Em 2022 foram apreendidas mais de uma arma por dia em Santa Maria

Entre a Polícia Civil, a Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) foi a que mais apreendeu armas durante as investigações. Das 122 armas apreendidas, 37 foram da DPHPP, 30% do total de apreensões, seguida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), com 22, e pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), com 21. Para o delegado Gabriel Zanella, titular da Delegacia de Homicídios, o êxito nas apreensões se deve à dedicação dos policiais e ao bom trabalho de investigação na apuração dos envolvidos com os assassinatos.

– Esses números evidenciam de forma muito concreta a dedicação, o empenho, a competência da equipe que integra a Delegacia de Homicídios. É importante ressaltar que muitas delas foram utilizadas em homicídios e tentativas de homicídio, e se não fossem apreendidas pela Polícia Civil, continuariam sendo usadas em ações criminosas – diz Zanella.

As apreensões da Brigada Militar somam números do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) e do 2º Batalhão de Polícia de Choque (2º BP Choque). Enquanto em 2021, foram 141 apreensões feitas pelo 1º RPMon, em 2022, foram 183. Já o 2º BP Choque passou de 50, em 2021, para 73 no ano passado. Para o major Rogério Glanzel Alves, comandante do 1º RPMon, o número mostra que o trabalho vem sendo feito e as apreensões evitam muitos outros crimes.

– O número de armas de fogo apreendidas demonstra que as polícias estão cumprindo suas missões, em especial a Brigada Militar. O trabalho preventivo se dá no atendimento pelo telefone 190, nas nossas operações policiais e das ações de inteligência, onde esses indivíduos são abordados, identificados, revistados e presos por porte ilegal de arma de fogo, evitando que venha a ocorrer uma série de outros crimes como assaltos, homicídios e latrocínios. Nós seguimos intensificando as ações preventivas e pedimos as pessoas que virem qualquer pessoa em atitude suspeita de porte de arma de fogo, que nos informe através do telefone 190 para nós fazermos a abordagem e a prisão, se necessário – completa o major.

Avaliação

Já o delegado regional da Polícia Civil, Sandro Meinerz, diz que as apreensões de armas vem aumentando na cidade e que vários fatores colaboraram a isso.

– O primeiro fator é que nós tivemos um aumento da violência, tivemos mais homicídios. Um número bem expressivo diga-se de passagem e isso requer armamento por parte dos criminosos para as execuções. Tanto que se nós formos analisar, a delegacia de homicídios foi a que mais apreendeu armas, justamente porque ao combater e investigar os homicídios, acaba apreendendo os instrumentos usados pelos criminosos que são as armas de fogo – diz.

Meinerz ressalta que, por outro lado, as apreensões feitas em via pública pela Brigada demonstram que há circulação maior de armas nas nossas ruas.

– Por consequência, quando nós temos mais armas ilegais circulando, isso é um sinal negativo, um sinal que aumenta a violência e mostra que as facções estão em conflito, estão em guerra e que obviamente é o fator que desencadeia também os homicídios. E as apreensões aumentaram em 2022, mas nós precisamos aumentar ainda mais em 2023, porque ainda existem muitas armas nas mãos dos criminosos. Temos que combater isso para diminuir o números de homicídios e de outros crimes como o roubo – explica Meinerz.