigos que tratam bem a gente, não é? Não me importo de ficar esperando. Eu sou fiel, não troco o meu amigo. Fico aqui proseando – relata o idoso. 

O preço varia com a demanda. Para lustrar o sapato com cera, o valor é R$ 3. Para lustrar e pintar, R$ 4. Metade da bota é R$ 5, e a bota inteira, R$ 10. O engraxate diz que demora entre sete e 10 minutos para lustrar os sapatos. 

– É a experiência. Faço isso há tanto tempo que tenho facilidade – comenta Luciano.


"

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Estudante da UFSM passa mal e é socorrida por residentes

Próximo

Homem morto em acidente era apaixonado por motocicletas

Geral