O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), um dos mais importantes da Região Central, pode ter as portas do seu Pronto-Socorro (PS) fechadas. Isso porque as obras da Central de UTI, que vai concentrar todos os leitos intensivistas do Husm, chegaram na fase final. Na prática, isso quer dizer que o PS precisará ter suas atividades suspensas momentaneamente uma vez que a construção da Central de UTI se dá um andar acima do PS e, por isso, um novo local está sendo procurado para que os atendimentos sejam realizados. As informações são da Rádio Gaúcha.
Recentemente, na última quinta-feira (19) e na semana passada, foram realizadas três reuniões entre a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS), Secretaria Municipal de Saúde e a direção do Husm para tratar do impasse. Do encontro, houve a sinalização de três situações.
A primeira delas é que o atendimento de uma ala do PS seja transferido para o Hospital Regional, uma vez que a obra está praticamente concluída. A outra situação ventilada é que o atendimento de uma ala do Husm, ainda a ser definida, seja transferido para o Hospital Alcides Brum e, por consequência, o PS passe a ocupar o espaço da ala a ser transferida. A terceira hipótese cogitada seria o fechamento do PS e, com isso, a suspensão dos serviços lá prestados.
Do lado da 4ª CRS, a coordenadora Lenir da Rosa assegura que não haverá prejuízo no atendimento à população. Segundo ela, há algumas situações que estão sendo observadas. Lenir destaca que pelo fato de o Hospital Regional ainda não ter a obra concluída, logo, não há margem para uso do espaço. Ainda segundo ela, o Hospital Casa de Saúde sinalizou para a liberação de alguns leitos. Porém, o hospital foi descartado por estar sempre com uma procura elevada.
A direção do Husm mostra-se temerária com a situação. O receio é que se tenha um prejuízo no atendimento e, por consequência, uma maior agravação do atendimento do PS que, habitualmente, tem uma procura elevada. O Husm sustenta que o melhor encaminhamento para a demanda seria a transferência do PS para o Hospital Regional. Uma vez transferido, momentaneamente, o serviço das obras deve se encerrar em até 60 dias.
O caminho mais viável, conforme a 4ª CRS, seria o uso do Hospital Alcides Brum, que estuda a possibilidade de atender a demanda. A direção do hospital realiza um estudo para ver o que seria necessário para prestar o serviço. A direção do Hospital Alcides Brum deve apontar, por exemplo, eventuais custos com alimentação, medicamento e também lavanderia. O estudo também deve apontar se a mão de obra de profissionais terá de ser oferecida pelo próprio Husm e se os recursos sairão do Estado ou da União.
Do lado da Secretaria Municipal de Saúde, Vania Olivo, que é titular da pasta, tinha reunião, nesta sexta-feira (20), com a direção do Hospital Alcides Brum para se buscar um entendimento à demanda.
Situação pode ser suportada por mais 15 dias
O chefe da Divisão de Gestão de Cuidados do Husm, Salvador Penteado, que também é diretor do PS, afirma que há a urgência de um desfecho para esse impasse o quanto antes e, por isso, há a necessidade de transferência de 30 leitos.
Penteado aponta uma outra situação que pode esbarrar uma possível parceria entre o Husm e o Hospital Alcides Brum: a necessidade de um termo de cooperação entre os dois hospitais, uma vez que o Husm conta com servidores federais. Um eventual termo de cooperação teria de ser apreciado pelo Conselho Universitário o que pode levar até 60 dias.
Uma nova reunião está marcada para o próximo dia 27 e, então, deve-se ter uma posição definitiva. Ele projeta que se, em 15 dias, não se tiver um desfecho será difícil manter o PS aberto e em funcionamento. "