Na manhã desta quinta-feira, durante uma vistoria nas obras, o diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Carlos Eduardo Vieira, falou sobre o futuro da duplicação e garantiu que o ritmo deve aumentar:
_ Acertamos o projeto. Nós precisávamos de tudo isso para dizer que agora a Della Pasqua entra e começa, de fato, a fazer a obra. Não que a gente não estivesse fazendo, porque a gente já fez parte da drenagem que está quase concluída. A obra, de certa forma, não parou. Nós ficamos resolvendo os entraves, fazendo o que dava de drenagem para ficar pronto para fazer o que está sendo feito hoje.
Adequações no projeto, como acertar a altura da pista em trechos para facilitar o acesso à residências e a estabelecimentos comerciais e a conclusão de parte de obras da Corsan para disponibilizar parte do trecho a ser duplicado foram os principais motivos que deixaram as máquinas em modo de espera.
Há, ainda, outros obstáculos ao longo dos próximos meses de trabalho, mas que, de acordo com Vieira, não devem interromper a rotina de trabalho. Redes subterrâneas de fios de telefonia de parte de postes de energia elétrica, por exemplo, devem ser removidos ao longo da duplicação. As desapropriações de imóveis na faixa de domínio também são problemas a serem solucionados no futuro. No final do mês passado, o Daer iniciou um levantamento dos imóveis que ficam nas margens da rodovia. No final da apuração, serão divulgados os espaços que deverão ser desapropriados. Não há data para isso.
Duplicação da estrada, transtornos em dobro
Até que a rodovia esteja duplicada e ajude a desafogar o trânsito da região leste da cidade, outros problemas acompanham o cotidiano do local. Desde a igreja do Amaral até o cruzamento com a Avenida Oswaldo Cruz, a Sul Cava (empresa contratada pela Corsan) trabalha em uma nova rede de abastecimento de água. A instalação da adutora, no valor de R$ 4 milhões, foi um acordo entre Corsan e Daer para evitar problemas futuros. A nova rede está sendo colocada cerca de cinco metros abaixo do nível da pista, para evitar que futuras escavações danifiquem os canos.
Na terça-feira, parte da rede foi interligada (um trecho de aproximadamente dois quilômetros). Moradores da região deveriam ficar sem água apenas durante a manhã e a tarde, mas o transtorno se prolongou. De acordo com o superintendente adjunto da Corsan, José Roberto Epstein, o abastecimento foi normalizado apenas na madrugada de quinta-feira. Os moradores de Camobi que ficaram sem água se queixaram:
_ Na terça, pelas 6h, a gente já estava sem água. Só vi que voltou e estava um pouco fraca na manhã de hoje (ontem). Durante os dois dias, tive de ir até a casa da minha mãe, que tem caixa d'água. Esperamos que não falte mais água _ desabafa Wellington Veiga, 19 anos, caminhoneiro.
_ Um caminhão de outra obra rompeu um distribuidor dos novos. Como não fomos avisados, demoramos para localizar o vazamento e consertar, por isso, tivemos este incidente _ explica Epstein.
Outra reclamação de quem mora ou trabalha próximo às obras é o barro. Moradores se queixam que, em dias de chuva, há trechos em que não há como passar.