Foto: Ronald Mendes (Especial)
O domingo ficou bem mais colorido na Gare da Estação. A 17ª Parada Livre de Santa Maria foi marcada por shows musicais, apresentações e performances de Drag Queens. Centenas de pessoas está acompanhando a programação que promete durar cerca de 5 horas.
Este ano, o tema foi "Meu voto, minha cidadania. Poder para o LGBT+". O evento é realizado pela ONG Igualdade em parceria com a Prefeitura e segundo a coordenadora da ONG Marquita Quevedo, a Parada vem se fortalecendo a cada ano e tem como objetivo abordar a abordar a diversidade e a conscientização pelos direitos sociais de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis e intersexuais (LGBTTI).
- Seremos resistência todos os dias, não podemos ficar apreensivos com o que virá pela frente - afirma Marquita.
Pela primeira vez, o grupo Homens Trans em Ação Santa Maria (HTASM) participou do evento. Formado em maio deste ano, o grupo já conta com 25 pessoas que se reúnem uma vez ao mês para discutir assuntos ligados a saúde, comportamento e preconceito.
- A parada serve para termos visibilidade, para mostrarmos que somos cidadãos, que não podemos viver trancados dentro de um quarto, temos o direito de viver sim. Estamos aqui para mostrar que ninguém está sozinho - diz Talles Freitas, 26 anos, educador físico.
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A 17ª edição contou com apresentações e performances de 8 pessoas de Santa Maria e 5 de fora da cidade. Entre elas Sany Kalambique, 23 anos, de São Borja. A Drag Queen preparou um show de dublagem. Sasha Belle, 20 anos natural de Santa Maria, subiu ao palco para interpretar músicas da cantora Beyoncé.
- Preparei uma roupa especial que eu mesmo pensei e fiz para o show de dança e bate cabelo. Precisamos ser reconhecidos com o nosso trabalho, ainda existe o preconceito aqui em Santa Maria. As pessoas precisam entender que se não fosse a gente, o mundo não seria tão colorido. Queremos acabar com o preconceito e com a ideologia que temos que segui um padrão - comenta Sasha.
Com balões e o rosto pintado, o público aproveitou a festa com a bandeira das cores do arco-íris que representa a diversidade. Abraços, beijos e reencontros também marcaram a Parada Livre de 2018.
O doutorando em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Luciomar de Carvalho, 37 anos, estava curtindo a festa ao lado dos amigos.
- Eu acho que quanto mais a comunidade em geral, apoiar, participar e dar voz ao grupo, o preconceito vai diminuindo na nossa sociedade. Precisamos ter esses eventos para fortalecer este grupo para que um dia o preconceito, a homofobia e a discriminação não existam mais - afirma Luciomar.
O Rio Grande do Sul apesar de ser teoricamente conservador, é um dos estados que possui o maior número de paradas livres. A 17ª Para Livre é considerada um evento oficial do calendário Municipal, instituído pela Lei Municipal nº 5491, de 2011.