Documentários e séries sobre a Kiss são dolorosos, mas poderão salvar vidas

Deni Zolin

Documentários e séries sobre a Kiss são dolorosos, mas poderão salvar vidas

NathSchneider

A estreia de documentários e série sobre a tragédia da boate Kiss acaba causando muita discussão e polêmica sobre a exploração de fatos trágicos por parte da mídia. É natural esse tipo de debate, até porque mexe não só com os sentimentos de mais de duas centenas de famílias que perderam 242 pessoas no incêndio, mas também com centenas de sobreviventes, que viram de perto cenas de horror e têm marcas até hoje.

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É óbvio que parte das pessoas de Santa Maria e região não vai querer ver e se incomode com isso. Porém, é preciso levar em conta de que esses documentários e série são mais do que uma forma de evitar o esquecimento da tragédia, mas um veículo para divulgar para o Brasil e o mundo os cuidados com prevenção contra incêndios. Talvez quantas mortes serão evitadas no futuro devido ao fato de que pessoas de outros países assistirão ao seriado e denunciarão falhas de segurança em casas noturnas em suas cidades. Quem sabe alguém deixará de usar espuma tóxica ou fará mais portas de emergência em futuras casas noturnas ou lojas depois que souber em detalhes do que ocorreu, infelizmente, na Kiss. Talvez alguém, depois de ficar sabendo da Kiss, já tenha evitado tragédias nos últimos anos. A informação e o conhecimento podem, sim, salvar vidas.

Se, antes de 2013, tivesse sido feito um seriado de repercussão internacional ou documentário sobre outras tragédias em boates, como The Station, em 2003, nos EUA, ou Cromañón, em 2004, na Argentina, quem sabe tragédias como a Kiss pudessem também ter sido evitadas. Lembro que, na época, ninguém aqui de Santa Maria e do Brasil se dava conta que era errado e perigoso uma boate estar superlotada, e nenhum frequentador dava bola se havia ou não espuma de isolamento ou falta de saídas de emergência. Quase ninguém dava importância se havia ou não extintor de incêndio em locais públicos.

Depois da Kiss, infelizmente ocorreram outros incêndios em boates, que mataram centenas de pessoas, porque o ser humano tem um defeito: só dá real valor e percebe o perigo quando vê de perto uma tragédia ou sofre na pele a dor. Quem sabe esses documentários e seriados sensibilizem mais pessoas no Brasil e mundo afora de que não se pode repetir os mesmos erros da Kiss e de outras boates.

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