Em clima de emoção, fim das visitas ao geoparque Caçapava potencializa futuro do projeto

Leandra Cruber

Em clima de emoção, fim das visitas ao geoparque Caçapava potencializa futuro do projeto
Nesta quarta (9), a equipe do Caçapava Geoparque e os avaliadores Antonino Matencio e Mahito Watanabe, que representam a Unesco, concluíram o roteiro de visitas pelos geossitios, museus, empreendimentos e patrimônios históricos e culturais de Caçapava do Sul. 

Foto: Nathália Schneider (Diário)

Assim como nos demais dias da missão, a comunidade caçapavana se fez presente. Na Escola Estadual Professora Gladi Machado Garcia, em Minas do Camaquã, a história da localidade, que já foi referência na mineração de cobre, foi contada pelo estudante Lorenzo Oliveira Pergher, 16 anos. Ele mostrou que no geoparque Caçapava passado e futuro andam juntos.

— Aqui não fala só um menino de 16 anos, fala uma pessoa que daria tudo para ver este lugar brilhar como brilhava em outros tempos. Na escola visitamos as minas e ficamos muito curiosos, então começamos uma pesquisa para resgatar essa história — explica Lorenzo. 

Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)

Além disso, o poder público já assumiu o compromisso de dar continuidade aos investimentos em prédios históricos e geossítios de Caçapava do Sul. De acordo com o secretário de Cultura e Turismo, Stener Camargo, a pasta já assinou o contrato que vai garantir a elaboração de um projeto arquitetônico para a restauração do Cine Rodeio, um cinema inspirado nos saloons do oeste norte-americano.

— Minha família é da região de Minas do Camaquã. Então, eu cresci ouvindo histórias sobre o local. As minas forjaram as pessoas, as riquezas e os patrimônios que vemos aqui. E não queremos que essa história se perca, assim, a ideia é criar um espaço museológico — adianta Stener. 

Ufologia e histórias sobrenaturais

Foto: Nathália Schneider (Diário)

O céu noturno de geossítios como Guaritas e Minas do Camaquã atrai turistas de todo o Brasil. Além da bela vista das estrelas e da lua, o local também é uma referência para os entusiastas da ufologia. O ET Caçapavano, personagem que faz sucesso no Instagram, entende bem sobre o assunto:

— Desde pequeno ouço muito sobre ovnis, luzes e outros fenômenos que surgem no céu de Caçapava e chama a atenção. Isso tem muito a ver com a questão dos minérios que reluzem. Então, criei esse personagem para divertir a população e, ao mesmo tempo, mostrar como Caçapava é linda. Com muito bom humor e diversão, tem dado certo. 

Diversidade cultural

Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)

Não é apenas a geodiversidade que se destaca em Caçapava do Sul. Em visita ao Clube Recreativo Harmonia, que há mais de 50 anos reúne esforços para valorizar e incentivar a promoção da cultura afro-brasileira, os avaliadores puderam conhecer o trabalho do mestre Tio Cida, do grupo de capoeira Herdeiros da Ginga, dos moradores da comunidade quilombola Picada das Vassouras, além de outros empreendimentos voltados ao empoderamento e geração de renda. 

Para a coordenadora da Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Caçapava do Sul (Compir), Cátia Cilene Dutra, a possibilidade de reconhecimento pela Unesco pode dar mais visibilidade à diversidade cultural:

 — É fundamental fazermos parte dessa história. Quando falamos em religião afro, por exemplo, estamos nos relacionando diretamente com a terra. E essa é a ideia de um geoparque. Por isso, estamos esperançosos pelo reconhecimento que certamente ajudará na geração de renda e qualidade de vida da população. 

Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)

E em clima de final de missão, a emoção tomou conta na Fazenda e Novelaria Santa Marta. Lágrimas e abraços coletivos celebraram o envolvimento da comunidade, dos empreendimentos e da equipe gestora. 

Locais visitados no terceiro dia

Café colonial no Guaritas Hostel

Geossítio Minas do Camaquã, cidade mineradora do século 20

Escola Gladi Machado Garcia 

Cine Rodeio e prédios históricos do local

Fazenda e Novelaria Santa Marta 

Mirador Guaritas

Vem aí 

Em breve, a Região Central poderá ter o terceiro geoparque. O Instituto Federal Farroupilha de São Borja, a UFSM e a Unipampa trabalham no inventário geológico de seis municípios. Fazem parte do território os municípios de São Pedro do Sul, São Francisco de Assis, Nova Esperança do Sul, Mata, Jaguari e São Vicente do Sul. 

A professora do Instituto Federal Farroupilha Aline Kunst acompanhou a missão para trocar experiências:

—  Por enquanto, nosso projeto é bem inicial. Começamos os trabalhos ano passado e agora está sendo realizado o inventário geológico para mapear as potencialidades naturais das cidades envolvidas. 

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